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Estado de Minas CRISE INSTITUCIONAL TRAVA RETOMADA

Montadoras culpam a política pelas dificuldades na economia

Presidente da Anfavea disse que a expectativa é manter as vendas estáveis, pela média diária, até o 3º trimestre do ano que vem e "quem sabe" registrar uma pequena retomada no fim de 2016


postado em 10/12/2015 00:12 / atualizado em 10/12/2015 07:57

Brasília – O presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Luiz Moan, afirmou, ontem, que a política está “corroendo” a economia e defendeu, como medida essencial, que o impasse em torno do pedido de impeachment da presidente Dilma Rousseff seja superado o mais rápido possível. A justificativa vem depois de longo período em que o setor se beneficiou da redução de impostos para estimular as vendas. “Acho que todas as pessoas e instituições precisam, neste momento, pensar no Brasil em primeiro lugar, então separar as questões políticas das necessidades da nossa economia. Acho que é um procedimento vital”, afirmou.

Moan reafirmou que a expectativa do setor automotivo é manter as vendas estáveis, pela média diária, até o terceiro trimestre do ano que vem e “quem sabe” registrar uma pequena retomada no fim de 2016. “Essa crise política vai passar”, afirmou, depois de participar de solenidade no Itamaraty para a assinatura de acordo de livre comércio no setor automotivo entre o Brasil e o Uruguai. “Se nós conseguirmos manter cinco trimestres estáveis, significa que daí para frente a gente volta a crescer.”


O acordo com o Uruguai prevê que, a partir de janeiro, os dois países troquem veículos e autopeças sem a cobrança de tarifa de importação, desde que os produtos tenham uma parcela mínima de conteúdo nacional (55% para as exportações brasileiras e 50% para as uruguaias). Segundo Moan, a expectativa é de que o entendimento gere aumento das vendas para o Uruguai e uma maior integração do parque produtivo dos dos países. Neste ano, o Brasil vendeu 13 mil veículos para o Uruguai até novembro.

“Continuamos trabalhando com o governo brasileiro para aprofundar os acordos comerciais com todos os outros países da América do Sul que ainda não o fizeram, mas também estamos com os olhos voltados para o Caribe e para o continente africano, fora a União Europeia”, afirmou o presidente da Anfavea. Diferentemente de acordos anteriores, não haverá uma cota de comercialização.

O acordo representa uma vitória para o Brasil, que, nas negociações, defendia uma cota anual superior a 20 mil veículos, o que já representaria quase metade do mercado uruguaio. Pelo lado do Uruguai, a principal reivindicação era flexibilizar a cota de nacionalização dos produtos vendidos. A exigência já era pelo menos 50% de conteúdo local, percentual que foi mantido para os uruguaios, mas aumentado para os produtos brasileiros.

Salvaguardas Em agosto, os dois países fecharam acordo provisório, que perde a validade no dia 31. Na época, a cota que o Brasil poderia vender ao Uruguai sem pagar imposto de importação passou de 8.500 veículos e US$ 99,6 milhões em autopeças durante um ano para 10.056 veículos e US$ 99,6 milhões em autopeças no segundo semestre deste ano. Os veículos brasileiros ocupam, hoje, 21% do mercado uruguaio, que tem, ainda, a participação da China, com 28%, Índia, com 14% e México e Coreia do Sul, com 11% cada. Em 2006, a participação dos carros brasileiros era de 60%.

O acordo entra em vigor em 1º de janeiro de 2016. Os produtos beneficiados pelo entendimento são automóveis de passageiros, ônibus, caminhões, máquinas agrícolas, autopeças, chassis e pneus. Para itens que não cumprirem a regra que estabeleceu conteúdo regional mínimo, foi definida uma cota de comércio: US$ 650 milhões para o Uruguai e US$ 325 milhões para o Brasil. O acordo tem ainda uma cláusula de salvaguarda para situações de desequilíbrio no comércio entre os dois países. Nesses casos, um deles poderá solicitar a suspensão temporária do livre comércio. Caso isso ocorra, um comitê bilateral analisará a situação e proporá medidas corretivas para o restabelecimento do acordo.


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