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Estado de Minas

Concorrência desleal na disputa por alunos nas autoescolas

Diante da crise financeira, as escolas travam um embate nem sempre saudável na prestação do serviço


postado em 06/06/2016 06:00 / atualizado em 06/06/2016 10:38

 A grave situação financeira das autoescolas leva a uma disputa nem sempre saudável na prestação do serviço. O presidente do sindicato das empresas conta que há escolas, no interior de Minas, oferecendo ao custo de R$ 400 um processo de habilitação que requer investimento de R$ 1,8 mil. O preço inclui formação teórica e prática, além de exames. Alessandro Dias conta, ainda, que essa espécie de prática comercial predatória tem sido usada como salvação do negócio.


“Em Divinópolis (no Centro-Oeste do estado), por exemplo, há locais que colocaram faixas oferecendo preços abaixo dos praticados pelo mercado. No Triângulo Mineiro, uma empresa está cobrando R$ 699 pelo serviço com parcelamento em 12 vezes. Isso é impraticável e o consumidor deve desconfiar”, reconhece o empresário.


Com a crise da economia, a habilitação deixou de ser prioridade, a não ser para aqueles que buscam a carteira como uma possível fonte de renda, na avaliação de Alessandro Dias. Ele diz que o simulador de direção veicular, equipamento que passou a ser obrigatório neste ano, substituiu um serviço pelo outro e houve um pequeno repasse no valor das aulas. “Mas são vários os fatores que influenciam a situação dos centros de condutores. Um outro é a própria queda de vendas da indústria automotiva. Além disso, somos, em grande parte, pequenas empresas e, como tal, não temos muito suporte para uma crise dessas.”


Segundo consultas do sindicato ao Departamento de Trânsito de Minas Gerais (Detran), até o ano passado, eram 1.864 empresas credenciadas no órgão e, atualmente, há 1.797. “Esse é um número on-line e se refere àquelas autoescolas que conseguem honrar seus compromissos. Assim mantêm o cadastro, mas a partir do momento em que não conseguem honrar o que devem, perdem o credenciamento”, diz Alessandro Dias.


Nos últimos 12 meses, ele estima que 5% das empresas encerraram o negócio. “Na minha empresa, por exemplo, cheguei a ter 35 funcionários e, hoje, conto com 22. Tinha o dobro da frota que tenho hoje. Meus carros atendiam 10 alunos cada, em média, e hoje, são três por veículo”, lamenta. O impacto da recessão afeta toda a cadeia de prestação do serviço, já que até as concessionárias de veículos registram baixa na demanda das autoescolas pela manutenção de veículos.

 

Enquanto isso...

...EM BAIXA

O número de veículos emplacados de janeiro a maio deste ano caiu 26,6% em relação ao mesmo período do ano passado, de acordo com a Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave), divulgados na última quarta-feira. Ao todo, foram emplacados pouco mais de 811 mil veículos no período, ante 1,1 milhão com emplacamento em 2015.


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