Rio de Janeiro – A provisão bilionária que a mineradora Vale realizou devido ao acordo fechado com autoridades brasileiras como parte do ressarcimento pelo desastre na Samarco, sua controlada, em Mariana, na Região Central de Minas Gerais, afetou o resultado da companhia no segundo trimestre do ano. Com isso, a maior produtora de minério de ferro do mundo apresentou lucro líquido de R$ 3,58 bilhões de abril a junho deste ano, queda de 30% em relação ao mesmo período do ano passado e recuo de 43% ante o observado nos três primeiros meses do ano (R$ 6,31 bilhões).
A retomada das operações da Samarco deve ser encarada sob uma perspectiva de longo prazo, afirmou em teleconferência o presidente da Vale, Murilo Ferreira. O executivo se referiu a uma solução permanente para a questão do depósito dos rejeitos da companhia, paralisada desde o rompimento da barragem de Fundão, em novembro do ano passado, que matou 19 pessoas em Mariana.
Segundo Ferreira, há discussões legislativas sobre a questão da colocação dos depósitos dos rejeitos em Minas. Ele destacou o bom diálogo da Vale com a BHP Billiton, sua sócia na Samarco, e disse ainda que a mineradora tem ativos que podem colaborar com a retomada.