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Estado de Minas

Valorização do dólar já alcança 12,8% e muda planos de turistas e afeta empresas

Banco Central resolveu elevar o nível de intervenção no câmbio para tentar conter disparada


postado em 20/05/2018 07:00 / atualizado em 20/05/2018 08:08

Intenção do Banco Central é vender US$ 750 milhões por dia no mercado futuro para conter alta do câmbio, que tende a continuar(foto: Atta Kenare/AFP 10/4/18)
Intenção do Banco Central é vender US$ 750 milhões por dia no mercado futuro para conter alta do câmbio, que tende a continuar (foto: Atta Kenare/AFP 10/4/18)

A disparada do dólar, que acumula valorização de 12,8% no ano, produz efeitos distintos sobre a economia brasileira. Por um lado, o avanço da divisa encarece as viagens dos brasileiros para o exterior, por outro, favorece, por exemplo, a exportação de commodities agrícolas e produtos manufaturados produzidos pela indústria. Apesar das consequências distintas, quem perde e quem ganha com a escada da moeda norte-americana concorda que a volatilidade cambial traz mais prejuízos do que benefícios.


Tamanha é a preocupação no mercado financeiro, de produtores rurais, empresários, industriais e consumidores com a elevação no custo da moeda, que o Banco Central (BC) resolveu elevar o nível de intervenção no câmbio. Na sexta-feira, a autoridade monetária informou que vai triplicar a oferta de contratos de swap cambial (venda de dólares no mercado futuro) de 5 mil para 15 mil. Na prática, a equipe de Ilan Goldfajn fará diariamente uma venda de US$ 750 milhões no mercado futuro.


A decisão só foi tomada depois de o dólar ter subido pelo sexto pregão e alcançado o patamar de R$ 3,74 no câmbio comercial. Esse é o maior patamar desde 13 de março de 2016, quando Dilma Rousseff ainda comandava o Palácio do Planalto e era assombrada pela possibilidade de impeachment. Apesar de avaliarem como positiva a decisão do BC, analistas de bancos e corretoras destacaram que o montante de contratos do swap pode não ser suficiente para conter a valorização da divisa estrangeira.


Somente nos primeiros 18 dias de maio, o dólar encareceu 6,77%. A escalada cambial ocorre em meio ao aquecimento da economia dos Estados Unidos, que faz aumentar a possibilidade de o Federal Reserve (Fed), o banco central norte-americano, elevar os juros ainda mais do que o precificado pelo mercado. São esperadas pelo menos três altas, mas os analistas alertam que possíveis pressões inflacionárias podem levar o Fed subir a taxa ainda mais, em favor da atração de capitais para os EUA. Assim, o dólar tem subido no mundo todo.


Além da piora do cenário externo, o ambiente doméstico traz ainda mais volatilidade para o dólar. Com a incerteza gerada pelas eleições presidenciais, com candidatos pouco alinhados com a visão do mercado financeiro na liderança das pesquisas, investidores tendem a cobrar um prêmio maior  para aplicar no Brasil.

Na mesa Empresas e consumidores sentem na pele a valorização cambial. O consultor Welber Barral, ex-secretário de Comércio Exterior, explica que os turistas brasileiros são afetados significativamente com a alta do dólar. Até março, os viajantes desembolsaram US$ 4,9 bilhões com passeios em outros países, conforme dados do BC. O montante é 10,2% superior ao acumulado no mesmo período do ano passado.
“Empresas de calçados, que têm matéria-prima nacional, ganham. Companhias do setor químico, que dependem da importação de derivados de petróleo, são prejudicadas. Nesse caso, o valor da commodity que também subiu, traz mais desafios”, diz Barral. A disparada do dólar também deve afetar o preço dos alimentos com ingredientes importados.


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