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Estado de Minas ENERGIA SOLAR

Investimentos na indústria somam R$ 2,4 bilhões

Até 2018 serão instalados projetos de geração fotovoltaica de grande porte no estado. O maior deles, em Pirapora, terá capacidade para atender cerca de 1 milhão de pessoas


postado em 24/04/2016 06:00 / atualizado em 24/04/2016 08:16

Diretora da Emap Solar, Miriam Diniz diz que mercado deve crescer 300% este ano. Empresa instalou usina de energia no estádio do Mineirão(foto: Alexandre Guzanshe/EM/D.A.Press)
Diretora da Emap Solar, Miriam Diniz diz que mercado deve crescer 300% este ano. Empresa instalou usina de energia no estádio do Mineirão (foto: Alexandre Guzanshe/EM/D.A.Press)

Na liderança da geração fotovoltaica distribuída, que acontece com as micro e miniusinas instaladas nos telhados de residências, prédios comerciais e pequenas fábricas, Minas Gerais tem investimentos também em usinas de maior porte. Entre 2017 e 2018 existem projetos contratados na ordem de R$ 2,4 bilhões para geração fotovoltaica no estado. Um dos principais aportes é o da usina que será instalada pela espanhola Solatio Energia, em Pirapora, com recursos na ordem de R$ 1,6 bilhão. A primeira fase do empreendimento está confirmada para entrar em operação em julho de 2017.

No ano passado, o aumento da tarifa de energia elétrica para o consumidor brasileiro encareceu a conta em uma média de 51%, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e estatística (IBGE). Em tempos de crise, a geração fotovoltaica, além de aliviar o bolso do consumidor, do comércio e da indústria, tem grande capacidade de geração de emprego. Bárbara Rubim coordenadora no Greenpeace da campanha de energias renováveis, diz que entre os sistemas de geração de energia, o fotovoltaico é o campeão na abertura de postos de trabalho. “São 30 empregos por megawatt instalados”, garante.

Segundo ela, o setor pode deslanchar no país, mas depende de uma política pública, como redução por tempo determinado de impostos como PIS/Cofins e IPI, já que grande parte dos equipamentos utilizados no setor são importados. “Só teremos queda de preços da tecnologia, com a escala, o que acontecerá com o fortalecimento do mercado interno.” Outra medida defendida pelo Greenpeace para popularizar o uso da energia fotovoltaica está na reserva do trabalhador. “O governo poderia, por exemplo, liberar o uso do FGTS para implantação de usinas residenciais, isso seria um grande benefício.”

Atualmente a Solatio totaliza 1 Gigawatt em projetos em todo o Brasil já contratados pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), 640 megawatts em Minas Gerais e 360 megawatts em São Paulo. “Em Pirapora o potencial de geração é de 600 mil megawatts/hora ano, e a usina terá duas etapas. A primeira fase entrará em operação em julho de 2017 e a segunda em novembro de 2018”, diz Bárbara Freire, diretora de novos negócios da Solatio. Pelos cálculos da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar) a geração em Pirapora vai gerar um volume de energia capaz de atender a 300 residências, perto de 1 milhão de consumidores.

AQUECIDO Em Belo Horizonte, Miriam Diniz, diretora de novos negócios da Emap Solar, especializada na instalação de usinas e sistemas fotovoltaicos de geração distribuída, aponta que, a despeito da crise que o país enfrenta, o cenário é promissor para o setor que tem participação ainda mínima no país. “Este ano, esperamos crescer 300% o que coincide com a expectativa do mercado”, comenta. A empresa, que foi responsável por instalar o sistema fotovoltaico do estádio do Mineirão, diz que 80% de seus projetos são residenciais e que tem crescido o interesse pela fonte renovável.

“Precisamos ter linhas de crédito mais específicas com taxas de juros mais atrativas”, considera a diretora da Emap. Segundo ela, hoje, quem recorre as instituições financeiras para viabilizar projetos vai encontrar taxas variando entre 2% e 3% ao mês. “O que é muito alto.” Miriam lembra ainda a diferença existente entre o sistema utilizado por brasileiros para aquecimento da água e a geração de energia. “São sistemas diferentes.” Nas usinas ou geração distribuída, a energia gerada pelos painéis fotovoltaicos é entregue à rede elétrica convencional.

Bárbara Rubim, do Greenpeace, aponta ainda como benefício da renovável, a velocidade de montagem de um parque solar, que pode levar seis meses apenas, e o seu menor impacto ambiental. Ela diz que nos países onde a tecnologia deslanchou houve apoio público e perspicácia do setor privado para contornar os entraves. A boa notícia, segundo a especialista, é que até o ano passado (última lista disponível) o Brasil figurava entre os 10 países mais atrativos para investimentos em energias renováveis.

REGULAMENTAÇÃO No país a regulação para geração distribuída só foi finalizada no ano passado. “Apesar de o Brasil estar bem atrasado em relação ao mundo, o potencial do país é grande”, considera Fábio Luiz Cuberos, diretor de regulação da Safira Energia. Ele acredita que um alívio de impostos como o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) poderia incentivar principalmente o mercado da geração distribuída, já que esse sistema é interessante para o consumidor, trazendo alívio direto na conta de energia e um retorno do investimento em até nove anos. Os leilões mais regulares para a energia fotovoltaica também são uma primeira sinalização para o início da escala.

Apesar de os grandes projetos nacionais de geração privilegiarem o sistema hidrelétrico, para muitos, mundialmente o momento é auspicioso para as energias renováveis. Na opinião da espanhola Solatio, o setor de energias renováveis vive expectativas de expansão em todo o mundo, principalmente no Brasil. “O preço da energia solar não oscila tanto com o aumento da inflação do país devido ao constante melhoramento de seus equipamentos e diminuição de custos em economia de escala”, comenta Bárbara Freire.
 
 


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