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Estado de Minas

Clientes reclamam de alto custo mas garantem itens tradicionais na ceia de Natal

Na queda de braço com os comerciantes, que afirmam ter segurado os preços dos produtos típicos da festa, clientes reclamam do alto custo, mas espremem o bolso para garantir o jantar


postado em 23/12/2018 06:00 / atualizado em 23/12/2018 08:05

Cláudia Dornelas gastou tempo para aliar preço e qualidade, enquanto Adriana fechou com Geraldo Campos, que diz ter mantido a tabela, como outros lojistas do Mercado Central de BH(foto: Fotos: Jair Amaral/EM/D.A Press)
Cláudia Dornelas gastou tempo para aliar preço e qualidade, enquanto Adriana fechou com Geraldo Campos, que diz ter mantido a tabela, como outros lojistas do Mercado Central de BH (foto: Fotos: Jair Amaral/EM/D.A Press)


Os números vão dizer no futuro quem está com a razão. Comerciantes afirmam que fizeram contorcionismo para manter os preços no mesmo nível do ano passado e não inflacionar a ceia de Natal. Os consumidores, por sua vez, estão assustados com o tamanho da conta dos ingredientes para preparar o banquete. Entre uma versão e outra, fato é que não vai faltar pernil, leitão, castanhas, frutas e iguarias tradicionais da época em que as famílias se reúnem em torno da mesa para se confraternizar. Ainda é cedo para projeções, mas a expectativa é de melhoria nas vendas em relação ao ano passado.

A visão dos corredores lotados do Mercado Central, ontem, afastou o receio dos feirantes de um Natal morno. “Estava com medo no início da semana, mas o pessoal está comprando bem”, afirma o gerente do Palácio da Feijoada, Marcelo Vidal. Segundo ele, o quilo da leitoa e o do pernil com osso, vendidos a R$ 24,90 e a R$ 14,90, respectivamente, são os campeões na preferência do cliente. “O preço é o mesmo do ano passado”, garante.

O discurso é unânime entre os comerciantes, que garantem a manutenção da tabela de 2017. “Os produtos subiram muito e não repassamos”, conta o proprietário do Rei da Carne, Orlando Costa do Amaral, que viu longa fila se formar à frente de seu estabelecimento. Dono do Empório Ananda, Geraldo Henrique Campos garante preços e qualidade para atrair o consumidor que quer ter de castanhas a bacalhau à mesa. “Não aumentei nada. As vendas estão 10% maiores em relação ao ano passado”, comemora.

O feirante Antônio Julião, da Barraca do Patureba, está esperando a freguesia hoje e amanhã para garantir as frutas do Natal. “Estava todo mundo com o pé atrás. Mas, até agora, está igual ao ano passado”, diz. As uvas Itália e Rubi estão sendo vendidas a R$ 16,90 o quilo, a cereja a R$ 10 e a lichia, a R$ 14. “Como nossa compra é diária, vamos sentir como estão as vendas e comprar mais, caso necessário”, explica.

MAIS CARA Apesar do discurso dos lojistas, os clientes falam de inflação na ceia. “Andei demais para achar preço e qualidade. Porque, até então, a impressão é de que diminuiu o tamanho das nozes e aumentou o preço”, reclama a contadora Cláudia Dornelas, de 48 anos. A advogada Maura Amaral Cunha, de 47, também ficou assustada com os preços. “Estão um absurdo. A gente compra menos e paga mais, em nome da tradição”, diz.

O cozinheiro Paulo Paim, de 29, saiu do mercado com as sacolas cheias de frios e frutas. Em compensação, a carteira ficou vazia. “Deu R$ 400. Achei caro”, conta. A advogada Adriana Queiroga, de 59, também se assustou com o preço do bacalhau, vendido a R$ 129 o quilo. “Nunca comprei bacalhau acima de R$ 100, mas Natal é Natal, é quando todos estão juntos. É melhor economizar no presente e caprichar na ceia”, diz.

O auxiliar administrativo Geraldo Edson, de 60, decidiu mudar a estratégia, sem economizar na fartura. Trocou a ceia completa por variedade de petiscos. “Sentimos que os preços estão mais altos. Por isso, faremos petiscos, queijos, amendoim, linguiça e assaremos também um tender”, conta.


ENQUANTO ISSO...
...CERCO DA RECEITA ÀS EMPRESAS

A Receita Federal vai deflagrar plano especial de fiscalização de empresas exportadoras de produtos agrícolas e minerais, que se valem de triangulações financeiras com paraísos fiscais para realizar vendas subfaturadas e fictícias. O objetivo do fisco é recuperar, ao longo de 2019, cerca de R$ 12 bilhões em tributos que deixaram de ser pagos com movimentação de fluxo ilegal de recursos por meio do comércio internacional. Na operação-piloto, que serviu de base para o planejamento da fiscalização a partir do ano que vem, a Receita já autuou em R$ 4 bilhões empresas que fizeram esse tipo de operação. O fisco identificou que há uma concentração de produtos, países e operadores nesse tipo de fraude. Ao comparar as informações do seu setor de aduana com o de fiscalização e investigação, a Receita percebeu que, em muitos casos, a mercadoria segue para um país enquanto a operação de venda e o seu fluxo financeiro foram fechados por outra nação, que é um paraíso fiscal.


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