A estimativa para o crescimento da economia brasileira neste ano será revisada em duas semanas, contou o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, em entrevista à Bloomberg. O anúncio virá após o Fundo Monetário Internacional (FMI) ter cortado a previsão para alta do Produto Interno Bruto (PIB) neste ano para 0,2%. O ministro, porém, não quis detalhar se a projeção, que atualmente aponta para alta de 1% do PIB, será revisada para baixo. “Vamos esperar e ver”, disse Meirelles ao ser questionado se o número virá mais em linha com o que espera o mercado e o FMI.
Meirelles, disse também estar muito satisfeito com o comportamento da taxa de câmbio brasileira em meio a uma valorização do dólar que é vista no mundo todo. “O fato concreto é que temos uma taxa de câmbio flutuante no Brasil e que estamos bastante confortáveis com o nível de taxa de câmbio que prevalece no Brasil”, disse. Ele falou rapidamente com jornalistas após almoço tradicional de Davos. Meirelles comentou que tem visto, durante os últimos meses, uma queda do prêmio de risco Brasil, seja medida por meio do Credit Default Swap (CDS) ou por outros indicadores.
“Temos uma tendência de fortalecimento do real, ao mesmo tempo temos uma tendência mais lenta de recuperação dos preços de commodities, com recuperação da economia mundial. Ou seja: temos uma tendência de fortalecimento do dólar e também doméstica do real”, comparou. A alta do dólar foi apontada por um importante painel de Davos ontem como uma das grandes preocupações econômicas de 2017.
Índice de valorização
Após dois anos o real voltou a ficar sobrevalorizado, segundo o popular índice Big Mac, calculado semestralmente pela revista britânica The Economist. A última vez que o real estava sobrevalorizado foi em janeiro de 2015 (+8,7%). O preço do tradicional sanduíche no Brasil é de R$ 16,50 (US$ 5,12) e a taxa de câmbio de mercado usada na pesquisa é de R$ 3,22. Entretanto, o índice Big Mac indica que a taxa de câmbio, com base no custo do sanduíche, deveria ser de R$ 3,26.