A economia de Minas Gerais cresceu 0,6% ao longo de 2017, atingindo um PIB de R$ 573,7 bilhões. O número positivo se deve principalmente ao incremento de 1,3% no setor de serviços, alavancado pelo comércio e transportes, que tiveram aumento de 2,5% e 0,9% respectivamente.
A grande surpresa do ano passado talvez seja a retração na agropecuária, que apresentou queda de 1,7% – resultado da forte redução na produção de café (18,3%) e leite (índice ainda não fechado). Os números foram divulgados ontem pela Fundação João Pinheiro durante coletiva para apresentar os indicadores econômicos do estado. A estimativa da FJP é que este ano registre um crescimento de 3%.
“O aumento do PIB não foi expressivo, mas temos hoje uma tendência de recuperação da atividade econômica que vem sendo verificada desde 2016. Temos quatro trimestres seguidos de crescimento, o que mostra uma recuperação da economia e o fim da recessão”, afirmou Glauber Silveira, pesquisador da FJP.
Segundo ele, a retração na agropecuária não chega a ser tão preocupante porque houve um crescimento muito expressivo do setor em 2016, que não se manteve em 2017. O desempenho do setor industrial sofreu uma retração de 1,4%, resultado especialmente dos números da construção civil (-6,4%), energia e saneamento (-7,2%). De acordo com Glauber Silveira, a construção civil tende a ter uma reação mais lenta, até porque o setor registra 14 trimestres seguidos com índices negativos, elevação da taxa de juros e aumento do desemprego.
Por outro lado, 2017 registrou uma expansão na extração mineral (3,4%) e indústria de transformação estadual (1,3%). Dados da Pesquisa Industrial Mensal mostram crescimento na produção de produtos têxteis (13,7%), máquinas e equipamentos (10,4%), veículos (4,2%), bebidas (4%), fumo (2,5%) e produtos alimentícios (1,7%) no comparativo com o acumulado de 2016.
Quarto trimestre
Os três últimos meses do ano registraram um crescimento de 0,9% em comparação com o mesmo período de 2016. O desempenho da agropecuária (9%) foi determinante para o resultado. Embora a colheita do café tenha praticamente se encerrado no terceiro trimestre, outras culturas elevaram o índice do setor, tais como uva (16,4%), banana (9,6%), terceira safra do feijão (3,9%), terceira safra da batata inglesa (1,6%) e cana-de-açúcar (1,5%).O setor industrial registrou uma variação negativa de 0,5%, afetado pela piora na geração de energia no estado que resultou em um recuo de 9,2% entre outubro e dezembro, se comparado ao trimestre anterior. A indústria de transformação mineira (fabricação de máquinas e equipamentos, produtos têxteis, veículos automotores, bebidas, produtos químicos e metalurgia) expandiu 0,4%, índice que chega a 5,2% se comparado ao mesmo período de 2016.