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Estado de Minas

Pesquisa mostra que só 2 em cada 10 brasileiros acreditam em dias melhores

Estudo sobre como o consumidor percebe a situação do país mostra que 82% classificam como ruim o momento atual. Mais da metade considera o custo de vida a razão do maior incômodo


postado em 20/10/2018 06:00 / atualizado em 20/10/2018 14:27

Fila de desempregados no Centro de BH: 34% dos entrevistados no levantamento feito pelo CNDL e pelo SPC têm medo de ficar sem trabalho(foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press )
Fila de desempregados no Centro de BH: 34% dos entrevistados no levantamento feito pelo CNDL e pelo SPC têm medo de ficar sem trabalho (foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press )

Com o alto desemprego no Brasil e as incertezas que cercam o próximo governo, a confiança do consumidor segue estagnada em campo pessimista, com 41,9 pontos, segundo pesquisa feita pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e o Serviço de Proteção ao Crédito (SPC) Brasil.  Na avaliação de 82% dos brasileiros, a economia está ruim e só 19% acham que a situação do país vai melhorar nos próximos seis meses. Outros 47% alegam que há pelo menos uma pessoa desempregada na residência.


A pesquisa foi realizada junto a 800 consumidores, e enfocou questões como a avaliação deles sobre o momento atual da economia; a avaliação sobre a própria vida financeira; a percepção sobre o futuro da economia e sobre o futuro da própria vida financeira. O Indicador varia de zero a 100 pontos, sendo que há confiança quando o resultado superar a linha neutro de 50 pontos. Abaixo dessa pontuação, domina a falta de confiança.

Para a economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti, embora o país tenha superado a recessão chamada de recessão técnica, o consumidor brasileiro ainda sente os reflexos da crise e tem ficado mais cauteloso diante do processo eleitoral em curso. “Toda eleição traz incertezas, ainda mais uma campanha marcada pelo imponderável como a atual. Há muitas dúvidas sobre como os candidatos pretendem lidar com as reformas de que o país precisa”, afirma.

Enquanto a recuperação da economia não se traduzir em queda do desemprego e crescimento real da renda, Marcela Kawauti entende que não haverá uma percepção de melhora do bem-estar. “A economia está se recuperando de forma gradual, mas enfrentou percalços ao longo do ano para esboçar uma reação mais vigorosa que justificasse retomada da confiança e um final de ano menos pessimista”, explica a economista.

Os dados apurados pela CNDL e o SPC Brasil mostram que o Indicador de Confiança do Consumidor permaneceu estagnado na transição dos últimos dois meses, com 41,9 pontos em setembro, ante 42,4 pontos em agosto. Na passagem de agosto para setembro, permaneceu estável o universo de 82% dos brasileiros que consideram ruim a situação da economia.

Pelo menos 68% dos consumidores ouvidos avaliam que o principal sintoma das atuais condições econômicas é o desemprego elevado; 61% culpam o aumento dos preços de produtos; 38% justificaram a percepção em decorrência das altas taxas de juros; e 29% acreditam que é atrapalhou o aumento do dólar.

Medo

Quase metade dos consumidores afirmaram que em casa há, pelo menos, um desempregado, e 34% disseram ter receio de ser demitido. Para mais da metade dos entrevistados (51%), o alto custo de vida tem gerado o maior incômodo em relação à vida financeira familiar, e para 19%, o principal problema é o desemprego. Indagados sobre os itens que mais pesam no orçamento, 89% citaram despesas com contas de luz e água; 87% afirmaram ser o supermercado; e 86% apontaram os preços dos combustíveis.

No que se refere à própria condição financeira, 43% dos consumidores consideram ruim ou péssima, ante apenas 11% que consideram que ela vai bem. Entre as causas do pessimismo financeiro, estão o custo elevado de vida (57%), o desemprego (34%), queda na renda familiar (25%), imprevistos (13%) e a perda do controle orçamentário (11%).

O levantamento abordou também as perspectivas para o futuro da economia, e dentre os entrevistados, 33% se declararam pessimistas (10% no que se refere à vida particular), enquanto 19% afirmam estar otimistas (55% na avaliação financeira particular).De acordo com quase metade dos entrevistados, corrupção e desemprego são as maiores causas de insegurança, questões que estão ligadas aos primeiros meses de atuação do próximo presidente.

No entendimento do SPC Brasil, embora o país tenha atingido certa estabilidade diante da recessão econômica, o brasileiro se mantém cauteloso em relação ao processo eleitoral. A entidade ressaltou haver incertezas sobre como os candidatos pretendem lidar com as reformas econômicas que o país precisa, e que apenas a queda no desemprego e crescimento real da renda vão mudar positivamente a percepção do consumidor. (Com Agência Brasil)

O QUE ELES DIZEM
Resultados da pesquisa feita junto a 800 consumidores

82% acham que a economia está ruim
19% acreditam que a situação do país vai melhorar nos próximos seis meses
47% dizem que há pelo menos uma pessoa desempregada na residência
89% reclamam dos reajustes das contas de água e luz
51% dizem que o que mais incomoda é o custo de vida
19% estão mais incomodados na vida da família com o desemprego


Inflação sobe

O Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) subiu 0,97% na segunda prévia deste mês, depois de ter aumentado 1,34% na segunda prévia de setembro. A informação foi divulgada na manhã ontem pela Fundação Getulio Vargas (FGV). Com o resultado, o índice acumula alta de 9,34% no ano e avanço de 10,88% em 12 meses. Entre os três indicadores que compõem a segunda prévia do IGP-M de outubro, o IPA-M, que representa os preços no atacado, aumentou 1,24%, ante aumento de 1,95% na segunda prévia de setembro. O IPC-M, que corresponde à inflação no varejo, apresentou alta de 0,48% na prévia de outubro, depois de uma elevação de 0,16% em igual leitura de setembro.

 

Confiança cresce nas indústrias

 

Brasília – O Índice de Confiança do Empresário Industrial (ICEI) voltou a crescer em outubro e atingiu 53,7 pontos, aumento de 0,9 ponto percentual em relação ao mês anterior. Com base na metodologia da pesquisa, divulgada ontem pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), números acima de 50 pontos indicam empresários confiantes.

Em setembro, o indicador havia recuado 0,5 ponto percentual. Ainda que com o aumento observado neste mês, o indicador está 0,4 ponto percentual abaixo da média histórica e 2,3 abaixo do nível de outubro do ano passado. Houve aumento em todos os segmentos e portes de empresas, com destaque para a indústria extrativa, que atingiu 57,9 pontos. A confiança é maior entre as grandes empresas, com 54,9 pontos.

Entre os componentes do indicador, o índice de expectativas cresceu 1,9 ponto de setembro para outubro, quando chegou a 57,8 pontos. Já o indicador de expectativas com relação à economia cresceu 3,9 pontos percentuais e atingiu 54,1 pontos. O índice de perspectivas com relação à empresa ficou em 59,7 pontos, crescimento de 0,8 ponto frente a setembro.

Contudo, em relação às condições atuais, o empresário continua com a confiança em baixa. Neste quesito, o índice recuou de 46,7 pontos em setembro para 45,8 pontos neste mês. “É a segunda queda consecutiva do indicador, que mostra que o empresário percebe piora crescente das suas condições correntes de negócios, mais especificamente das condições da empresa”, afirma a confederação.

Os dois componentes do índice de condições atuais ficaram abaixo da linha de 50 pontos, com a avaliação das condições da empresa caindo 1,6 ponto percentual (para 47,8 pontos) e a avaliação da economia brasileira subindo 0,4 ponto percentual (para 42,2 pontos). A pesquisa foi feita entre os dias 1 e 15 deste mês junto a  2.759 empresas.

 


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