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Estado de Minas

Ministros da Zona do Euro rejeitam proposta da Grécia

Eurozona nega adiamento para realização de referendo e mantém prazo de pagamento da dívida para a noite de terça


postado em 28/06/2015 06:00 / atualizado em 28/06/2015 08:01

Frankfurt e Bruxelas – Os ministros da Economia da Zona do Euro decidiram não estender o atual programa de resgate da Grécia, que expirará, como o previsto, na próxima terça-feira,  30 de junho, dia que vence o pagamento ao FMI que deixa Atenas exposta à moratória, informou o presidente do Eurogrupo, Jeroen Dijsselbloem. “O programa de ajuda expirará na terça-feira à noite”, disse Dijsselbloem em coletiva de imprensa depois de uma reunião de ministros de mais de três horas, a quinta organizada pela Grécia em menos de 10 dias.

Segundo um documento vazado para a imprensa na sexta-feira, as instituições credoras de Atenas (União Europeia e Fundo Monetário Internacional) propuseram estender seu programa de resgate por cinco meses, disponibilizando empréstimos escalonados até chegar a pelo menos 12 bilhões de euros, em troca de reformas e ajustes fiscais.

“Infelizmente, apesar dos esforços em todos os níveis e do apoio pleno e total do Eurogrupo, essa proposta foi rejeitada pelas autoridades gregas, que romperam as negociações unilateralmente na sexta-feira à noite”, afirma o comunicado do Eurogrupo que não foi referendado pelo ministro grego.

A Grécia pediu um mês de extensão, mas seus sócios negaram, alegando que “o governo grego não está pronto para aceitar as propostas feitas”. “Há um problema de credibilidade”, disse Dijsselbloem. A extensão foi pedida para que houvesse tempo de conduzir o referendo sobre o novo pacote, convocado na sexta-feira pelo primeiro-ministro, Alexis Tsipras, para 5 de julho. O referendo foi chamada após falharem as negociações entre os líderes dos governos da Grécia e da União Europeia sobre os termos do novo pacote.

Dijsselbloem acrescentou que os ministros da Zona do Euro se reuniriam imediatamente, sem o ministro grego, a fim de avaliar as “consequências” e “preparar o que for necessário para garantir a estabilidade da região”.

Mais cedo, ontem, a Alemanha havia sinalizado que não apoiaria a extensão do programa de ajuda à Grécia até a realização do referendo. O ministro das Finanças do país, Wolfgang Schäuble, disse em Bruxelas que as negociações com a Grécia estavam suspensas e que o atual pacote de ajuda financeira venceria na terça-feira, ou seja, dias antes do referendo proposto por Atenas.  “Estamos em uma posição em que o programa termina na terça-feira porque não há mais discussões”, afirmou Schäuble ao se dirigir para o encontro de ministros da Zona do Euro. A extensão do plano exigiria aprovação do Parlamento na Alemanha e em outros países do grupo.

O ministro das Finanças da Finlândia, Alexander Stubb, disse, ao chegar ao encontro, que as discussões deveriam se concentrar em como lidar com as consequências de um default grego. “O plano B se transforma no plano A”, disse. Seu colega francês, Michel Sapin, afirmou que o fim do programa de ajuda financeira à Grécia não significa necessariamente que o país deixará a moeda comum. “O que aconteceu hoje (ontem) não significa que a Grécia deixará a Zona do Euro”, afirmou.

CALOTE Membros seniores do governo grego haviam afirmado que o governo defenderá junto à população a rejeição dos termos do novo pacote de ajuda à Grécia no referendo. Sem a aprovação do pacote até o final de junho, a Grécia entrará em situação de calote no pagamento da dívida e 1,55 bilhão de euros ao Fundo Monetário Internacional (FMI), que vence em 30 de junho.

Ao mesmo tempo, o Banco Central Europeu, que tem concedido linhas de emergência aos bancos gregos para fazer frente aos saques, ficaria desobrigado dessa assistência. A expectativa é que, sem essa ajuda, os bancos tenham de fechar suas portas ou o governo abrir mão de medidas drásticas de controle de capital.

O ministro da Economia grego, Yanis Varoufakis, disse ontem que a rejeição pelo Eurogrupo ao pedido de Atenas de estender o programa de resgate da Grécia provocará “um dano permanente à Eurozona”. “A rejeição à extensão certamente prejudicará a credibilidade do Eurogrupo como união democrática. Temo que o dano seja permanente”, disse em coletiva de imprensa após a negativa da Zona do Euro e enquanto seus 18 colegas da união monetária iniciavam a reunião para analisar “as consequências” da decisão.


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