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Estado de Minas INADIMPLÊNCIA

Dois milhões em MG têm dívidas de até R$ 500; veja calendário de saque do FGTS

A recomendação de economistas é que trabalhadores com débitos em atraso usem o dinheiro para colocar as finanças em dia


postado em 08/08/2019 06:00 / atualizado em 08/08/2019 09:03

A Caixa liberou o saque de até R$ 500 do FGTS a partir de setembro(foto: Ramon Lisboa/EM/D.A Press)
A Caixa liberou o saque de até R$ 500 do FGTS a partir de setembro (foto: Ramon Lisboa/EM/D.A Press)


Cerca de 2 milhões de mineiros têm dívidas em atraso de até R$ 500, valor do saque especial que o governo federal vai liberar das contas do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) a partir de setembro. O número corresponde a um terço dos inadimplentes no estado, que chega a 5,9 milhões de pessoas, de acordo com levantamento do Serasa Experian, serviço de informação sobre consumidores.

A recomendação dos economistas para quem está no vermelho é usar o dinheiro do saque para quitar o débito e fugir dos juros exorbitantes.



Segundo calendário divulgado pela Caixa Econômica Federal, o pagamento de até R$ 500 por conta do FGTS começa em setembro e será feito até março de 2020, conforme a data de nascimento dos beneficiários. A instituição financeira estima que 33 milhões de trabalhadores receberão o crédito automático na poupança.

Embora não resolva o problema, o dinheiro pode representar um alívio num momento em que o país apresenta inadimplência recorde, com 63,4 milhões de devedores em atraso, de acordo com o Serasa – novo recorde histórico da entidade, medido em junho. Desse total, 23 milhões têm débitos vencidos de até R$ 500, o que corresponde a 36% dos inadimplentes. Dois milhões de pessoas estão em Minas Gerais.

“A gente não sabe quantas dessas pessoas têm conta do FGTS, mas muitos poderão usar esse saldo numa renegociação”, afirma o economista da Serasa Experian Luiz Rabi. Sem ter como honrar seus compromissos, a dívida de Paula Inácio, de 35 anos, que começou em R$ 300, saltou para R$ 1.000. “Fiz compras em duas lojas (sapatos e roupas), me embolei, vieram outras contas e agora já tem mais de um ano que não pago. O FGTS pode ser uma opção”, afirma Paula.

Contas negativadas


Em média, essas pessoas têm duas contas negativadas que somam até R$ 500. Em Minas, os 2 milhões de consumidores com dívidas de até R$ 500 são os responsáveis por 3,8 milhões de contas a pagar. O estado fica atrás somente de São Paulo, com 4,5 milhões, e o Rio de Janeiro, com 2,2 milhões. No Brasil, se os 23 milhões de inadimplentes quitassem seus compromissos financeiros, 39 milhões de dívidas seriam extintas.
 
 
Gleiciane Diniz distribuiu currículo ontem no Centro atrás de emprego. Ela pretende usar o FGTS para diminuir sua dívida em atraso (foto: TÚLIO SANTOS/EM/D.A PRESS )
Gleiciane Diniz distribuiu currículo ontem no Centro atrás de emprego. Ela pretende usar o FGTS para diminuir sua dívida em atraso (foto: TÚLIO SANTOS/EM/D.A PRESS )
A situação de Gleiciane Diniz, de 34, é um pouco mais complicada. No ano passado, ela pegou um empréstimo de R$ 1,6 mil para alugar roupas de festas e pagar a viagem para o casamento da sobrinha, no interior de Minas. “Eu era madrinha, tive que pagar vestidos, hotel. A parcela era de R$ 150 por dois anos, mas fiquei desempregada e agora o banco me ligou dizendo que a dívida está em mais de R$ 10 mil”, conta Gleiciane. Ontem, ela distribuía seu currículo no Centro da cidade, à procura de uma vaga como balconista, atendente ou faxineira.

Gleiciane pretende usar o saque especial do FGTS para diminuir a dívida, mas tem receio de que isso atrapalhe sua poupança para a aposentadoria. “Qualquer dívida em atraso tem encargos e juros que são maiores que qualquer aplicação financeira. Se a pessoa estiver inadimplente, com a dívida em atraso, tem que regularizar essa situação. É a coisa mais urgente”, orienta o professor de finanças da Uni-Horizontes, Paulo Vieira. Ele alerta ainda que, antes de pagar, o consumidor deve negociar a dívida para tentar diminuí-la. “Os bancos querem recuperar o capital e, em alguns casos, fazem até campanhas de renegociação”, afirma Vieira.

Os juros são exorbitantes e é um perigo deixar de pagar uma dívida, porque até aquelas que não eram de um valor tão alto viram uma bola de neve

Luiz Rabi, economista



O economista do Serasa Experian Luiz Rabi afirma que quase 30% dos débitos em atraso se concentram no segmento de bancos e cartões de crédito. “Geralmente, é onde estão também as dívidas mais caras. Os juros são exorbitantes e é um perigo deixar de pagar uma dívida, porque até aquelas que não eram de um valor tão alto viram uma bola de neve”, diz. Se a inadimplência diminuir, quem está com as contas em dia também será beneficiado, segundo o especialista. “A tendência é de um barateamento das taxas de juros nos empréstimos”, explica.

Vendas no varejo estão estagnadas


Rio – A queda de 0,3% nas vendas do comércio varejista brasileiro em junho em relação a junho de 2018 foi puxada pelo chamado "efeito calendário", ou seja, pela ocorrência de dois dias úteis a mais em junho do ano passado do que no mesmo mês deste ano, afirmou ontem Isabella Nunes, gerente da Pesquisa Mensal de Comércio do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). "Não teria sido negativo, teria sido (avanço de) 1%, não perderia o patamar de maio. O resultado tem pressão negativa vinda do efeito calendário. Ele tem base de comparação de junho de 2018, com dois dias úteis a mais que junho de 2019. É preciso relativizar esse resultado", recomendou Isabella Nunes. Na comparação com maio passado, as vendas do comércio varejista cresceram apenas 0,1%.

Cinco das oito atividades que integram o comércio varejista registraram recuo nas vendas em junho de 2019 ante junho do ano anterior. As perdas ocorreram em Móveis e eletrodomésticos (-6,5%), Tecidos, vestuário e calçados (-1,1%), Outros artigos de uso pessoal e doméstico (-0,8%), Equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (-8,8%) e Livros, jornais, revistas e papelaria (-26,2%). Os avanços foram em Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (5%), Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (0,7%) e Combustíveis e lubrificantes (0,5%). "O varejo vem crescendo impulsionado por necessidades básicas", justificou Isabella Nunes.

No varejo ampliado, que inclui os segmentos de veículos e material de construção, as vendas cresceram 1,7% ante junho de 2018. O volume vendido por veículos, motos, partes e peças aumentou 10%, mas material de construção encolheu 3,6%.

O varejo tem mostrado baixo ritmo de crescimento no ano de 2019, em linha com a falta de dinamismo da recuperação econômica, avaliou Isabella Nunes. "A recuperação no mercado de trabalho vem se dando de forma lenta e com um perfil que não ajuda muito ao comércio. São vagas informais, com renda mais baixa. A renda disponível na economia se mantém estável", acrescentou Isabella. "É sempre um conjunto de fatores, nunca é isolado", completou.

Outro fator por trás das dificuldades enfrentadas pelo varejo é o endividamento das famílias. "Se a maior parte das famílias está endividada, antes de consumo, elas vão primeiro tentar resolver esse problema do endividamento", opinou.






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