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Estado de Minas

Nem foliões salvaram hotéis de BH da baixa ocupação

No carnaval de BH, taxa média foi de 47,5% de quartos negociados, ante expectativa inicial de 60%. Em Ouro Preto, empresas se viram obrigadas a reduzir preço da diária


postado em 11/02/2016 06:00 / atualizado em 11/02/2016 07:51

Promoção que premiou cliente com diária grátis deu bom resultado, segundo o gerente Roosevel Coelho(foto: Alexandre Guzanshe/EM/D.A Press)
Promoção que premiou cliente com diária grátis deu bom resultado, segundo o gerente Roosevel Coelho (foto: Alexandre Guzanshe/EM/D.A Press)

Enquanto Belo Horizonte se consagrava como uma das capitais do carnaval, arrastando público recorde de 1,6 milhão de pessoas pelas ruas, para a rede hoteleira da cidade não houve confete nem serpentina. Durante os cinco dias de folia, a taxa de ocupação dos hotéis e pousadas de BH foi de 47,5%, na média, bem abaixo dos 60% esperados pelas empresas. Estabelecimentos localizados nas regiões da Savassi e Centro, por onde passaram muitos blocos, foram os que conseguiram receber mais hóspedes, ainda assim usando como isca para espantar a crise e atrair os foliões de fora da capital promoções tentadoras, além de manter os preços praticados no ano passado. Com isso, alguns dos empreendimentos conseguiram elevar a ocupação a 80% ou mais.


Com os cerca de 30 mil leitos em BH, achar uma vaga em hotéis durante o reinado do Momo não foi tarefa difícil pra ninguém. Isso porque, conforme comenta a presidente da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis em Minas Gerais (Abih-MG), Patrícia Coutinho, o carnaval da cidade atrai os próprios belo-horizontinos. “Há muitas pessoas nas ruas, mas grande parte é gente da cidade que deixou de viajar. E, em BH, ainda há o hábito de oferecer a casa aos amigos de fora. Esse é o perfil da nossa festa, e isso tem que mudar”, afirma.


(foto: Clique aqui para ampliar a imagem)
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Patrícia disse que a ocupação da rede hoteleira, neste ano, ficou bem abaixo do esperado. “Para que a folia mexa com a nossa economia, tem que ser repensada e melhor divulgada. Os hotéis na região da Pampulha, por exemplo, ficaram praticamente vazios”, critica.


Na comparação com o movimento da rede no ano passado, entretanto, houve um crescimento de 10% da taxa de ocupação, que estava em 36,74% na média de 2015. A diária média se manteve em torno de R$ 173, mesmo com a inflação de 10, 67% no ano passado, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). “O carnaval daqui está crescendo, o que é muito positivo para a cidade e também para divulgação da capital como destino, mas uma taxa de ocupação abaixo de 60% é insuficiente para que possamos cobrir os custos operacionais”, afirma a presidente da Abih em Minas.

Segundo Débora Amorim, responsável pela Pousada Lagoa, na Região da Pampulha, houve queda no movimento da hospedagem em relação ao ano passado. “Mantivemos o preço que cobramos em 2015, de R$ 149 a diária para o casal. Temos 13 quartos que ficaram lotados no ano passado. Neste ano, as pessoas estão economizando por causa da recessão e, além disso, aqui na Pampulha, não houve muitos blocos carnavalescos”, observa.

ATRÁS DOS BLOCOS Do outro lado da cidade, onde a programação foi mais intensa, os hotéis tiveram melhor resultado. De acordo com a Abih, a rede do Hipercentro e da Savassi verificou aumento da ocupação. “Foi muito melhor do que o ano passado”, disse o gerente-geral do E.Suites Sion, Roosevel Coelho. No ano passado, a taxa de ocupação foi de 39,5%, e neste ano passou para 69% nos cinco dias do carnaval. “De sábado até segunda, a taxa foi de 84%”, comemora o executivo.

Segundo Roosevel Coelho, muitos foram os hóspedes que voltaram a BH trazendo amigos e familiares para a festa. “Investimos em um trabalho de divulgação e também em uma promoção que deu certo: o cliente que ficasse duas noites, ganhava a terceira diária”, conta. O valor da hospedagem, dentro do pacote, custou R$ 161,93. “Recebemos muita gente do interior e até da Bahia. Colocamos o café da manhã até mais tarde, com suco detox para os foliões. Queremos que ano que vem seja ainda melhor”, aposta Coelho.

CIDADES HISTÓRICAS O efeito BH, com 1,6 milhão de pessoas nas ruas, foi um dos fatores que contribuiu para a tranquilidade do tradicional carnaval de Ouro Preto. “Tivemos uma taxa de ocupação de 70%, índice bem menor do que o registrado no ano passado, quando a rede hoteleira ficou lotada”, informou Antoninho Tavares do Santos, presidente da Abih regional Circuito do Ouro. Ele disse que, apesar do público menor, a cidade ganhou em qualidade do evento. “Foi dentro do esperado. Neste ano, a folia foi das famílias, não havia tumulto pelas ruas”, disse.

Apesar da queda no movimento, a rede hoteleira de Ouro Preto chegou até a diminuir os valores das diárias para atrair os hóspedes. “O meu estabelecimento diminuiu em cerca de 30 % o valor da diária. No ano passado, cobramos, em média, R$ 1,6 mil para um pacote de cinco dias e, neste ano, o preço foi de R$ 1,1 mil”, afirma Santos, que atribui a queda do movimento no carnaval em Ouro Preto à crise econômica e ao sucesso da folia de BH e de outras capitais. “Não queremos mais multidão. É um risco ao patrimônio histórico.” Em Mariana, houve também 70% da ocupação dos hotéis. “Infelizmente, muitas pessoas, por causa do vazamento da barragem da Samarco, acharam que a cidade tinha acabado. Mas ela está como sempre foi”, afirmou.


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