(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas

Dólar caro reduz rombo da balança comercial

Queda nos gastos fora do Brasil de US$ 1,2 bi em outubro para US$ 505 mi em novembro baixa déficit na conta externa


postado em 22/12/2015 06:00 / atualizado em 22/12/2015 07:38


Brasília – O Banco Central apresentou nessa segunda-feira (21) o resultado do setor externo com uma série de resultados positivos. O principal deles foi o de que o Brasil reduziu o saldo negativo em transações correntes (soma de todas as operações do país com o exterior), em novembro. O rombo ficou em US$ 2,9 bilhões no mês, bem abaixo do projetado pela própria autoridade monetária, de US$ 4,5 bilhões. Em 12 meses, a queda no déficit de transações correntes foi de 68%, baixando de 4,3% do PIB em 2014 (US$ 9,148 bilhões), para 3,7%. O resultado, aparentemente bom, no entender dos analistas do mercado, tem que ser analisado com cautela.

“Os números se tornam ruins quando se faz um diagnóstico detalhado da origem dos dados”, ressaltou Alex Agostini, economista da agência de classificação de risco Austin Rating. Entre os itens, apontou, vale destacar que, embora a conta de serviços tenha surpreendido o mercado com uma melhora no saldo negativo (de US$ 2,8 bilhões para US$ 2,4 bilhões), em novembro, essa melhora se deve principalmente a fatores como cenário recessivo, alta nos níveis de desemprego e preço do dólar nas alturas, o que tem feito os brasileiros adiarem as viagens para o exterior. Os gastos dos brasileiros fora do país despencaram de US$ 1,2 bilhão em outubro para US$ 505 milhões no mês passado.

Ao divulgar o resultado das contas externas brasileiras de novembro, o chefe do Departamento Econômico do Banco Central (BC), Túlio Maciel, admitiu que o os resultados do setor externo refletem de forma contundente a forte desvalorização do real frente a moeda norte-americana, que chega a quase 40% este ano, e a perda de dinamismo da atividade doméstica, que reduz a demanda por bens e serviços externos. Para dezembro, Maciel estima um déficit de US$ 5,6 bilhões nas transações correntes. “Os déficits estão bem inferiores se comparados com o ano passado”, ressaltou. Em dezembro de 2014, o déficit em transações correntes somou US$ 11,5 bilhões.

Para Agostini, no entanto, a retração acendeu o sinal de alerta. “A conta de serviços é muito importante. Viagens não significam somente passeio, mas também negócios, ampliação de fronteiras. O Brasil precisa aumentar a relação com o exterior para crescer e melhorar a capacidade produtiva. Ao contrário o que vemos é o Brasil encolhendo e os nossos parceiros, crescendo”, argumentou.

Investimentos diretos melhoram

O Investimento Direto no País (IDP) também trouxe pequeno alento. O déficit foi de US$ 4,93 bilhões, montante suficiente para cobrir o déficit e em conta-corrente no mês e que também superou as expectativas do Banco Central que previa ingresso total de US$ 4,8 bilhões, em novembro. No ano, o IDP caiu 31% em relação ao mesmo período de 2014 (US$ 59,85 bilhões). Em 12 meses, as entradas de recursos somam US$ 69,856 bilhões, ou 3,81% do PIB, uma alta em comparação os 3,74% do PIB de outubro. Para os analistas, o lado perverso do IDP é que o ajuste está sendo feito pelo lado ruim: com queda drástica das importações e das exportações.


receba nossa newsletter

Comece o dia com as notícias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, faça seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)