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Estado de Minas UNICÓRNIOS LATINOS

Empresas digitais bilionárias transformaram obstáculos econômicos em oportunidades

Grupo de jovens formou neste ano a nova geração de unicórnios sul-americanos, apelido para companhias que alcançam US$ 1 bilhão de valor de mercado, empolgando milhares de startups


postado em 28/10/2018 01:06 / atualizado em 28/10/2018 07:23

Criado em 2015, o serviço de entregas Rappi se tornou o primeiro unicórnio colombiano(foto: Lucas Sabino/Divulgação)
Criado em 2015, o serviço de entregas Rappi se tornou o primeiro unicórnio colombiano (foto: Lucas Sabino/Divulgação)

Após conseguir superar os desafios próprios das economias latino-americanas, um grupo de jovens empresas digitais formou neste ano a nova geração de unicórnios sul-americanos, apelido para companhias que alcançam US$ 1 bilhão de valor de mercado, empolgando milhares de startups da região. As brasileiras 99, Nubank, PagSeguro e ArcoEducação, além da colombiana Rappi, se juntaram a algumas “tecnolatinas” fundadas depois do estouro da bolha da internet, que já tinham recebido a classificação de unicórnios por seu raro valor. O grupo pujante é composto também pela argentina Etermax.

Em 2017, os fundos de investimento de risco desembolsaram mais de US$ 1 bilhão, uma soma sem precedentes, detalha Julie Ruvolo, diretora de Venture Capital da Associação Latino-Americana de Capital de Risco e Privado (Lavca). “Em 2018, houve mais rodadas de investimentos acima dos US$ 100 milhões, com maior participação de investidores globais (como SoftBank o Tencent)”, disse Ruvolo, que projeta novos recordes neste ano.


O Brasil, país que mais criou unicórnios na região, absorveu US$ 859 milhões em 113 acordos em 2017. Nos casos do sistema de pagamentos on-line PagSeguro e da plataforma de ensino ArcoEducação, as firmas dispararam de valor após lançamentos bem-sucedidos em Wall Street. As demais seguiram caminhos diversos.


Seis anos depois de seu lançamento, a 99, plataforma nacional que conecta táxis e motoristas particulares com passageiros, tornou-se um unicórnio ao receber, neste ano, mais de US$ 100 milhões da DiDi Chuxing, a Uber chinesa. O aplicativo lançado com ambições globais está presente em 500 cidades. Ele superou a recessão entre 2015 e 2016, e cresceu 500% em 2017, segundo seu presidente, Matheus Moraes, de 31 anos.


Para chegar no estado atual, afirmou, foi preciso transformar os problemas brasileiros de infraestrutura em oportunidade e competir pelo preço: “A estratégia é oferecer tarifas mais competitivas, com mais lucro para o motorista”. Segundo Moraes, os 300 mil motoristas recebem 20% mais que um trabalhador autônomo, e seus 14 milhões de passageiros pagam 15% menos. Agora, a 99 afina a criatividade para ganhar mais terreno – com desconto de 50% durante as eleições, por exemplo.

SEM INÉRCIA

Nubank é uma “fintech” (mistura de finanças e tecnologia) brasileira fundada em 2013 a fim de “romper a inércia do sistema” e demonstrar que “não há indústrias sagradas”, sem espaço para inovação. Em março, seus fundadores conseguiram tornar o Nubank o banco digital com mais clientes fora da Ásia, avaliado em mais de US$ 1 bilhão. Mas o caminho não foi nada fácil: “O entorno macroeconômico foi um desafio muito significativo. Desde que lançamos, o PIB do Brasil retraiu 8%”, disse o colombiano David Vélez, de 37 anos.


Mas ainda há barreiras legais para avançar em um mercado 90% controlado por bancos tradicionais. O objetivo de fundo, afirma Vélez, é chegar aos consumidores brasileiros excluídos do sistema. “É o primeiro minuto da primeira metade da partida”, explica.

ONDA LARANJA

Desde 2015, o laranja gritante da colombiana Rappi – que oferece serviços como entrega de pizzas ou dinheiro, passeio com animais ou até buscar chaves esquecidas – ganhou 27 cidades na Colômbia, no México, no Brasil e na Argentina. Gestada na Y Combinator, aceleradora por onde passaram Airbnb e Dropbox, a Rappi é outra das empresas que cresceram e se tornou o primeiro unicórnio colombiano. Seu modelo de economia colaborativa, com entregadores que a empresa insiste que não são funcionários, ela levantou US$ 200 milhões em setembro em uma rodada liderada pelo fundo asiático DST Global.


Atualmente, com sua promessa de eficiência em pedidos cotidianos executados em alta velocidade, a Rappi expande seu número de entregadores na América Latina e continua a ocupar as ruas com um negócio validado, apesar de queixas por direitos trabalhistas em alguns locais.

 

 

Milhões em jogo

Segundo um ranking da Surfing Tsunamis e da NXTP Labs, com apoio do Banco Interamericano de Desenvolvimento, o desenvolvedor de jogos sociais Etermax se aproxima do primeiro bilhão. Máximo Cavazzani, de 33 anos, criou a empresa em 2009, na Argentina, berço do Mercado Livre, da Globant e do Decolar, consagrados em Wall Street. Lá surgiu o Apalabrados, jogo mais baixado na Espanha em 2012, e o Perguntados (foto), que viralizou no Brasil, EUA, Finlândia e Turquia. O entorno local sempre complexo, disse Cavazzani, acaba fortalecendo os empreendedores. “Em 2009, a crise econômica mundial fazia estragos, e a Argentina estava em uma fase financeira complicada, sem acesso a créditos. Isso nos forçou a sermos disciplinados desde o primeiro dia”, relata.


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