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Estado de Minas

Bufê que deixou noivas na mão registrou extinção na Junta Comercial em maio

Casais reclamam de perdas e falta de informação por parte do Cléo Perrella


postado em 04/06/2015 15:30 / atualizado em 04/06/2015 15:36

Fachada do local onde funcionava o bufê Cléo Perrella, que registrou extinção junto À Jucemg na última semana de maio(foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)
Fachada do local onde funcionava o bufê Cléo Perrella, que registrou extinção junto À Jucemg na última semana de maio (foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)

Pelo menos 10 casais de noivos dizem viver um pesadelo após descobrirem que o bufê de suas festas de casamento, o Cléo Perrella, fechou as portas sem avisar e sem devolver o dinheiro já pago pelos contratantes. A empresa funcionava em uma casa no Bairro Caiçara, Região Noroeste de Belo Horizonte, e está fechada há pelo menos duas semanas. Nas redes sociais, a clientela, a maioria composta por noivas, compartilha os calotes para tentar reaver os prejuízos, que chegam a R$ 20 mil. O site do bufê foi retirado do ar e a página no Facebook virou alvo de denúncias e reclamações. De acordo com a Junta Comercial do Estado de Minas Gerais (Jucemg), a empresa registrou extinção no dia 26 de maio de 2015.

Um noivo que não quis se identificar conta que fechou o contrato com o bufê em agosto do ano passado e que escolheu a empresa por causa das boas referências que recebeu. Ele e a mulher desembolsaram R$ 8 mil para as despesas com a festa do casamento, que está marcado para setembro. No entanto, após ouvir boatos de que a proprietária Cléo Perrella estaria endividada, resolveu cancelar o contrato. "Surgiu uma conversa de que ela já tinha prejudicado um fornecedor de bebidas e eu procurei me informar melhor. Descobri que ela tinha dado vários cheques sem fundo no estabelecimento e achei melhor suspender a contratação", disse.

O noivo afirmou que não teve dificuldade para cancelar o contrato. No entanto, segundo ele, até hoje, não recebeu a restituição do valor pago. "Ela chegou a nos passar dois cheques sem fundo e mandou uma mensagem de texto,  informando que vendeu o fundo do bufê e que nos devolveria o dinheiro pago em prestações. Ela chegou a fazer um depósito de R$ 900 em nossa conta. Depois disso, ela desapareceu", lamenta.

Há cerca de um mês, o Estado de Minas entrou em contato com a proprietária Cléo Perrella, após rumores de que a empresa deixaria de honrar os contratos firmados. Na ocasião, a empresária admitiu passar por um período de dificuldades, mas afirmou que honraria todos os compromissos deste ano. Ontem, a reportagem tentou novo contato por telefone, mas ninguém atendeu às ligações. Até o fechamento desta matéria não havia informação oficial sobre o posicionamento da empresa em relação aos contratantes prejudicados. Os clientes sabiam apenas, por meio de boatos, que Cléo Perrella estaria disfrutando férias com a família em Bariloche, na Argentina.

PRECAUÇÕES
Segundo especialistas, planejar com antecedência é a sugestão para evitar armadilhas na contratação de fornecedores. Conhecer a história e a tradição da empresa, e não só considerar apenas o preço do serviço, também é uma orientação importante. “É preciso desconfiar de orçamentos com valores muitos baixos", alerta o presidente do Sindicato dos Bufês de Belo Horizonte e Região Metropolitana (Sindbufê) João Teixeira Filho.

Exigir que a empresa apresente, antes de fechar o evento, o contrato de serviço, o contrato social, o alvará de localização e funcionamento, o alvará sanitário, a inscrição estadual e a inscrição municipal permite consulta de possíveis denúncias e queixas sobre a empresa. “A falta de alguns desses documentos, como o alvará sanitário, pode indicar que o bufê não tem produção própria, o que não é ilegal, mas cabe ao contratante questionar a origem dos produtos, que deverá ser uma empresa devidamente legalizada”, observa o presidente do Sindbufê.

Outra recomendação importante é que o contratante se envolva sempre na organização do evento. “Participe da negociação. É preciso conhecer cada detalhe do trabalho. Delegar a função a outra pessoa pode resultar em frustrações. Estar envolvido na contratação também garante que o bufê tenha a oportunidade de perceber melhor a expectativa do cliente. Só assim é possível indicar o melhor serviço, que vá atender o sonho do cliente com excelência”, garante Teixeira.

Memória Em maio do ano passado, centenas de clientes do bufê Tereza Cavalcanti, também na capital, foram surpreendidos com a empresa fechada às vésperas de casamentos e festas. Pelo menos 400 pessoas foram prejudicadas pelo grupo, que inclui ainda as empresas Buffet Maria Fernanda e Galaxy Eventos. Um ano depois, as vítimas, em sua maioria noivos, debutantes e formandos à época da falência, ainda não receberam o valor investido de volta ou foram indenizadas. No site do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) há mais de 250 processos envolvendo o nome do grupo. Na ocasião, própria firma alegou que faliu e que não daria qualquer assistência aos clientes.

Cuidado na hora de contratar um bufê:

- Planeje com antecedência
- Conheça a história e a tradição da empresa
- Desconfie de orçamentos com valores muitos baixos
- Exija que a empresa apresente, antes de fechar o evento, contratos de serviço e alvarás
- Não contrate serviços por meio de terceiros

O que fazer:

- Sustar os cheques pré-datados ou cancelar as compras junto à operadora ou instituição financeira em caso caso de cartão
- Lavrar um boletim de ocorrência na Polícia Militar
- Procurar um advogado para entrar com uma ação na Justiça pedindo a restituição dos valores pagos

Fonte: Sindbufê e Ministério Público


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