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Estado de Minas

Butique mineira aposta em tecnologia para expandir fronteiras

Com atuação fora do eixo Rio-São Paulo, AF Araújo Fontes tem no radar os setores de educação, saúde e finanças. Para a gestora, tendência agora é de retomada


postado em 04/01/2019 06:00 / atualizado em 04/01/2019 07:58

Evaldo Fontes: algumas negociações que podem levar anos(foto: Divulgação )
Evaldo Fontes: algumas negociações que podem levar anos (foto: Divulgação )

 

São Paulo – As operações de fusões, aquisições, imobiliárias, de renegociação de dívidas e de gestão de recursos costumam ficar nas mãos de especialistas de São Paulo e Rio de Janeiro – maior mercado para esse tipo de operação. Mas a atuação em outras regiões é que tem garantido o crescimento da AF Araújo Fontes, de Belo Horizonte, uma das maiores butiques independentes de investimentos do país.

Fundada em 1990, a empresa se especializou nos mercados de Minas Gerais, Goiás, interior de São Paulo e Nordeste. Agora, espera incluir no portfólio novos segmentos de negócios.

Evaldo Fontes, fundador da AF, conta que a decisão de se concentrar em um primeiro momento no mercado mineiro teve algumas vantagens, como a concorrência menor. À medida que os negócios se expandiram, porém, foi preciso buscar oportunidades em outras praças. Daí a decisão de expandir as fronteiras. “Descobrimos que o jeito peculiar do mineiro de fazer negócio é muito parecido com o do goiano, do nordestino e do paulista”, lembra o executivo.

Segundo Fontes, uma das características é a relação de longo prazo nos negócios. Esse tipo de relacionamento é necessário em butiques de investimentos, diz ele. Há situações em que uma negociação pode levar anos até ser concluída. A AF tem em sua carteira, por exemplo, um contrato iniciado há cinco anos e outro há três – o primeiro envolve uma divergência familiar e o segundo diz respeito a uma proposta de aquisição.

Em quase três décadas de existência, Fontes acompanhou de perto muitas mudanças, como a adoção de práticas cada vez mais transparentes nas empresas. Antes disso, foi preciso acostumar os clientes a outras mudanças. Era muito comum encontrar empresários relutantes na hora de propor a estruturação para a venda de parte de um empreendimento. “Muitos argumentavam que não estavam quebrados, por isso não fazia sentido buscar esse tipo de alternativa para injetar dinheiro no negócio”, recorda Fontes.

Nos últimos anos, butiques de investimento como a AF sentiram os efeitos dos tempos difíceis da economia, que impactaram na avaliação dos ativos. Muitos diziam que não valia a pena comprar uma empresa porque inevitavelmente haveria problemas mais adiante, como o recuo no consumo.

Uma das saídas para a AF em meio a uma economia desfavorável foi procurar estar mais antenada às tendências internacionais. Para isso, Fontes trouxe para o negócio André Barbosa, ex-banco Pactual, com passagem por São Paulo, Rio de Janeiro e Nova York, e o promoveu a um dos sócios-gestores.

“Empreendedores e empresários são sempre muito resilientes, ainda mais com tantos planos econômicos que vimos no Brasil. Agora, todos estão cada vez mais empenhados em saber como internacionalizar o seu negócio, se modernizar e se manter influente”, avalia Barbosa.

Para o sócio-gestor da AF, agora, com uma nova fase da economia, a tendência é de retomada. Mas, lembra, “não há uma receita de bolo para estes momentos”. Alguns setores deverão se beneficiar nesse primeiro momento e poderão gerar mais negócios na área de fusões e aquisições, como o da saúde e da educação. Até hoje, foram realizadas cerca de 150 operações de M&A.

Barbosa também acredita no potencial de negócio que poderá ser gerado pelas empresas ligadas à tecnologia, como as fintechs (do setor de finanças), health tech (do setor de saúde) e agritech (do agronegócio).

Outra área da butique de investimentos que deve se beneficiar da nova fase da economia, acredita Fontes, é a de gestão de recursos. Atualmente, a AF tem R$ 3,9 bilhões sob gestão, por meio de um fundo, administrado de forma independente.

“Agora, o principal componente é a confiança. Quanto mais baixa for a sensação de incerteza, mais negócios teremos no horizonte”, afirma o fundador da AF. Mas ainda deve levar de seis meses a um ano para esse otimismo se reverter em negócios, avalia Barbosa.




"O principal componente é a confiança. Quanto mais baixa for a sensação de incerteza, mais negócios teremos no horizonte”


. André Barbosa, fundador da AF


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