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Estado de Minas

Certificação de produtos típicos adotada na França inspira e é estudada em Minas

Evento em BH promove temática junto aos empresários de pequenos negócios, discutindo o impacto das indicações geográficas no desenvolvimento regional


postado em 11/08/2018 06:00 / atualizado em 11/08/2018 08:48

Queijos do Serro estão entre 6 tipos de produtos certificados em Minas com indicação geográfica(foto: Beto Novaes/EM/DA Press - 15/10/15)
Queijos do Serro estão entre 6 tipos de produtos certificados em Minas com indicação geográfica (foto: Beto Novaes/EM/DA Press - 15/10/15)


Diante dos cerca de 700 produtos certificados pelo Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI) com o selo de Indicação Geográfica – entre os quais queijos, vinhos e conhaques, os mais consumidos no Brasil – , Gilles Pecassou, ministro conselheiro da Embaixada da França no Brasil defende o valor “intangível” agregado a esses itens, que alcançam excelência única, ligada a elementos históricos e culturais de um território. “Essa é uma ferramenta que abre aos pequenos produtores a possibilidade de se estabelecer com uma pequena produção de alta qualidade em contraposição à lógica do agronegócio que trabalha com grandes volumes”, afirma.


Pecassou representou a França no III Evento Internacional de Indicações Geográficas e Marcas Coletivas, realizado nesta semana em Belo Horizonte, pelo Sebrae, a Organização Mundial da Propriedade Industrial (OMPI), INPI, Instituto de Propriedade Industrial da França e o Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento (Mapa). Além de gerar negócios, o objetivo do evento foi promover a temática junto aos empresários de pequenos negócios, discutindo em diversos painéis o impacto das indicações geográficas no desenvolvimento regional. Desde 2002, o Sebrae apoia o desenvolvimento e consolidação do mecanismo fundamental para fortalecer regiões, com elementos singulares da cultura e das características dessas áreas, agregando valor ao produto final no posicionamento nos mercados.


“A relação entre o produto e a localidade de onde vem é uma noção importante, tradicional e história na economia francesa e na relação que os franceses têm com o território em que vivem e produzem. E essa é uma noção importante para Minas Gerais, a pátria dos queijos no Brasil”, considerou Pecassou, depois de lembrar que essa é uma lógica e uma cultura que a França tem todo o interesse em promover não só para proteger os seus produtos, mas para que cada estado e país façam o mesmo.


“Tradicionalmente temos essa lógica. O Champanhe, o Roquefort e tantos outros são produtos que replicam o nome de seus territórios. Gostaríamos de ter esse diálogo com os brasileiros, que já desenvolvem e valorizam esse conceito, para reiterar que as indicações geográficas são ferramenta incrível para desenvolver produtos, territórios e impulsionar a atuação dos pequenos produtores”, disse ele. “Essa é uma noção importante para Minas Gerais, também um grande produtor agrícola, a pátria dos queijos no Brasil”, disse ele, classificando o queijo Canastra e toda a gastronomia mineira de “fantásticos”.

Parcerias Depois de salientar as boas relações históricas, humanas e comerciais entre Brasil e França – há hoje 900 empresas francesas instaladas no Brasil, que geram 500 mil empregos – Pecassou salientou que seu país é um dos principais empregadores estrangeiros em território brasileiro. “Muitas das empresas estão em Minas Gerais, atuando na produção de helicópteros, como no caso da Helibras, em Itajubá. É um exemplo emblemático da parceria franco-brasileira, uma história de construção coletiva com forte transferência de tecnologia para desenvolver essa produção com exportação para o resto do mundo”, disse.


Na opinião de Pecassou, a parceria entre Brasil e França, firmada nos governos dos ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Nicolas Sarkozy – um plano de ação cobrindo vários temas, inclusive de cooperação militar para a produção de submarinos – é estratégica. “Nos últimos anos, foi menor o ritmo das visitas entre os presidentes, mais intenso entre 2008 e 2011. Tivemos eleições presidenciais no ano passado na França. O Brasil terá eleições gerais proximamente, depois disso a dinâmica deverá ser positiva”, afirmou Pecassou.


Em particular com Minas Gerais, a Agência Francesa de Desenvolvimento – braço financeiro da Embaixada da França no Brasil – mantém linha de crédito para financiar projetos de desenvolvimento sustentável, sobretudo aqueles relacionados aos estudos de mudança climática. Nos últimos seis anos, fez empréstimos ao estado da ordem de 385 milhões de euros (cerca de US$ 440 milhões), o maior volume em todo o Brasil.

CERTIFICADOS

Produtos de Minas com o selo de Indicação Geográficas

» Cachaça-Salinas
» Queijos-Serro e Canastra
» Cafés-Serra da Mantiqueira e Cerrado Mineiro
» Biscoito-São Tiago
» Propólis verde-Região da Própolis verde de Minas
» Peças artesanais de estanho-São João del-Rei


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