São Paulo – Depois de um longo período de estagnação mesclado com queda, o mercado brasileiro de cervejas aposta todas as fichas em 2018. Fatores como a redução da inflação e dos juros, melhora do nível do emprego e até a Copa do Mundo da Rússia devem levar os consumidores de volta aos bares e ao consumo da bebida. Pelas estimativas da Associação Brasileira da Indústria da Cerveja (CervBrasil), 2017 fechará com uma ligeira alta em relação ao ano anterior, retornando à média de 13,3 bilhões de litros produzidos anualmente. Em 2016, último período da medição realizada pelo Sistema de Controle de Produção de Bebida (Sicobe) da Receita Federal, foram produzidos até outubro (quando foi interrompida a medição) 12,128 bilhões de litros de cerveja.

“No ano de 2017, foi impressionante como esta relação ocorreu. Todas as medidas, como a redução da inflação e dos juros, somadas à tênue melhora do emprego fizeram com que sobrasse mais dinheiro para o consumo de cerveja, que aumentou especialmente entre os brasileiros da classe C”, diz o diretor da CervBrasil. Pesquisa realizada pelo banco UBS comprova que deve haver reversão nos volumes de produção e consumo do setor, atingindo um ponto de inflexão em 2018. O relatório da instituição aponta também que, com a recuperação da economia, os consumidores estão inclinados a experimentar as marcas premium, produtos que têm preços mais altos.

O setor sofreu com a crise dos últimos anos. As empresas saíram de um período de 10 anos (2003 a 2012) de crescimento médio de 5% ao ano para retração de 2% nos últimos dois anos. “É uma mudança brusca em uma cadeia muito extensa”, diz Petroni. A retomada é real, mas, segundo o executivo, é cedo para prever quando a indústria voltará a crescer 5% ao ano.
O Grupo Petrópolis, dono da marca Itaipava, informou, por meio de nota, que o atual cenário, “timidamente positivo”, permite perspectivas otimistas para este ano, depois de um período de recessão. O grupo deposita suas esperanças na expansão da abrangência territorial da sua operação e no valor agregado da marca Itaipava, que se consolidou desde o fim de 2016 como a cerveja mais vendida no país, segundo levantamento do Instituto Nielsen. Ambev e Heineken, que lideram o mercado, foram procuradas, mas não quiseram se manifestar.
O mercado em números
Faturamento anual de R$ 70 bilhões
50 parques fabris
1,2 milhão de pontos de venda
40 mil veículos na frota
2,2 milhões de empregos
Fonte: CervBrasil