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Estado de Minas

Dívidas podem ser impulso para bons negócios


postado em 12/07/2015 07:00 / atualizado em 12/07/2015 08:34

Simone Kafruni e
Alessandra Azevedo
Especial para o EM


Há uma diferença muito grande entre ter dívidas e estar com o nome sujo no mercado. Nem sempre é ruim estar endividado. Trocar o aluguel por um financiamento de 20 anos da casa própria, por exemplo, é um excelente negócio. “Os números do BC continuam subindo se considerar o crédito habitacional, que é de longo prazo e com juros mais baixos. Já os empréstimos começam a cair porque o crédito está mais restrito, há retração no consumo, queda nas vendas”, ressalta o economista da Boa Vista SCPC, Flávio Calife. Ele destaca, no entanto, que quando o assunto é dívida em atraso, a tendência é de alta. “E o quadro vai se deteriorar até o fim do ano porque estamos num período de desemprego, recuo na renda e alta de juros”, pontua.

A economista da Confederação Nacional do Comércio (CNC) Marianne Hanson assinala que, embora o percentual de famílias com dívidas tenha recuado de 62,4% em maio para 62% em junho, as contas com atraso estão subindo. E o que é mais preocupante: o número de famílias dizendo que não terá condições de saldar os compromissos também aumentou. “O custo de vida subiu, o mercado de trabalho se deteriorou e a renda caiu. Quando a família contrata crédito, ela compromete parte da renda para pagar. Se a inflação sobe, sobra menos para pagar as contas”, esclarece.


As dívidas com maior atraso entre os brasileiros são justamente as que cobram os juros mais altos. “Cartão de crédito e carnê de loja, cujos juros passam de 300% ao ano, estão entre as modalidades com maior inadimplência”, afirma Marcela Kawauti, do SPC Brasil. Por conta dos juros, o valor final da dívida fica, em média, 70% maior do que o valor inicial. Foi uma dívida com cartão de crédito que levou a turismóloga Jaqueline de Moraes, de 37 anos, a ficar com o nome sujo entre maio e junho.
“Quando via os juros aumentando a cada mês, ficava desesperada com o tanto de dinheiro que eu perdia”, conta. À dívida de R$ 2 mil foram acrescentados mais de R$ 300 de juros no curto período de dois meses, que ficou sem condições de pagar. “Consegui quitar recentemente, quando saiu meu 13º”, comemora Jaqueline, embora ainda esteja preocupada, já que o salário deste mês acabou e ainda há uma pilha de contas para pagar.


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