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Estado de Minas

Comércio popular salva vendas de Natal em BH

Setor mantém as vendas, oferecendo descontos nos preços, variedade de produtos e facilidade no pagamento


postado em 21/12/2015 06:00 / atualizado em 21/12/2015 07:38

Com a queda da renda, consumidores buscaram ofertas na feira hippie(foto: Beto Novaes/EM/D.A Press)
Com a queda da renda, consumidores buscaram ofertas na feira hippie (foto: Beto Novaes/EM/D.A Press)
Às vésperas do Natal, o comércio popular atrai o consumidor arredio, em meio à perda de renda e às indefinições na economia, com a máxima do BBB: barato, bom e bonito. É o que explica o movimento intenso no domingo na tradicional Feira de Artesanato de Belo Horizonte, na Avenida Afonso Pena, Centro da cidade. O movimento de clientes e as vendas indicam como o consumidor vai presentear. No último domingo antes da festa cristã, a famosa feira hippie ficou lotada, mostrando a força do varejo alternativo. Variedade de produtos, oferta de descontos nos preços e facilidade para quem pagasse em dinheiro garantiram as vendas.

Expositores gostaram do que viram ontem na feira. “A crise interfere em todos os seguimentos, mas vemos que a feira acaba se tornando uma opção por ter preço bom e qualidade”, afirma o presidente da Associação dos Expositores da Feira de Artesanato da Afonso Pena (Asseap), William dos Santos Pinto. Mesmo em épocas de recessão, segundo o coordenador da entidade, Gilberto de Assis, o período natalino é de boas vendas. “Natal não falha”, comenta.

Havia cinco anos que a coordenadora administrativa Mariana Fonseca, de 37 anos, não ia à feira da Afonso Pena e acabou saindo de sacola cheia. “Como o dinheiro está curto, aqui você acha opções mais baratas e boas”, afirma. Mariana, que normalmente fazia as compras em lojas de rua e em shopping centers, saiu satisfeita com as compras. “Acabei gastando até mais do que previa. A gente vê uma coisa interessante e quando percebe, já comprou”, diz.

Sandálias de Wanda Oliveira conquistaram cliente que comprou à vista, com redução de R$ 5 no produto (foto: Beto Novaes/EM/D.A Press)
Sandálias de Wanda Oliveira conquistaram cliente que comprou à vista, com redução de R$ 5 no produto (foto: Beto Novaes/EM/D.A Press)
Sem ter recebido o 13º salário, a professora Darli da Silva Nunes, de 43, também recorreu à feira para economizar nos presentes. “Sem o 13º, estou gastando bem menos”, ressalta a moradora de Nova Lima, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. O casal Juliana Barbosa, de 28, e João Victor Oliveira, de 23, também fez a festa. “Paguei R$ 240 e comprei rasteirinha, brinco, bolsa, bicho de pelúcia. Gastei bem menos do que no ano passado”, afirma Juliana. Além do preço, outra vantagem, segundo eles, é encontrar grande variedade de produtos na feira.

Pesquisa da Câmara dos Dirigentes Lojistas de BH (CDL-BH) divulgada na semana passada mostrou que as promoções e o preço respondem por 55,5% das decisões de compra. Ainda segundo o mesmo levantamento, o maior desafio na hora das compras é também o valor dos produtos, para 62,6% dos entrevistados. Atentos a essa preocupação dos clientes, 36,9% dos lojistas afirmaram que vão intensificar as promoções para aumentar as vendas.

PROMOÇÕES Para enfrentar a crise, expositores da feira deram descontos e facilitaram o pagamento dos produtos. Se o cliente pagasse em dinheiro, Wanda Maria de Oliveira, feirante de calçados há mais de 20 anos, oferecia desconto de R$ 5 na sapatilha, vendida a R$ 30. “Ano passado foi muito ruim. Hoje não podemos reclamar, porque o movimento está melhor”, disse. Ainda assim, Bárbara Alves Carvalho, expositora desde o tempo em que a feira era realizada na Praça da Liberdade, sentiu a queda de público que compra em atacado. “Caiu 80%. O pessoal não está investindo porque está com medo”, observa.

ÚLTIMA HORA
Funcionamento do comércio

• Hoje a quarta-feira,
das 9h às 22h
• Quinta-feira, das 9h às 18h
• Sexta-feira, fechado
Fonte: CDL


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