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Estado de Minas

Mart Minas compra antiga fábrica de pães Seven Boys

Rede de atacarejo avalia uso do parque industrial do Bairro Serrano para expandir sua atuação no estado. Valor do negócio, que não foi revelado, é estimado em R$ 30 milhões


postado em 31/03/2018 06:00 / atualizado em 31/03/2018 07:30

Plano para a área da unidade que produzia a marca de panificados - adquirida pela Wickbold em 2015 - será desenvolvido no próximo ano(foto: Beto Novaes/EM/D.A Press)
Plano para a área da unidade que produzia a marca de panificados - adquirida pela Wickbold em 2015 - será desenvolvido no próximo ano (foto: Beto Novaes/EM/D.A Press)

A rede de lojas de atacado e varejo Mart Minas Distribuidora Ltda acaba de fechar a compra da antiga fábrica da Seven Boys, no Bairro Serrano, em Belo Horizonte. A negociação do terreno da fábrica, com 32,3 mil metros quadrados, sendo 11,56 mil metros quadrados de área construída, foi fechada nos últimos dias e informada com exclusividade ao Estado de Minas pelo diretor comercial e de marketing do Mart Minas, Filipe Martins, que não revela valores do negócio. Mas, segundo uma fonte a par da negociação, feita pela corretora CBRE, com sede em São Paulo e especializada em imóveis corporativos, a compra foi fechada por cerca de R$ 30 milhões, com R$ 15 milhões pagos à vista, na concretização da operação, hoje em fase de due diligence (avaliação dos detalhes jurídicos e fiscais da operação), e o restante pago em parcelas corrigidas.

 

Segundo Filipe Martins, o projeto da rede de atacarejo para a área da fábrica só será desenvolvido e implantado no ano que vem. “Nós estamos fazendo estudos e temos algumas possibilidades”, diz o diretor comercial. A compra do terreno faz parte da estratégia do Mart Minas Atacado e Varejo de expandir sua atuação no mercado mineiro, saltando das atuais 25 lojas no conceito cash & carry (atacarejo na expressão em inglês) para 40 unidades até 2020. Este ano, segundo Martins, serão inauguradas 8 lojas, incluindo a primeira em Belo Horizonte. “Hoje, a Mart Minas é a maior empresa de atacado e varejo de Minas, com atuação em todas as regiões do estado”, destaca o diretor comercial.

 

Martins não revela os estudos para o aproveitamento da área, mas ela deve abrigar uma das lojas que a rede planeja inaugurar no ano que vem. A Lia Administração e Participações S/A, proprietária do imóvel e administrada por Iza AKemi Yonamine e Neusa Yeiko Yonamine, filhas de Jinko Yonamine, que fundou a Seven Boys com o irmão mais velho, Kiyoteru Yonamine, na década de 1950, apresentou um pré-projeto de aproveitamento do imóvel aos interessados na compra. A proposta prevê a construção de um centro comercial com pouco mais de 12 mil metros quadrados de área e três prédios residenciais, com 314 apartamentos de padrão popular. Uma curiosidade: Jinko e Kiyoteru se naturalizaram brasileiros e adotaram os nomes de Paulo e Fraklin, respectivamente.

 

A fábrica está desativada desde 2016, depois que a Wickbold adquiriu a marca Seven Boys, em agosto de 2015, e transferiu o maquinário da região da Pampulha para Contagem. A fabricante de pães industrializados de São Paulo continua fabricando os produtos Seven Boys. O imóvel vinha sendo negociado há cerca de dois anos, num processo que teria envolvido também a construtora Tenda e a DMA Distribuidora (supermercados Epa e atacarejo Mineirão).

Avanço acelerado A concretização do negócio mostra o apetite da Mart Minas para continuar crescendo. A rede de atacado e varejo saltou de um faturamento bruto de R$ 1 bilhão em 2014, com 15 lojas, para vendas de R$ 2,23 bilhões em 25 lojas no ano passado, segundo o ranking da Associação Brasileira de Supermercados (Abras), divulgado na semana passada. Com quatro lojas inauguradas em 2017 e aumento de 25,3% no faturamento, a rede saltou do 21º lugar na relação dos maiores supermercados do país, em 2016, para o 14º lugar no ano passado. Em Minas, a rede já é a terceira maior, atrás do Supermercados BH (R$ 5,47 bilhões) e da DMA Distribuidora (R$ 3,36 bilhões).

 

“Em 2017, nós inauguramos lojas em Pará de Minas (Centro-Oeste), Ubá (Zona da Mta), Três Corações (Sul de Minas) e Araxá (Alto Paranaíba). Para 2018 vamos inaugurar mais 8 lojas, todas em Minas. A primeira em Lavras (abril), a segunda em Barbacena (maio) e depois seguiremos com mais 6 lojas, até dezembro e fechando com um total de 33 lojas no estado”, informa o diretor comercial e de marketing da Mart Minas.
A previsão para este ano, segundo Martins, é de uma expansão nas vendas de 20% a 25%, o que pode levar o faturamento da rede para um patamar próximo a R$ 2,75 bilhões, assegurando à rede a posição de terceira maior do estado e presença garantida entre as 20 maiores do país. “Com as 4 inaugurações de 2017 foram gerados, em média, 1 mil empregos entre diretos e indiretos. Para 2018, com a inauguração de 8 lojas, esse número deve dobrar, passando para 2 mil, entre diretos e indiretos”, informa Martins. Em 2020, com as 40 lojas a estimativa é de que a Mart Minas empregue diretamente cerca de 2,1 mil pessoas. Com área de 5 mil a 7 mil metros quadrados e um mix de 10 mil itens, as lojas da Mart Minas empregam, em média, 130 trabalhadores. Outros 200 são envolvidos, indiretamente.

Atacarejo cresce 11%

 

Com preços até 20% mais baixos em relação aos dos supermercados, em função da sua estrutura de custos, o segmento de atacarejo cresceu mais do que o segmento concorrente no ano passado, segundo números apresentados na Convenção Abras, no Rio de Janeiro, na semana passada. De acordo com o Euromonitor Internacional (que considera apenas as vendas ao consumidor final), o atacarejo cresceu 11% no ano passado e movimentou R$ 48,4 bilhões, enquanto os supermercados cresceram 3,7%. No ranking da Abras, a expansão do setor supermercadista em 2017 foi de 4,3%, com vendas de R$ 353,2 bilhões. A previsão do Euromonitor é de que as vendas do atacarejo cresçam ao ritmo de 6% ao ano até 2022.

 

Essa expansão levou a DMA Distribuidora a entrar no segmento no fim de 2016 com a reativação da bandeira de hipermercados Mineirão. Desde dezembro de 2016, a rede inaugurou lojas em Betim e Ipatinga, no Vale do Aço, Barbacena, Sete Lagoas e Teófilo Otoni. O diretor comercial da DMA, Roberto Gosende, informa que serão inauguradas, este ano, 12 lojas em Minas e Espírito Santo, entre unidades Epa e Mineirão. A previsão, segundo ele, é de que sejam gerados quase 2 mil empregos nessas unidades. (MM)

Mart Minas pretende inaugurar oito lojas em 2018 para chegar ao total de 33 pontos de venda (foto: Filipe Martins/Divulgação)
Mart Minas pretende inaugurar oito lojas em 2018 para chegar ao total de 33 pontos de venda (foto: Filipe Martins/Divulgação)

 

Supermercados vão investir R$ 440 mi

 

 

Os investimentos em abertura e reforma de lojas das redes mineiras de supermercados vão superar os R$ 440 milhões previstos inicialmente para inaugurar 60 pontos de venda e reformar outras 80 unidades, na avaliação do superintendente da Associação Mineira de Supermercados (Amis), Antônio Claret. “Nós sempre começamos o ano com um número menor”, observa o executivo, ao lembrar que no início de 2017 a previsão inicial era de investimentos de R$ 400 milhões, mas o setor fechou o ano com o aporte de R$ 492,5 milhões. O número de lojas saltou de 56 em janeiro para 66 em dezembro.

 

Ao longo do ano, às vezes, uma rede incorpora mais lojas, o que gera mais investimentos, segundo Claret. Ele aposta no incremento do aporte de recursos no setor em função do bom desempenho das vendas, que vêm se mantendo. Em janeiro, as vendas das redes varejistas mineiras cresceram 0,47%, na média, em relação ao mesmo mês de 2017, quando a expansão foi de 0,17%.

 

“Nós estamos fechando os números de fevereiro, mas continuamos em linha de crescimento”, afirma o superintendente da Amis. “A expectativa é positiva no segmento, mas sempre com uma cautela grande em relação a custos e resultados, considerando-se um cenário de preços estabilizados”, acrescenta Claret.
Para mostrar o ritmo mais acelerado de vendas neste ano, ele afirma que a previsão é de que as vendas para o período da Páscoa cresçam 5,3% em relação ao ano passado no estado, enquanto em 2017 essa expansão foi de 2% no período. Para 2018, a Amis espera aumento de 2,8% no faturamento das empresas, que deve passar de R$ 34,5 bilhões em 2017 para R$ 35,73 bilhões este ano. A previsão é de que sejam gerados 6.800 empregos no setor, com o total de funcionários na atividade chegando a 197.200 trabalhadores em 7.233 lojas no estado. (MM)


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