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Estado de Minas

Em Minas, falta trabalho para 2,39 milhões; na Grande BH o déficit é de 691 mil vagas

Em Minas, 2,39 milhões estão desempregados ou poderiam trabalhar, mas não encontram uma chance. Na Grande BH, esse universo alcança 691 mil pessoas


postado em 23/11/2016 06:00 / atualizado em 23/11/2016 07:47

Agência de emprego em BH: Trabalhadores subutilizados são 21,2% no Brasil e 20,6% no estado, taxas inferiores aos 21,6% observados na Grande BH(foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press - 19/2/16)
Agência de emprego em BH: Trabalhadores subutilizados são 21,2% no Brasil e 20,6% no estado, taxas inferiores aos 21,6% observados na Grande BH (foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press - 19/2/16)

Rio de Janeiro – O Brasil tem hoje 22,9 milhões de pessoas desempregadas, subocupadas ou inativas, mas que têm potencial para trabalhar e não conseguiram emprego. Significa dizer que falta trabalho para todo esse universo de brasileiros, segundo os dados relativos ao período de julho a setembro da Pesquisa por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), divulgada ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Essa enorme quantidade de gente na chamada condição de subutilizada na força de trabalho representava no terceiro trimestre 21,2% das pessoas em idade produtiva no país. Entre abril e junho, a taxa era de 20,9%, retratando 22,7 milhões de pessoas.

A chamada taxa composta da subutilização da força de trabalho contabiliza, portanto, os desocupados, aqueles que cumprem jornada inferior a 40 horas semanais, mas gostariam de trabalhar mais que isso; e uma parcela de brasileiros considerados na força de trabalho potencial. Quer dizer, este último grupo procurou emprego, mas não estava disponível para trabalhar por vários motivos, inclusive doença, ou gostaria de trabalhar, mas não procurou uma chance. De julho a setembro do ano passado, essa taxa era de 18%.

Em situação talvez mais difícil, a Grande Belo Horizonte convive com uma taxa de subutilização da forca de trabalho superior à média nacional, de 21,6%, ainda segundo o IBGE, representando 691 mil pessoas no trimestre terminado em setembro. (veja o quadro). Desse contingente, havia no período analisado 441 mil desempregados. Em Minas Gerais, o IBGE contabilizou 2,390 milhões de pessoas subutilizadas na força de trabalho, que somam 20,6% de todos aqueles com idade de trabalhar. Há 1,231 milhão de desempregados.

Seguindo o comportamento de elevação da taxa verificado no Brasil, em Minas Gerais a subutilização da força de trabalho alcançou 19,8% de julho a setembro do ano passado; e na Grande BH essa proporção era de 17,8% em idêntica base de comparação. De acordo com os dados divulgados ontem no completo da Pnad Contínua, a maior taxa composta da subutilização da força de trabalho foi observada no Nordeste, de 31,4%, enquanto a menor foi registrada no Sul, de 13,2%.

Bahia (34,1%), Piauí (32,6%), Maranhão (31,9%) e Sergipe (31,9%) foram os estados que apresentaram as maiores taxas de subutilização da força de trabalho. Os menores resultados foram observados em Santa Catarina (9,7%), Mato Grosso (13,2%) e Paraná (14,2%). Locomotiva da economia brasileira, São Paulo mostrou taxa de 12,8%, maior resultado da série histórica do IBGE de levantamento dos números sobre o mercado de trabalho, iniciada no primeiro trimestre de 2012.

AVANÇO PREOCUPANTE Desde janeiro de 2014, o IBGE divulga a taxa de desocupação em bases trimestrais para todo o território nacional. A nova pesquisa substituiu a Pesquisa Mensal de Emprego (PME), que abrangia apenas as seis principais regiões metropolitanas, e também a Pnad anual, que produz informações referentes somente ao mês de setembro de cada ano.

Em Minas Gerais, a taxa de desemprego foi de 11,2% no terceiro trimestre, tendo avançado 2,6% frente ao período de julho a setembro do ano passado e 0,3% na comparação com o segundo trimestre de 2016. O número de ocupados, de 9,757 milhões na última medição, caiu em 163 mil pessoas ante julho a setembro de 2015 e em 22 mil frente à média dos meses de abril, maio e junho.

Entraram no universo de desempregados no estado 294 mil trabalhadores a mais quando comparado ao ano passado. Em relação ao segundo trimestre de 2016, são 31 mil desocupados a mais. O rendimento médio real habitual no trimestre analisado foi de R$ 1.768, com queda de 1,6% frente ao trimestre anterior e 3,5% frente ao período de julho a setembro do ano passado.

Reação só em meados de 2017


Os dados recentes do mercado de trabalho reforçam o cenário de pessimismo desenhado para o emprego até o segundo trimestre de 2017, quando finalmente a taxa de desocupação deve começar a se estabilizar. A avaliação é do pesquisador do Centro de Pesquisa Econômica Aplicada do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV) Tiago Barreira. Os resultados da Pnad Contínua, divulgados pelo IBGE mostram que a taxa de desemprego atingiu patamar recorde no terceiro trimestre em 19 unidades da federação. Em Minas, foi de 11,2%.

“Vemos perspectiva de piora do desemprego até o primeiro trimestre do ano que vem. A taxa de desocupação começa a ficar estável no segundo trimestre, e no terceiro trimestre começamos a ter queda no desemprego”, previu Barreira. Nos casos de São Paulo e Minas Gerais, o patamar recorde de desemprego tem relação com as dispensas de trabalhadores da indústria e do setor de serviços.

Em relação ao terceiro trimestre de 2015, todos os estados registraram aumento na taxa de desemprego neste ano. “Não houve nenhum Estado que fosse um ponto fora da curva. Todos apresentaram aumento na desocupação e redução do nível de emprego”, disse o pesquisador do Ibre/FGV.

A chamada força de trabalho potencial soma atualmente 6,1 milhões de pessoas no Brasil, reunindo nesse conceito aquelas que estão na inatividade, mas têm potencial para voltar a trabalhar. “O desalento é uma parcela dessa população que está fora da força de trabalho, mas tem potencial para estar dentro dela”, lembrou Cimar Azeredo, coordenador de Trabalho e Rendimento do IBGE.

 

RETRATO DA CRISE

Principais resultados do mercado de trabalho em julho, agosto e setembro



Mão de obra subutilizada


NO BRASIL    22,9 milhões
EM MINAS    2,39 milhões
NA GRANDE BH    691 mil

Quantos são

» NO BRASIL

4,8 milhões
Trabalhadores com jornada inferior a 40 horas semanais, mas que gostariam de trabalhar mais que isso

6,1 milhões
Aqueles que gostariam de trabalhar, mas não procuraram ou não estavam disponíveis
para trabalhar

12,022 milhões
Número de desempregados

21,2%
Taxa de subutilização da
 força de trabalho


» EM MINAS



542 mil
Trabalhadores com jornada inferior a 40 horas semanais, mas que gostariam de trabalhar mais que isso

617 mil
Aqueles que gostariam de trabalhar, mas não procuraram ou não estavam disponíveis
para trabalhar

1,231 milhão
Número de desempregados

20,6%
Taxa de subutilização da
força de trabalho


» NA GRANDE BH


117 mil
Trabalhadores com jornada inferior a 40 horas semanais, mas que gostariam de trabalhar mais que isso

134 mil
Aqueles que gostariam de trabalhar, mas não procuraram ou não estavam disponíveis
para trabalhar

441 mil
Número de desempregados

21,6%
Taxa de subutilização
da força de trabalho

Fonte: IBGE


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