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Estado de Minas

Celulares chineses invadem o mercado

Preços mais baixos e características parecidas com as de marcas consagradas atraem consumidor


postado em 04/12/2017 12:00 / atualizado em 04/12/2017 08:12

''Nós nascemos para conquistar o mundo'' - Lei Jun , fundador e presidente da Xiaomi, considerado um imitador de Steve Jobs(foto: Nicolas Asfouri/AFP )
''Nós nascemos para conquistar o mundo'' - Lei Jun , fundador e presidente da Xiaomi, considerado um imitador de Steve Jobs (foto: Nicolas Asfouri/AFP )

São Paulo – Os chineses passaram boa parte dos últimos 30 anos copiando o que os outros países faziam de melhor. Foi assim na indústria de computadores, na produção de carros e, mais recentemente, no desenvolvimento de celulares. A ânsia de repetir o sucesso dos inspiradores originais levou a uma série de produtos capengas. Só agora, depois de muitos equívocos, os computadores e carros chineses começaram a apresentar padrões de qualidade. A nova onda está com os smartphones. Eles chegaram com força aos principais mercados no mundo – e também no Brasil.


Mais da metade dos smartphones em circulação no mundo são de marcas chinesas. No Brasil, o índice é inferior a 20%, mas os números são crescentes. Uma das razões para a maior procura dos produtos do país da Muralha é o preço dos aparelhos de marcas consagradas. Na sexta-feira, 1°, começou no mercado brasileiro a pré-venda do iPhone X, a novidade de fim de ano da Apple. Em lojas como Fast Shop, Submarino, Extra, Americanas e Casas Bahia, os valores médios são de R$ 7 mil pela versão com 64GB e R$ 7,8 mil pela de 256GB, cifras que criam um patamar inédito de preços.


Basta dar uma espiada em sites como Ali Express e Gearbest para entender o fenômeno da invasão dos celulares chineses. O aparelho V7+, da marca Vivo (não confundir com a operadora de telefonia), tem configurações parecidas com o modelo mais simples do Iphone X, como tela full HD de 6 polegadas e 64GB de memória para armazenamento. No site Gearbest, o preço sugerido é em torno de R$ 1,3 mil. O comprador paga ainda o imposto estipulado pela Receita Federal, fixado em 60% sobre o valor do produto, e a ser pago em dinheiro na agência dos Correios onde for feita a entrega pela loja virtual. No final, o telefone celular chinês custa algo como R$ 2 mil.


“Essas comparações nem sempre são justas”, diz Eduardo Tancinsky, consultor especializado em marcas e tecnologia. “Ainda não é possível comparar a qualidade de um celular chinês com um equivalente das fabricantes mais tradicionais.” Também entra nessa conta, diz ele, o fetiche que grifes como Apple ainda despertam, embora a aura mitológica da empresa tenha diminuído depois da morte de Steve Jobs. “Nós nascemos para conquistar o mundo”, disse em um evento recente Lei Jun, fundador e presidente da Xiaomi. Jun é um imitador de Jobs. Ao lançar um produto, promove as mesmas apresentações barulhentas do criador da Apple e gosta de fazer o estilo descolado.


Se o mercado brasileiro é crescente, por que os fabricantes da China não se estabelecem de vez por aqui? Fazer isso resultaria em mudar a estratégia de negócios dos chineses, que consiste em conceber o projeto e produzi-lo no próprio país. Além disso, muitos fabricantes já tiveram dificuldades no mercado brasileiro, o que fez com que gigantes como a Xiaomi segurassem seus investimentos previstos para o Brasil.


O especialista Tancinsky lembra que há uma ironia na resistência das pessoas em comprar um smartphone chinês. Hoje em dia, diz ele, praticamente todos os celulares à venda no Brasil são fabricados na China ou têm seus principais componentes produzidos por lá. Apple, Samsung, Motorola e LG, para citar os líderes de mercado, precisam das fábricas chinesas para atender à demanda global.


A China vive uma era de ouro na tecnologia, fenômeno que já está sendo chamado de chinese dream (sonho chinês). Nenhum país do mundo investe tanto em pesquisa e desenvolvimento. São US$ 200 bilhões por ano, 10 vezes mais do que há uma década. Também nenhuma nação avança tanto nos rankings globais de inovação. Recentemente, o Partido Comunista chinês lançou um desafio: fazer do país líder global em inteligência artificial até 2030. É bom não duvidar.

 

 


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