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Estado de Minas

Desemprego é preocupação para Natal que está chegando


postado em 08/09/2016 06:00 / atualizado em 08/09/2016 07:39

Pessoas em busca de trabalho no Sine de BH: desocupação em alta pode afetar previsões de consumo (foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press - 19/2/16)
Pessoas em busca de trabalho no Sine de BH: desocupação em alta pode afetar previsões de consumo (foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press - 19/2/16)

Brasília – O maior risco para o desempenho das vendas de Natal está, hoje, no desemprego. Quem não tem renda mensal garantida evita gastar. Mas as consequências vão muito além desse grupo de pessoas. Há o efeito indireto: o fato de uma pessoa ter um parente ou um amigo sem trabalho faz muitas vezes com que ela pise no freio do consumo. Evita até mesmo compras parceladas, pelo medo de perder o salário e transformar as dívidas em um fardo.

O país fecha postos de trabalho por 16 meses seguidos, conforme dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). A tendência é de que a situação piore nos próximos meses, diz o especialista em mercado de trabalho Rodolfo Peres Torelly. Ele projeta que pelo menos 1,3 milhão de vagas serão destruídas, totalizando 12 milhões de desempregados no Brasil até o fim do ano.

A economista-chefe da Rosenberg Associados, Thaís Marzola Zara, avalia que as perspectivas para o mercado de trabalho estão longe de animadoras. Ela detalha que a combinação do forte desaquecimento da produção, que se traduz em queda do nível de ocupação e aumento da busca por trabalho, com a redução da renda real explicam o aumento da desocupação. “O pico da taxa de desocupação deverá ser atingido em algum momento no primeiro semestre de 2017, ainda que tenhamos alguma recuperação da atividade antes disso, já que o mercado de trabalho reage com grandes defasagens”, comenta.

Apesar disso, a elevação da confiança, os sinais de estabilização de alguns setores da economia, como o setor industrial, pode contribuir para que a destruição de postos de trabalho seja mais suave daqui para frente, destaca o diretor de Pesquisas e Estudos Econômicos do Bradesco, Octávio de Barros. “Em contrapartida, acreditamos que os menores ganhos salariais nominais observados nos últimos meses serão mais persistentes”, diz.

Despreparo O baixo nível de instrução da população brasileira e a inexperiência têm sido um empecilho para quem busca uma vaga no mercado de trabalho. Jovens entre 18 e 24 anos e trabalhadores com nível médio incompleto têm amargado as maiores taxas de desemprego do país. O nível de desocupação nessa faixa etária chegou a 24,5% no primeiro semestre, o equivalente a 3,6 milhões de pessoas conforme dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Esse contingente supera a população do Distrito Federal e a tendência é que continue em alta diante da profunda recessão econômica.

O nível de desocupação para quem não concluiu o ensino médio também está acima dos dois dígitos: chega a 20,6% e corresponde a 1,3 milhão de trabalhadores. A falta de experiência e o baixo nível de escolaridade levam esses dois grupos a liderar o ranking de desocupados, explica o especialista em mercado de trabalho Rodolfo Peres Torelly. Ele ressalta que em momentos de crise, as empresas preferem reter os trabalhadores mais qualificados e experientes e, por isso, os mais jovens e com menor nível de instrução são dispensados.


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