
Nunca antes neste país a formação em um curso técnico ganhou tanta importância. Nunca a questão da empregabilidade alçou espaço de discussão tão amplo, impulsionado por uma crise que envolve de 14 milhões a 20 milhões de desempregados. Portanto, é o momento mais do que apropriado para jogar holofotes, incentivar e mostrar as grandes iniciativas e seus resultados. José Luiz Esteves, superintendente educacional do Senac em Minas, alerta que “quando a formação é de excelência, como é o Senac há 70 anos, com capacidade de responder à demanda, o curso técnico tem poder competitivo inigualável para trabalhar tanto habilidades profissionais quanto pessoais. E não apenas para jovens, mas todos recebem a formação adequada para o mercado de trabalho. Mais do que isso, proporcionamos as condições para disputar com vantagens o espaço do trabalho, com resiliência e pronto para os desafios da modernidade”.

Para José Luiz Esteves, a crítica da falta de mão de obra qualificada só se encaixa nos cursos técnicos que não conseguem responder aos desafios da demanda. “O que não ocorre com o Senac, em que a aprendizagem em programas e projetos e a aptidão para construir soluções tem número maior que 90% de aceitação por parte de quem emprega o profissional que formamos, que é diferenciado e competitivo. E ainda temos, na outra ponta, um estudante que entende nosso modelo de transição com valorização também superior a 90%.”
PLANO DE CARREIRA

E o Senac não é só para os jovens. Se eles buscam o primeiro rumo da carreira, os adultos acreditam na instituição para aperfeiçoamento da prática adquirida sobre determinado exercício profissional, é como ser catapultado para fazer uma reciclagem. “Permanentemente, recebemos quem está o mercado de trabalho, ou não, atrás de competências que não tem, ou para reaprender ou ressignificar a carreira.”
Conforme José Luiz Esteves, o Senac, criado por uma estrutura 100% brasileira, proporciona o casamento entre a expectativa e o empresário empreendedor. Ao fazer uma autocrítica e uma autoavaliação, que começaram há décadas, tem o reconhecimento de instituições estrangeiras, ainda que o Brasil fique para trás em número de capacitações se pensarmos em Europa e EUA. “Mas o cenário mudou, assim como as formações. Hoje, o curso de gastronomia é tão concorrido e competitivo quanto as profissões tradicionais. O eixo mudou.”
ANÁLISE CRITERIOSA

No entanto, Daniel Kroeff faz um alerta: “A carreira do técnico tem menos fôlego, é mais curta, já que ser um profissional somente técnico não o possibilitará ascender para uma posição gerencial dentro de uma grande organização. Quem é muito cartesiano, sem relacionamento interpessoal simplesmente, não irá sobreviver na empresa”.
O professor reforça que a área técnica é valorizada até certo ponto, no entanto, é possível sim construir uma boa carreira. O problema, ele aponta, vem de empregadores que buscam no mercado um profissional “que seja criativo, disciplinado, comunicador e metódico, o que não existe. Essas características não se comunicam, é o mesmo que pedir um extrovertido e introvertido”.
É o que Daniel Kroeff chama de “mito do profissional perfeito”, enlatado, que já vem pronto. O que é uma contradição, já que é amplamente comprovado que a diversidade faz toda a diferença dentro do ambiente de trabalho. Agrega valor e traz resultado. “A carreira técnica é uma boa opção.” Entretanto, o professor enfatiza que “exige muita qualificação e a boa notícia é que existem ótimos cursos, gratuitos até e on-line. Com possibilidade de ter certificado da Universidade de Harvard”.
