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Estado de Minas

Ambulantes, lanchonetes e bares faturam com multidão de foliões no carnaval

E tem gente ganhando dinheiro até com o que sobra da festa


postado em 18/02/2015 08:12

Além de ganhar com sanduíches, Ane Caroline lucrou com as capas de chuva(foto: Ramon Lisboa/EM/D.A Press)
Além de ganhar com sanduíches, Ane Caroline lucrou com as capas de chuva (foto: Ramon Lisboa/EM/D.A Press)

A alegria do carnaval em Belo Horizonte não é apenas de quem cai na folia. Vendedores ambulantes, catadores de latinha e o comércio formal fazem a festa nas concentrações e por onde seguem os blocos de rua. O fast-food Xodó, vizinho da Praça da Liberdade, passou a vender quase o dobro. Na praça, na segunda-feira, teve concentração do grupo Baianas Ozadas, que arrastou cerca de 100 mil pessoas. Na quarta-feira, foi o Chama o Síndico, com público de quase 20 mil pessoas. Em todos os locais de folias, funcionários de bares, restaurantes e lanchonetes, e o bloco dos ambulantes, se desdobram para atender ao grande público.

A prefeitura cadastrou 1 mil vendedores de rua. E quem nesses dias de folia trocou de ramo, está faturando mais do que em três meses de salário. É o que contabiliza o motoboy Warlen Mendes, de 35 anos, um dos cadastrados da PBH. “Trabalhei no Carnaval de 2014, mas agora as vendas aumentaram em pelo menos 30%, em relação ao ano passado. Ao final da folia, terei lucrado o que ganharia em três meses como motoboy”, comemorou.

De acordo com Warlen, em cada dia de evento são pelo menos 240 latas de cerveja vendidas a R$ 5 cada, somando R$ 1.200. Em suas duas caixas de isopor ele tem ainda refrigerante em lata e garrafa de água mineral de 500ml. “Sei de colegas que estão vendendo 400 latinhas, pois começam a trabalhar pela manhã e só param na madrugada, seguindo vários blocos. Escolhi ir em algumas concentrações, como o Baianas Ozadas, pois tinha certeza de que ia lotar. Tem muitos ambulantes não licenciados, mas há clientes para todos”, arrematou Mendes.

Catadores de latinhas, Edson e o filho multiplicam ganhos na festa de Momo(foto: Ramon Lisboa/EM/D.A Press)
Catadores de latinhas, Edson e o filho multiplicam ganhos na festa de Momo (foto: Ramon Lisboa/EM/D.A Press)

O gerente do Xodó, Marcelo Ferreira Freitas, de 40, há 20 trabalhando no fast-food, também não se sente incomodado com a concorrência dos ambulantes não cadastrados. “Nosso público é diferenciado, pois não trabalhamos com bebidas”. Mas nem por isso o gente não contabiliza aumento nas vendas. “Ainda não fechamos o faturamento do período, mas acredito em um crescimento de pelo menos 90% em relação aos dias normais de eventos na praça”, projetou. Para atender à clientela que cresce com as concentrações de blocos na praça, Freitas diz que houve reforço de 50% na equipe de atendimento.

Ane Caroline, de 27, é proprietária de uma caminhonete equipada para a venda de sanduíches. Ela conta que nem todos os eventos carnavalescos são bons comercialmente. “Não há como definir onde será um local lucrativo, pois há variações do tipo e número de público. Comparado a outros eventos, é claro que no carnaval pode-se vender até quatro vezes mais. Mas é preciso trabalhar muito e contar com a sorte”, explicou Ane.

A comerciante demonstrou estar atenta à necessidade do público. Embora trabalhando com sanduíches e refrigerantes, durante a pancada de chuva da segunda-feira, na Praça da Liberdade, ela aumentou o leque de produtos e passou a oferecer capas de chuva. “Costumo levar para os eventos algumas dezenas de capas. Mas hoje (segunda) fiquei atenta às previsões meteorológicas, pois com esse grande público aumenta a possibilidade de lucro”.

NA LATA
Nem todos os que lucram na folia têm que buscar clientes. O catador de produtos recicláveis Edson Gomes, de 25, encontra nos recipientes de coleta de resíduos e no chão sua fonte de renda. “Com tanta gente junta na rua, como nesses dias, são muitas latinhas de cerveja. É bem mais do que em outros acontecimentos na cidade. Chego a faturar até R$ 200 por dia”, disse Edson, que até arrumou um carrinho para conseguir aumentar o número de material que será levado para reciclagem.

(foto: Leandro Couri/EM/D.A Press)
(foto: Leandro Couri/EM/D.A Press)

EU, FOLIÃO
. Martha Toffolo, 55 anos
“Carnaval é coisa de família para mim. Minha mãe, meus irmãos e eu passamos o ano esperando para vir para cá. Dessa varanda a gente dança, tira fotos, lembramos dos primeiros carnavais de rua de que participamos. É uma volta no tempo. Quando a bateria dos blocos que atravessam a Rua Direita passam parece que estão dentro de casa. Adoro ver as ruas cheias, coloridas, as fantasias e, principalmente, ao ver tantas crianças, saber que essa tradição vai ser seguida aqui”.


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