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Estado de Minas

No embalo do dólar

Valor da moeda dos EUA derruba gastos de brasileiros no exterior e leva país a ter superávit de US$ 1,2 bi nas contas externas em maio


postado em 25/06/2016 00:12

Brasília – O dólar caro, como toda moeda, tem dois lados. Por um está incrementando as receitas do país na relação com o mundo e gerando superávit nas contas externas. Por outro está afugentando os brasileiros dos destinos fora do país e promovendo a redução continua dos gastos com viagens no exterior. As contas externas fecharam o mês de maio novamente no azul, com um superávit de US$ 1,2 bilhão. Este é o segundo mês consecutivo em que o resultado de todas as trocas de serviços e do comércio do Brasil com o resto do mundo ficou positivo, após sete anos no vermelho. No mesmo mês do ano passado, o resultado havia sido um déficit de US$ 3,4 bilhões.

Já os gastos dos brasileiros no exterior continuam a cair. Os viajantes não gastam tão pouco desde 2009. Em maio, os brasileiros deixaram US$ 1,113 bilhão no exterior. No mesmo mês do ano passado, os gastos foram de US$ 1,414 bilhão. No ano, os viajantes gastaram R$ 5,161 bilhões fora do país, 37% a menos do que os R$ 8,291 bilhões de janeiro a maio do ano passado e também o pior resultado desde 2009. A virada na contabilidade é resultado de um ajuste imposto pelo mercado financeiro, que aumentou o dólar a cada sinal de deterioração da economia no ano passado.

Com o real desvalorizado frente ao dólar, as exportações ficaram mais atrativas aos empresários e os gastos com compra de máquinas e equipamentos em dólar cai. Assim como o custo das viagens para fora do país fica mais alto e provoca queda nos gastos dos brasileiros no exterior, o que também contribui para o saldo positivo nas contas exterrnas. Nos cinco primeiros meses de 2016, o déficit das chamadas transações correntes caiu 83% em relação ao mesmo período do ano passado. De janeiro a maio, o resultado ficou negativo em US$ 5,9 bilhões. No mesmo período do ano passado, o rombo era de US$ 35,3 bilhões. Já nos últimos 12 meses até maio deste ano, o saldo das transações correntes está negativo em US$ 29,523 bilhões, o que representa 1,70% do Produto Interno Bruto (PIB).

A balança comercial registrou um saldo positivo de US$ 6,251 bilhões em maio, enquanto a conta de serviços ficou negativa em US$ 2,489 bilhões. A conta de renda primária também ficou deficitária em US$ 2,834 bilhões. No caso da conta financeira, o resultado ficou no azul em US$ 1,712 bilhão. A remessa de lucros e dividendos de companhias instaladas no Brasil para suas matrizes foi de US$ 1,706 bilhão em maio, segundo dados do Banco Central. A saída líquida representa um volume menor do que os US$ 1,946 bilhão que foram enviados em igual mês do ano passado, já descontados os ingressos.

Rombo menor Por conta dos números melhores do que o esperado, o BC reviu a previsão para o déficit das chamadas transações correntes para este ano. A projeção para 2016, que antes era de um rombo de US$ 25 bilhões, caiu para um resultado negativo de US$ 15 bilhões. No caso da balança comercial, que vem surpreendendo positivamente desde o início do ano, a expectativa do BC melhorou mais uma vez: apresentava estimativa de um saldo positivo de US$ 30 bilhões no fim do ano passado, mudou para um superávit de US$ 40 bilhões em 2016 e agora para US$ 50 bilhões.


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