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Estado de Minas

Parceria com a Boeing não é vital, diz presidente da Embraer

Durante entrega de jato E190-E2, comandante da fabricante brasileira afirma que negociações com gigante americana Boeing continuam, mas que é preciso permanecer aberto a novas propostas


postado em 05/04/2018 12:00 / atualizado em 05/04/2018 10:00

"A operação é complexa, não é uma coisa trivial. Precisa ter a concordância de todas as partes" - Paulo César de Souza e Silva, presidente da Embraer (foto: Jair Amaral/EM/D.A PRESS - 9/11/17)

São José dos Campos – Embora otimista com o desfecho das negociações para uma eventual parceria com a gigante americana Boeing, o presidente da Embraer, Paulo Cesar de Souza e Silva, afirmou ontem que o negócio que vem sendo discutido desde dezembro do ano passado não é vital para o futuro da fabricante brasileira. “A Embraer é sólida e uma das poucas empresas brasileiras com grau de investimento. A parceria com a Boeing não é vital para o futuro da empresa”, disse.

Sobre o interesse de outros concorrentes em se tornarem parceiros da fabricante brasileira, como a estatal chinesa de aviação Comac, o presidente da Embraer afirmou que o mercado de aviação é dinâmico e complexo e que a empresa está aberta a novas propostas. “Caso haja alguma coisa que nos interesse, vamos avaliar”, garantiu Silva, logo após a cerimônia de entrega do primeiro avião da nova família de jatos de passageiros, o E190-E2, à norueguesa Wideroe, maior companhia aérea da Escandinávia, na sede da Embraer, em São José dos Campos.

Apesar da complexidade do negócio, que envolve a ação de classe especial (golden share) do governo brasileiro, com poder de vetar o negócio, o executivo disse que as conversas e as tratativas com autoridades governamentais, que estão sendo conduzidas por um grupo técnico, continuam em busca de um acordo que seja aceito por todos.

Segundo ele, o maior desafio é atender aos requisitos exigidos pelas partes. Por isso, o executivo reconhece que a operação deve demorar mais tempo do que imaginava (ele chegou a dizer recentemente que esperava concluir as negociações ainda no primeiro semestre do ano). “A operação é complexa, não é uma coisa trivial. Precisa ter a concordância de todas as partes, do governo brasileiro, da Boeing e da Embraer, e é nisso que estamos envolvidos agora”, afirmou, lembrando que a Embraer está disposta a encontrar um formato que atenda a todos.

Sobre a nova geração de jatos, Silva considera que os E-Jets serão o futuro da companhia e a possibilidade de conquistar novos mercados. “Vamos ficar mais fortes para entrar em outros mercados com os jatos E2”, declarou.

O E190-E2 entregue à Wideroe e que começará a voar em 24 de abril, é o primeiro avião da nova geração de E-Jets. Ele está configurado com 114 assentos em um modelo de classe única. A empresa norueguesa fez um pedido para até 15 E-Jets E2, sendo três firmes para o E190-E2 e direitos de compra para mais 12 E2. O valor total do pedido, se todos os direitos forem exercidos, é de aproximadamente US$ 873 milhões.

A partir de 2019, segundo Silva, a Embraer começa a entregar o modelo 195, com até 150 assentos, para a companhia aérea brasileira Azul. Atualmente, entre aviação comercial e executiva, a fabricante brasileira está entregando cerca de 230 aviões por ano. De acordo com o presidente da Embraer, esse novo avião é bastante competitivo no mercado e dotado de alta eficiência operacional.

 “Vai ser um grande sucesso. Acho que a aviação comercial vai aumentar muito, e temos espaço em São José dos Campos”, afirma. “Em 2008, que foi o pico de entregas dos E-Jets, entregamos 162 aeronaves. Temos capacidade física e, portanto, é só uma questão de ganhar os contratos. A partir de agora, esse avião entra em serviço e, a partir daí vai, ter uma visibilidade no mundo e um grande interesse pelas companhias aéreas”, garante.

Por dentro da Embraer
» Maior fabricante de jatos comerciais com até 150 lugares
» Mais de 100 clientes no mundo               » Receita líquida de R$ 18,7 milhões               em 2017
» Lucro de R$ 899 ,4 milhões em 2017

 

Carteira de pedidos da nova família de jatos

» AerCap (Holanda – antiga ILFC): E190-E2 (25 firmes + 25 opções) e E195-E2 (25 firmes + 25 opções)

» AirCastle (EUA): 25 E-Jets E2 firmes (15 E190-E2 e 10 E195-E2). 25 pedidos de compra, na mesma proporção

» Air Costa (Índia): E190-E2 (25 firmes + 25 opções) e E195-E2 (25 firmes + 25 opções)

» Azul (Brasil): 30 E195 firmes e 20 direitos de compra

» ICBC (China): 10 E190 firmes

» Skywest (EUA): 100 E175-E2 firmes + 100 opções

» Tianjin (China): 2 jatos E190-E2 firmes

» Wideroe (Noruega): 3 E190-E2 firmes e 12 direitos de compra

» Cliente não divulgado: 10 E195-E2 firmes e 10 direitos de compra


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