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Estado de Minas

Agência retira ameaça de depreciar nota de crédito da Petrobras e ações voltam a subir

Dilma diz que empresa superou problemas


postado em 25/04/2015 06:00 / atualizado em 25/04/2015 07:25

Apesar do prejuízo de R$ 21, 6 bilhões, o primeiro anual desde 1991, e de um rombo de R$ 6.2 bilhões provocado pela corrupção, o balanço auditado da Petrobrás tranquilizou os investidores nesse primeiro momento. As ações da estatal negociadas na Bolsa de Valores de São Paulo subiram novamente ontem, com ganho de até 4,5% no fechamento. O bom humor dos investidores foi chancelado com a decisão da agência de classificação de risco Fitch de retirar a ameça de rebaixamento da nota de crédito da Petrobras. A Fitch manteve o risco de probabilidade de inadimplência do emissor (IDR, na sigla em inglês) em moedas local e estrangeira da Petrobras em BBB- e o rating em escala nacional em AAA (bra).

A decisão de se manter inalterados os riscos da Petrobras foi tomada depois que a companhia publicou, na noite de quarta-feira, 22, seu balanço de 2014 auditado – o que, segundo a Fitch, evitou um processo de antecipação de pagamento de dívidas. De acordo com a agência, a divulgação dos resultados financeiros auditados mitigou as incertezas em relação à capacidade da Petrobras de fazer os ajustes necessários para cumprir com esse compromisso. Além disso, acrescenta a Fitch, a companhia melhorou sua liquidez ao anunciar US$ 13 bilhões em novos financiamentos.

Na avaliação da Fitch, o acesso ao crédito, a redução nos investimentos e os planos de venda de ativos minimizam as preocupações de liquidez no curto prazo.  Entretanto, a perspectiva negativa evidencia que as incertezas em relação à capacidade da empresa de desalavancar seu balanço de pagamentos no médio prazo permanecem. Os escândalos de corrupção, de acordo com a Fitch, podem resultar em atrasos nos negócios. A agência ressalta que continuará monitorando a estratégia da Petrobras para fortalecer sua estrutura de capital.

Efeito estatal Para a agência, a nota da Petrobras continua a refletir sua estreita ligação com o rating do Brasil, devido ao controle governamental da companhia e sua importância estratégica no quase monopólio do mercado de combustíveis líquidos domésticos.  “A ligação é evidenciada pelos recentes empréstimos oferecidos pelo Banco do Brasil e pela Caixa Econômica Federal, bem como a decisão de manter os preços da gasolina e do diesel nas bombas acima dos níveis internacionais, a fim de reforçar a geração de caixa da Petrobras”, diz o comunicado, que acrescenta que a posição de caixa da companhia é suficiente para atender necessidades de financiamento no curto prazo.

Além disso, a Fitch avalia que a produção da petroleira continuará a crescer no médio prazo e que os preços domésticos devem convergir com os preços internacionais no médio/longo prazo. Mesmo assim, a Fitch ainda alerta que uma eventual ação de rating negativa para a Petrobras pode ocorrer caso a companhia não reduza a sua relação dívida/Ebitda a menos de 5 vezes no médio prazo e se houver uma diminuição na percepção do apoio do governo.  A agência avalia ainda que uma ação de rating positiva para a estatal é improvável no curto e médio prazo. No entanto, pondera o relatório, o apoio explícito direto do governo poderia ajudar a estabilizar as notas da companhia.

Página virada A Petrobras “vira uma página” e “acerta seu passo” ao divulgar balanço com perdas de R$ 6,2 bilhões, relacionadas à corrupção na empresa, segundo afirmou ontem a presidente Dilma Rousseff.  Para a presidente, registrar esse montante indica que a Petrobras “superou todos os problemas de gestão ligados à questão da Lavo Jato que por ventura ainda estivessem pesando”. “Eu tenho certeza que a Petrobras vai dar ainda muitas alegrias para nós nos próximos meses e anos”, afirmou a jornalistas após almoço com a presidente da Coreia do Sul no Palácio Itamaraty.

Mais cedo, a presidente havia afirmado que, “sem sombra de dúvida”, o balanço representa uma nova era para a Petrobras. A presidente destacou ainda premiação que a Petrobras receberá, pela primeira vez, em maio: a estatal será contemplada com o OTC-2015, o Distinguished Achievement Award for Companies, Organizations and Institutions. A homenagem diz respeito às tecnologias desenvolvidas para a exploração da camada do pré-sal.

Para a presidente, isso demonstra que a estatal não só é uma “grande empresa do ponto de vista financeiro”, como também pelos empregos que ela gera. “Ela está sendo premiada por ter resolvido como explorar petróleo em águas profundas ou superprofundas, que têm temperaturas e pressões extremas”, disse.

 

 

Mercado vive onda de euforia

 

Brasília – O mercado entrou numa onda de euforia e o principal índice da Bolsa de Valores de São Paulo (BMF&Bovespa) fechou no maior patamar em seis meses, acumulando alta de quase 5% em uma semana curta, com feriado na terça-feira. No pregão de ontem, o Ibovespa teve alta de 1,63% em 56.594 pontos, maior pontuação deste 14 de outubro de 2014.

A alta foi puxada pelas ações da Vale, que dispararam 30% na melhor semana em 16 anos, com a recuperação dos preços do minério de ferro. O produto teve o maior ganho percentual diário desde outubro de 2012. Ontem, os papéis ordinários da mineradora tiveram alta de 10% cotados a R$ 23,20. Os preferenciais subiram 6,67%, precificados em R$ 18,71.

Apesar de a Vale ter liderado as altas, a divulgação do balanço auditado de 2014 da Petrobras, na quarta-feira, após meses de atraso, também colaborou para o alívio do mercado, apesar da decisão da diretoria da estatal de não pagar dividendos este ano. Os papéis da petroleira tiveram valorização de 4,55% as ordinárias e de 2,63% as preferênciais.

Para o economista do portal de informações financeiras Moneyou, Jason Vieira, o movimento de ontem repetiu o desempenho da semana, com a alta da Vale melhor fundamentada do que a valorização dos ativos da Petrobras. “O cenário mais forte das commodities favorece as empresas brasileiras. Mas também está havendo uma oportunidade de preço na Bolsa brasileira. É um momento de compra, tanto que o movimento de queda do dólar sinaliza a migração dos investidores para papéis”, analisa.

O volume financeiro da Bolsa paulista somou R$ 9,2 bilhões, acima da média do ano de R$ 6,8 bilhões, com ajuda do viés positivo em Wall Street. Os índices acionários Nasdaq e S&P 500 fecharam em altas de 0,71% e 0,24%, respectivamente.

 Dólar cai a R$ 2,955

O dólar fechou em baixa ontem e completou quatro semanas seguidas de desvalorização. A moeda norte-americana recuou 0,89%, a R$ 2,955, renovando mínima desde o início de março. Na semana, o dólar registrou queda de 2,84%. No mês de abril, a desvalorização é de 7,4%. No ano, contudo, a divisa tem alta de 11,14%. O giro financeiro ficou em torno de US$ 771 milhões.

Com o cenário de baixa, o Banco Central vendeu a oferta integral de até 10,6 mil swaps para rolagem dos contratos que vencem em 4 de maio, equivalentes a US$ 10,115 bilhões. 


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