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Estado de Minas

Perdas de US$ 2,3 bilhões na balança de Minas

Com a queda de preços do minério de ferro, vendas do estado recuaram 24% entre janeiro a abril, frente aos ganhos em 2014


postado em 12/05/2015 06:00 / atualizado em 12/05/2015 07:28

Estrela das exportações de Minas Gerais, o minério de ferro é também o vilão responsável pelo fraco desempenho do comércio do estado com o exterior de janeiro a abril. O estado perdeu US$ 2,3 bilhões no primeiro quadrimestre de 2015, ante a receita apurada em idêntico período de 2014, sendo mais de 90% da queda provocada pela depreciação dos preços da matéria-prima vendida em abundância principalmente na Ásia. As vendas externas mineiras somaram US$ 7,342 bilhões, um recuo de 24,2% frente aos US$ 9,689 bilhões registrados nos mesmos meses do ano passado.

Os embarques de ferro encolheram de US$ 4,350 bilhões de janeiro a abril de 2014 para US$ 2,2 bilhões neste ano, movimento que não deve apresentar recuperação no curto prazo, avalia  Alexandre Brito, consultor de negócios internacionais da Federação das Indústrias de Minas Gerais (Fiemg). “O minério de ferro foi a nossa bonança no passado e agora será a nossa tempestade”, afirma. A matéria-prima responde por cerca de 70% dos negócios de Minas com a China, principal parceiro do estado e destino de 21,9% das vendas totais mineiras.

Houve um esforço da indústria da mineração, que elevou o volume embarcado no primeiro quadrimestre deste ano  para 54,7 milhões de toneladas, ante 48,7 milhões de toneladas de janeiro a abril de 2014, contudo a queda dos preços passou de 50% no último ano no mercado internacional. “Não há qualquer indicação de que a participação do minério de ferro na balança comercial mineira vá ser substituída”, diz Alexandre Brito. O consultor da Fiemg trabalha com projeções de redução da receita das exportações mineiras entre 18% e 20%no acumulado de 2015.

Os dados da balança comercial de Minas relativos ao primeiro quadrimestre foram divulgados ontem pela Exportaminas, braço da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico, que produz análises sobre os números em parceira com a Fundação João Pinheiro (FJP). A pesquisadora visitante da fundação Jane Noronha Carvalhais observa que a predominância do carro-chefe das exportações do estado reflete a própria estrutura da atividade produtiva de Minas, tradicionalmente associada ao setor minerometalúrgico. Às dificuldades para mudança desse perfil se juntam a reação lenta da economia norte-americana, outra grande parceira do comércio de Minas com o exterior, e o crescimento menor da China.

A retração das exportações mineiras em abril alcançou 33,4% em relação ao mesmo mês de 2014, ao somarem US$ 1,60 bilhão. As importações, por sua vez, alcançaram US$ 781,89 milhões, com redução de 15,2% nessa base de comparação. Com esse desempenho, o saldo ficou em US$ 818,69 milhões no mês passado. Quando a análise é feita no acumulado do ano, a diferença entre os embarques e as compras do estado alcança US$ 4,37 bilhões. Entre janeiro e abril de 2014, o saldo havia sido de US$ 6,13 bilhões.

Diversificação O esforço de diversificação da pauta de vendas externas impulsionou o café e os açúcares da cana neste ano. Ainda de acordo com o levantamento da Exportaminas, o estado apurou aumento de 31,9% da receita de exportações de café mineiro para a China, que foram de US$ 1,8 milhão entre janeiro e março, último dado disponível nessa comparação. As vendas de açúcares de cana para o gigante asiático subiram 5,4%, totalizando US$ 31,2 milhões.

Na relação de destinos das exportações mineiras, a boa notícia foi o ingresso de 15 novos parceiros que estão comprando produtos mineiros. Somália e Botsuana se destacaram, com compras de açúcar e carne de frango; e aparelhos transmissores e receptores, respectivamente.


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