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Estado de Minas

CNI causa polêmica ao citar jornada de trabalho de 80 horas semanais

Presidente da CNI, Robson Andrade, citou medidas aplicadas na França como exemplo ao defender mudanças duras na Previdência Social e nas leis trabalhistas brasileiras.


postado em 08/07/2016 16:16 / atualizado em 08/07/2016 17:12

Segundo Andrade, a França passou de 36 horas para a possibilidade de ter até 80 horas de trabalho semanal e até 12 horas diárias de trabalho(foto: Marcos Michelin/EM/D.A Press - 01/04/2009)
Segundo Andrade, a França passou de 36 horas para a possibilidade de ter até 80 horas de trabalho semanal e até 12 horas diárias de trabalho (foto: Marcos Michelin/EM/D.A Press - 01/04/2009)

O presidente da CNI (Confederação Nacional da Indústria), Robson Braga de Andrade, criou polêmica nesta sexta-feira (8) ao citar a França para defender mudanças na jornada de trabalho no Brasil. Andrade comentou que, naquele país, foi autorizada uma carga horária de até 80 horas semanais e de 12 horas diárias para os trabalhadores. O exemplo francês foi citado por ele ao dizer que, para o governo melhorar a situação do déficit fiscal, serão necessárias “mudanças duras” tanto na Previdência Social quanto nas leis trabalhistas brasileiras.

As declarações foram feitas após reunião de Andrade com o presidente em exercício Michel Temer e cerca de 100 empresários. “No Brasil, temos 44 horas de trabalho semanal e as centrais sindicais tentam passar esse número para 40. A França, que tem 36, passou para a possibilidade de até 80 horas de trabalho semanal e até 12 horas diárias de trabalho", disse.

Segundo Andrade, a França perdeu a competitividade de sua indústria com relação aos demais países da Europa. “Agora, está revertendo e revendo suas medidas para criar competitividade. O mundo é assim e temos de estar aberto para fazer essas mudanças. Ficamos ansiosos para que essas mudanças sejam apresentadas no menor tempo possível", afirmou o empresário.

“Um déficit de R$ 139 bilhões [para 2017]. Acho que foi uma demonstração de responsabilidade do governo apresentar as dificuldades que têm e o esforço que será feito para contornar essas dificuldades”, afirmou o presidente da CNI. Segundo ele, ao considerar que, em 2016, o déficit será de R$ 170 bilhões, a conclusão é que haverá, em algumas áreas, crescimento de despesas governamentais.

“É claro que a iniciativa privada está ansiosa para ver medidas duras, difíceis de serem apresentadas. Por exemplo, a questão da Previdência Social. Tem de haver mudanças na Previdência Social. Caso contrário, não teremos no Brasil um futuro promissor”, acrescentou. Robson Andrade defendeu também a implementação de reformas trabalhistas. Para ele, o empresariado está “ansioso” para que essas mudanças sejam apresentadas “no menor tempo possível”.

No entanto, a assessoria de imprensa da CNI informou, por meio de nota, que Robson Braga de Andrade "jamais"  defendeu que as medidas adotadas na França sejam aplicadas no Brasil. "A CNI tem profundo respeito pelos trabalhadores brasileiros e pelos direitos constitucionais, símbolo máximo das conquistas sociais de nossa sociedade", diz o texto. 


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