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Estado de Minas

Desemprego é a principal ameaça à popularidade de Bolsonaro

Apoio à administração Bolsonaro tende a diminuir se milhões de trabalhadores continuarem sem encontrar vaga no mercado


postado em 03/05/2019 12:07

Fila em busca de trabalho: popularidade do presidente em risco (foto: Arthur Menescal/Esp. CB/D.A Press)
Fila em busca de trabalho: popularidade do presidente em risco (foto: Arthur Menescal/Esp. CB/D.A Press)

O sucesso do governo Jair Bolsonaro depende da melhora na economia, mas, completados quatro meses da nova gestão, o otimismo diminuiu, após vários resultados desanimadores. O desemprego, em especial, é a maior ameaça à popularidade do governo.

Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), há 13,4 milhões de pessoas sem trabalho no país, número que aumentou 10,2% no primeiro trimestre, em comparação com os três últimos meses de 2018.

A baixa oferta de empregos está associada à baixa confiança de empresários e consumidores e à atividade econômica fraca, situação que só será possível reverter com aprovação da reforma da Previdência.

Apesar de dramático, o quadro não foi mencionado por Bolsonaro no pronunciamento que fez em cadeia de TV no Dia do Trabalho.

O presidente preferiu enfatizar que o governo tem compromisso com a “plena liberdade econômica”, citando a medida provisória, assinada na última terça-feira, que facilita a gestão de pequenas empresas e startups, e entre outras medidas, as desobriga de conseguirem alvará de funcionamento para testar novos produtos e serviços.

A equipe econômica tem outras ações em estudo, como o chamado “Simplifica”, um conjunto de 50 medidas para reduzir a burocracia para o setor produtivo.

Outras iniciativas estão sendo pensadas, mas, para analistas, tais ações não têm impacto significativo a curto prazo, já que o problema fiscal do país gera a crise de confiança.

A falta de articulação política do governo não tem contribuído para atrair investimentos e o próprio presidente dá sinais de que a reforma da Previdência poderá se desidratar mais do que a equipe econômica admite.

Segundo analistas, enquanto o discurso não convergir e não houver uma atuação mais forte do governo, o impacto positivo na economia será pequeno, o que pode aumentar a insatisfação da população.

O Ibope mostrou, em estudo encomendado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), que Bolsonaro tem a pior avaliação inicial de um governo eleito desde a redemocratização, com apenas 35% das pessoas considerando a gestão como ótima ou boa.

Para o economista Silvio Campos Neto, da Tendências Consultoria, as medidas adotadas até agora, como a MP da Liberdade Econômica, vão na direção correta. “Mas não há uma bala de prata para a queda rápida dos índices de desemprego, até porque isso será gradual, já que há pouca capacidade do setor público para estímuar a economia”, afirmou.

Cartola

O ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, disse, no Dia do Trabalho, que o desemprego é herança dos governos petistas. Mas analistas observam que culpar governos passados não ajuda.

Na avaliação do economista-chefe da SulAmérica Investimentos, Newton Rosa, não existe milagre. “Reduzir o desemprego depende do crescimento da economia, que está estagnada há muitos anos”, explicou.

Para ele, o mercado de trabalho não vai se recuperar em 2019. “Talvez no ano que vem, mas isso dependerá da capacidade do governo de aprovar as reformas”, frisou.


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