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Estado de Minas

Acionistas da Usiminas perto de acordo para injetar capital na empresa

Nippon Steel e Ternium/Techint intensificam negociações para injetar R$ 1 bi na empresa. Valor ainda gera divergência


postado em 09/03/2016 06:00 / atualizado em 09/03/2016 08:13

A proposta de capitalização da Usiminas, já encampada pelo grupo Nippon Steel, acionista da siderúrgica mineira desde meados dos anos 50, e pela sócia ítalo-argentina Ternium/Techint, caminha para um desfecho que poderá resultar em injeção de dinheiro novo no caixa da empresa mineira até julho. Os executivos da Nippon redobraram esforços na última semana para negociar um aumento de capital de até R$ 1 bilhão, cifra que o conglomerado japonês deixou claro estar disposto a investir – se necessário, só do seu bolso – na Usiminas, para afastar a necessidade de um pedido de recuperação judicial a partir do mês que vem. O assunto será discutido sexta-feira em reunião extraordinária do Conselho de Administração da companhia.

A Ternium aceita capitalizar a empresa como parte de uma conjunto de iniciativas de curto prazo para aliviar o endividamento da companhia. Em nota enviada ontem ao Estado de Minas, a acionista confirmou que concorda com a operação, mas não menciona valores, observando, no entanto, tratar-se de “um aporte limitado de capital, a fim de evitar diluições desnecessárias”.

Fonte próxima a Nippon Steel confirmou ontem ao EM que a empresa está disposta a aportar até R$ 1 bilhão na siderúrgica mineira. “Estamos fazendo todos os esforços para que a Ternium nos acompanhe no aumento de capital, sem que isso signifique mudança no acordo de acionistas, vigente até 2031”, informou o grupo japonês. O consenso sobre um plano de recuperação da siderúrgica vem esbarrando no conflito de posições entre os acionistas que se arrasta há cerca de dois anos.

Proposição feita pela diretoria da Usiminas avalia em R$ 4 bilhões as medidas para reerguer a siderúrgica. Fonte ligada à empresa ouvida pelo EM afirmou que o aumento de capital proposto pela Nippon implica aporte equivalente a 20% do capital, respeitando-se as regras da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) para que qualquer acionista detentor de papéis preferenciais (PN) ou ordinários (ON) exerça seus direitos na operação.

Ainda segundo a fonte, uma vez acertado o aumento de capital, o dinheiro poderia ingressar no caixa da empresa em cerca de 90 dias. A Usiminas terá, então, condições de negociar a liberação de parcela entre R$ 600 milhões e R$ 700 milhões do caixa da Mineração Usiminas, empresa na qual tem como sócio a japonesa Sumitomo Corporation. Assim, o reforço financeiro seria suficiente para a siderúrgica atravessar os próximos dois anos. Ainda por meio da nota encaminhada ao EM, a Ternium diz acreditar que as melhores alternativas de curto prazo são a utilização imediata do recurso disponível na Mineração Usiminas, uma negociação para prolongar os vencimentos de curto prazo, além do aporte limitado de capital. “Tais premissas confirmam o compromisso da Ternium com o futuro da Usiminas”, diz a nota.

A operação de capitalização permite ainda o refinanciamento da dívida da Usiminas, de quase R$ 8 bilhões. Em rodada de conversas com os principais bancos credores, a diretoria da siderúrgica teria obtido o compromisso de que eles dariam tempo à empresa, sem forçar uma situação de falência, mediante a capitalização pelos sócios. Há débitos de curto prazo no valor de R$ 1,920 bilhão, com vencimento em dezembro. Os principais credores são Itaú, Santander, Bradesco, BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) e o banco japonês de fomento JBIC (Japan Bank for International Cooperation).


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