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Estado de Minas

Cartões batem recorde em taxas de juros cobradas no rotativo e na inadimplência

Quase quatro em cada 10 brasileiros que entraram no rotativo se declaram incapazes de honrar os débitos e inadimplência bateu recorde, chegando a 37,6%


postado em 04/10/2015 06:00 / atualizado em 04/10/2015 07:50

Brasília – O calote no cartão de crédito não para de crescer. Quase quatro em cada 10 brasileiros que entraram no rotativo no cartão se declaram incapazes de honrar os débitos. Dados do Banco Central mostram que a inadimplência nessa linha de crédito chega a 37,6% – um recorde. O calote se refere aos brasileiros que não pagam suas faturas há mais de 90 dias. A explicação está na evolução dos encargos cobrados pelas operadoras do setor, desconhecidos de boa parte dos consumidores. A taxa média de juros no rotativo do cartão alcançou 350,79% ao ano em agosto último, tornando proibitiva, para os educadores financeiros, a opção de financiar, sem o pagamento total da fatura mensal, as compras nessa modalidade de crédito.

A tendência, dizem especialistas ouvidos pelo Estado de Minas, é de que esse quadro piore nos próximos meses, uma vez que a inflação alta corrói a renda das famílias e o desemprego tem aumentado. Os juros anuais impostos em agosto para o uso do cartão no rotativo foram os maiores desde março de 1999 (354,63%). A orientação dos especialistas é para fugir do rotativo do cartão.

No atual contexto da economia brasileira, com o orçamento apertado e o risco de demissões, as famílias que insistirem nessa linha de crédito acabarão sendo empurradas para a inadimplência. “As pessoas continuam com as mesmas necessidades de consumo que tinham antes da crise, mas não têm mais a mesma renda”, explica o professor de finanças Marcos Melo, da escola Ibmec-DF.

Há desconhecimento, também, sobre outras opções de financiamento oferecidas pelos bancos, bem mais baratas,  segundo o professor Jorge Arbache, do Departamento de Economia da Universidade de Brasília (UnB). Nessa escolha equivocada, pesa o fato de o cartão ser uma linha de crédito fácil de obter no banco, sem muitas exigências e burocracia – um dos fatores que justificam os juros altos.  “Com os juros muito altos, a dívida aumenta, e as pessoas ficam com mais dificuldade para pagá-la. Devido à grande probabilidade de não receberem o valor devido, os bancos jogam os juros ainda mais para cima, o que gera mais calote”, alerta Arbache.

Diante do quadro preocupante da inadimplência, alertam os especialistas, a ordem é fugir de dívidas, sobretudo daquelas tão caras como as do rotativo do cartão e as do cheque especial, cujos juros fecharam agosto em 253,2% ao ano, o nível mais elevado desde 1995. “O momento não é para fazer dívidas. É de poupar para enfrentarmos os tempos difíceis que virão”, aconselha Marcos Melo, do Ibmec-DF.


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