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Estado de Minas

Indústria antecipa demandas ao governo Bolsonaro

Empresas de proteína animal buscam aproximação com ministérios da Agricultura e da Casa Civil para evitar decisões que afetem, especialmente, exportações de aves e porcos


postado em 14/01/2019 08:51

Frigorífico em Minas: um dos maiores riscos às vendas do setor está na proposta de transferência da embaixada do Brasil em Israel para Jerusalém (foto: Washington Alves/Light Press 12/2/08)
Frigorífico em Minas: um dos maiores riscos às vendas do setor está na proposta de transferência da embaixada do Brasil em Israel para Jerusalém (foto: Washington Alves/Light Press 12/2/08)

São Paulo – Parte importante do agronegócio brasileiro – a de produção de aves e suínos – já está se mobilizando junto ao governo para tentar emplacar algumas de suas demandas. Na última quarta-feira, representantes da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) se reuniram com dois ministros de Jair Bolsonaro (PSL): Tereza Cristina, da Agricultura, e Onyx Lorenzoni, da Casa Civil. Na pauta do encontro, demandas do setor foram apresentadas.

A aproximação da indústria da proteína animal apenas nove dias depois da posse do novo presidente é estratégica. A intenção é expor problemas e apresentar sugestões antes de o governo engrenar e de que decisões desfavoráveis sejam tomadas. A pauta mais urgente é a possibilidade de a embaixada do Brasil em Israel ser transferida para Jerusalém, como sinalizou o presidente.

Para o setor, a retaliação do mercado árabe ao Brasil seria duro golpe nos negócios por causa da relevância da região para as exportações brasileiras. Ricardo Santin, vice-presidente e diretor de mercados da ABPA, confirmou que o tema ainda é fonte de preocupação. A entidade fez algumas sugestões ao governo para contornar a situação, como construir um centro de eventos ou de negócios na cidade santa, o que não se pode é transferir a embaixada de Telavive.  “Pedimos que haja cautela na avaliação dessa proposta, que nenhuma decisão seja tomada de afogadilho”, explica.

O encontro com Tereza Cristina (ex-líder da bancada do agronegócio na Câmara dos Deputados) e Lorenzoni – formado em medicina veterinária e que também tem ligações com o agronegócio – serviu também para que o setor de proteína animal falasse sobre alguns problemas que afetam a competitividade do Brasil – o maior exportador de frango e o quarto de suínos no mundo. Entre eles, segundo Santin, estão dificuldades logísticas, por exemplo, no escoamento dos grãos, seu principal insumo, questões trabalhistas e o custo com energia elétrica.

A ABPA começou a elaborar estudo para identificar os gargalos e a forma de aumentar a competitividade dos produtores brasileiros. Ficou acertado que os dois ministérios receberão relatórios a cada etapa concluída desse diagnóstico, que deverá estar finalizado antes de agosto, quando será realizado o Salão Internacional de Avicultura e Suinocultura, em São Paulo. Foi acertado ainda que a ministra da Agricultura viajará para São Paulo e terá encontro com representantes da indústria.

Paralelamente a esse movimento de aproximação com o governo, os produtores de aves e suínos estão buscando formas de aumentar o desempenho do setor no exterior. A previsão, segundo Santin, é de que a ABPA passe a ter, ainda neste ano, três escritórios no exterior. Serão abertas representações em Dubai, Bruxelas e Pequim.

descontentes

Antes mesmo da posse, as declarações do presidente Jair Bolsonaro sobre o posicionamento do país em relação a temas ligados às relações internacionais colocaram representantes de segmentos exportadores em estado de atenção. O caso mais alarmante foi deflagrado com a afirmação de que a Embaixada do Brasil em Israel seria transferida de Telavive para Jerusalém. O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, que participou da posse de Bolsonaro, garantiu ter ouvido de Bolsonaro que a mudança será feita.

Assim que as declarações da família Bolsonaro sobre a mudança da embaixada de Israel começaram a ser divulgadas, a Liga Árabe (organização de Estados árabes formada por 22 países) mostrou seu descontentamento e enviou carta ao presidente pedindo que não aplicasse medidas que “solapem o status legal” de Jerusalém “para preservar os laços de amizade e as relações históricas dos países árabes e do Brasil”.


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