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Estado de Minas

Bancos ficam apenas na promessa de cortar juros do cheque especial

Sob pressão do Banco Central, instituições financeiras dizem estudar medidas para baratear a linha de crédito


postado em 18/01/2018 06:00 / atualizado em 18/01/2018 07:54

 

Presidente da Febraban, Murilo Portugal esteve no Ministério da Fazenda(foto: Valter Campanato/Abr - 10/4/12)
Presidente da Febraban, Murilo Portugal esteve no Ministério da Fazenda (foto: Valter Campanato/Abr - 10/4/12)

Brasília – A Federação Brasileira de Bancos (Febraban) avalia medidas para reduzir os juros do cheque especial. Em nota publicada nessa quarta-feira (17), a entidade informou que estuda ações para melhorar o ambiente de crédito no país e reduzir o spread bancário, diferença entre os juros que o banco paga para captar dinheiro de investidores e as taxas cobradas dos tomadores de empréstimos e financiamentos. O comunicado não entrou em detalhes de quais medidas serão tomadas para baixar o custo do dinheiro.

 “A Febraban elabora propostas para melhorar o instrumento e as anunciará, neste ano, quando forem concluídas”, cita a entidade. A nota argumenta que bancos “trabalham continuamente para garantir uma redução estrutural do spread bruto – a diferença entre as taxas cobradas nas concessões de crédito e as taxas de captação das instituições financeiras”.

Em dezembro, segundo os dados mais recentes da Associação Nacional dos Executivos de Finanças Administração e Contabilidade (Anefac), os juros do cheque especial estavam em 295,48% ao ano. Dessa forma, alguém que contrai R$ 1 mil nessa modalidade deve R$ 3.295,48 ao fim de 12 meses, se não quitar a operação. O cheque especial está somente atrás do cartão de crédito, que encerrou 2017 com taxa de 321,63% ao ano.

Nessa quarta-feira  (17), o presidente da Febraban, Murilo Portugal, reuniu-se com o secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Eduardo Guardia. Na saída do encontro, não confirmou se a redução de juros do cheque especial foi discutida. Apenas disse que os dois trataram de medidas tributárias.

Mais cedo, o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, disse a jornalistas que os juros do cheque especial são elevados. Ele confirmou que o Banco Central (BC) estuda medidas para a redução das taxas, mas negou que exista alguma ação definida. “Eu acho que é importante a queda de juros no cheque especial, que está muito elevado. Mas não há nenhuma medida específica já definida. O BC está estudando várias coisas”, disse Meirelles na portaria do ministério.

 

 Pressão

Com a queda dos juros básicos para 7%, no menor patamar da história, o Banco Central estão pressionando os bancos a reduzirem suas taxas. “O que importa não é a concentração em si. Não é com isso que estamos preocupados. O que importa é um custo de crédito mais barato para o consumidor, e não se temos quatro ou cinco instituições maiores”, disse na véspera o presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, ao avaliar que o nível de concentração bancária no Brasil.

Segundo Goldfajn, a ideia é que essa modalidade (cheque especial) seja usada por um tempo limite, para evitar que a dívida vire uma bola de neve. “O cheque especial é um instrumento que tem de ser estudado e a Federação Brasileira dos Bancos (Febraban) está avaliando mudanças”, disse Ilan. “A gente está de olho e, às vezes, é bom que o BC não precise editar norma nenhuma e deixe o sistema fazer”, disse. No entanto, segundo ele, se a iniciativa não avançar, o BC adotará medidas para reduzir as taxas.

No ano passado, o governo já havia determinado mudanças nas regras do rotativo do cartão de crédito para evitar o aumento da dívida. Com a mudança, o consumidor só pode fazer o pagamento mínimo de 15% do cartão por um mês. Na fatura seguinte, o banco não pode mais rodar a dívida. Ou o cliente paga o valor total ou precisa parcelar a dívida em outra linha de crédito. Ou seja, a dívida só pode “rodar” uma vez. A restrição foi criada para coibir o uso do rotativo e obrigar os bancos a oferecerem uma solução de parcelamento para o cartão com juros mais baixos.



Enquanto isso...

… Cresce a procura
por financiamento

A quantidade de pessoas que buscou crédito aumentou 4,9% em 2017, o melhor resultado dos últimos seis anos e o quarto melhor de toda série histórica, iniciada em 2008, de acordo com a Serasa Experian. O crescimento da renda real determinada pelo recuo acentuado da inflação, a recuperação gradativa dos níveis de confiança dos consumidores e a contínua retração da taxa de juros em conjunto com o aumento da oferta de crédito explicam a alta da demanda do consumidor por crédito em 2017, especialmente para a população de baixa renda, destacam os economistas da Serasa.

 

 


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