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Estado de Minas

Técnicos europeus vão auditar fiscalização e controle de carne do Brasil

Ministério da Agricultura afirma ter ficado claro que suposto esquema criminoso envolvendo frigoríficos está ligado a falhas de conduta de servidores


postado em 31/03/2017 00:12 / atualizado em 31/03/2017 08:39

(foto: ANPr/Sindiavipar/Divulgação)
(foto: ANPr/Sindiavipar/Divulgação)
 

Brasília – O Ministério da Agricultura informou nessa quinta que a União Europeia (UE) decidiu fazer auditorias no sistema de fiscalização e controle da carne do Brasil. A decisão foi discutida pelo secretário de Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Luis Eduardo Rangel, com o diretor da DG Santé, órgão de controle sanitário da UE, Koen Van Dyck, em reunião que durou cerca de uma hora e meia no período da manhã e contou com a presença de técnicos brasileiros e europeus.

Em nota, a pasta informou que as auditorias, que serão feitas por técnicos do bloco econômico, “servirão para reafirmar a solidez e a segurança do nosso sistema fiscalização e controle”. As datas das auditorias ainda serão fixadas. O ministério informou ainda que os esclarecimentos feitos pelo governo brasileiro em relação à Operação Carne Fraca da Polícia Federal foram bem recebidos pelos representantes europeus.

A PF investiga suposto esquema criminoso envolvendo fiscais agropecuários, de adulteração de carne vencida e fisalização irregular em 21  frigoríficos. “Ficou claro que os problemas dizem respeito a falhas de conduta de servidores do ministério e que o controle sanitário e a qualidade dos produtos produzidos no Brasil estão mantidos”, cita a nota.

Durante a reunião, ficou acertado que, nas próximas horas, o Ministério da Agricultura encaminhará à União Europeia documento detalhado com todos os esclarecimentos solicitados. Na ocasião, os técnicos da UE também apresentaram uma agenda comercial, que inclui a visita de técnicos brasileiros a empresas que desejam exportar para o Brasil.

O ministro da Agricultura, Blairo Maggi, disse ainda ontem que “não será fácil” superar os problemas na cadeia produtiva da carne, que sofreu forte impacto com a Operação Carne Fraca. “Parou todo o sistema. Até recolocar, fazer com que as coisas voltem a acontecer, é natural (a demora).” Ele fez esse comentário ao ser questionado sobre a decisão da JBS, dona das marcas Friboi e Seara, de dar férias coletivas em 10 de suas 36 unidades de abate de bovinos no país e também pelo acúmulo de 300 mil perus para abater em granjas de Mineiros (GO), onde foi interditado um frigorífico da BRF que processa aves.

“Vamos ter problemas, sim”, admitiu Blairo Maggi. “Não é porque o mercado (externo) reabriu que volta tudo ao normal no dia seguinte”, lamentou. É por isso, explicou o ministro, que o governo anunciou na quarta-feira uma linha de crédito de R$ 1 bilhão para socorrer os produtores. Se, por exemplo, os granjeiros de Mineiros perderem os perus, “o prejuízo é gigante”, reconheceu. E esses produtores precisam de apoio financeiro para retomar suas atividades.

REABERTURA

O ministro previu que os frigoríficos interditados poderão ser reabertos em duas a três semanas. O Ministério da Agricultura aguarda os laudos técnicos para certificar-se que não há mais problemas.  “Não tem nenhuma ação para retardar”, afirmou. “O que queremos é a normalidade do mercado.”

O secretário-executivo da pasta, Eumar Novacki, disse que a área técnica está levantando dados sobre eventuais impactos da Operação Carne Fraca no mercado interno. No exterior, o efeito foi o baque nas exportações, com suspensão temporária das compras ou restrições em mais de 30 parceiros de comércio do Brasil no exterior. No ano passado, a China liderou as importações brasileiras de carne, proporcionando receita ao país de US$ 1,750 bilhão, seguida de Hong Kong, com US$ 1,510 bilhão e Arábia Saudita, US$ 1,270 bilhões. Da Europa, figura na lista a Holanda, que importou o equivalente a US$ 715 milhões, e Reino Unido, US$ 389 milhões.

FRONTEIRAS
Principais importadores da carne brasileira em 2016

País Receita em US$ bilhão

China 1,750
Hong Kong 1,510
Arábia Saudita 1,270
Rússia 1,030
Japão 0,747
Holanda 0,715
Egito 0,690
Emirados Árabes Unidos 0,585
Chile 0,441
Reino Unido 0,389
Fonte: Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços


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