A inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo - 15 (IPCA-15) registrou alta de 1,33% em fevereiro, após subir 0,89% em janeiro. Foi a maior alta desde fevereiro de 2003 quando o indicador atingiu 2,19%. Os dados foram divulgados nesta terça-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Com o resultado anunciado hoje, o IPCA-15 acumula alta de 2,23% no ano e avanço de 7,36% em 12 meses até fevereiro, acima do teto de tolerância do governo, de 6,5%. Belo Horizonte aparece em terceiro lugar na maior taxa de inflação entre as regiões pesquisadas, com 1,28%.
Segundo a pesquisa, os gastos com Educação subiram 5,98% no IPCA-15 de fevereiro, ante um aumento de 0,30% em janeiro. Foi o maior resultado de grupo no mês, o que resultou numa contribuição de 0,28 ponto porcentual para a inflação. O aumento nas despesas das famílias com educação reflete os reajustes de mensalidades praticados no início do ano letivo. Houve impacto, principalmente, dos aumentos nos cursos regulares que subiram 7,29%. As mensalidades dos cursos diversos - que incluem idioma e informática, por exemplo - ficaram 7,18% mais caras.
Energia elétrica
Considerando os principais impactos individuais, a conta de luz foi o item que mais pesou sobre a inflação. A tarifa de energia elétrica subiu 7,70%, o que resultou numa contribuição de 0,23 ponto porcentual para a taxa de 1,33% registrada pelo IPCA-15 no mês.
Houve reajuste nas tarifas de algumas regiões e elevação de impostos, mas o item também refletiu a entrada em vigor do Sistema de Bandeiras Tarifárias. O modelo de cobrança, que passou a vigorar a partir de 1º de janeiro, repassa ao consumidor o custo maior com o acionamento de usinas térmicas. Como resultado, as despesas com Habitação aumentaram 2,17% em fevereiro, ante alta de 1,23% em janeiro.
Ainda no grupo Habitação, houve pressões também dos gastos maiores com condomínio (0,97%), mão de obra para pequenos reparos (0,91%), gás de botijão (0,89%), taxa de água e esgoto (0,68%) e aluguel residencial (0,65%). Nos Transportes (1,98%), a alta reflete, principalmente, os reajustes ocorridos nas tarifas dos ônibus urbanos (7,34%). Em Belo Horizonte, o reajuste foi de 8,77% a partir de 29 de dezembro.
Em Alimentação e Bebidas (0,85%), alguns produtos mostraram fortes aumentos, como feijão carioca (10,07%), tomate (9,61%), hortaliças (7,71%), batata inglesa (6,77%) e pescados (3,62%). Mesmo assim, o grupo dos alimentos mostrou redução no ritmo de crescimento de preços, já que a alta em janeiro foi de 1,45%.