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Estado de Minas

País tem 244 apagões na gestão Dilma


postado em 23/01/2015 06:00

Brasília – Os cortes de energia viraram um drama para os brasileiros neste verão. Por mais que o governo insista em demonstrar tranquilidade e negue problemas na oferta, ficou claro aos brasileiros esta semana o quanto o sistema elétrico está operando no limite. Brasília, que registrou ontem o terceiro apagão em quatro dias, apenas reflete as consequências dos gargalos que já atingem todo o país.

Desde janeiro de 2011, quando a presidente Dilma Rousseff (PT) tomou posse pela primeira vez, até a última segunda-feira, dia em que 10 estados e o Distrito Federal ficaram sem luz, o Brasil acumula 244 interrupções significativas no fornecimento de energia, aquelas com carga igual ou superior 100 megawatts (MW). A contagem é do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE), com base em dados do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS).

O modelo de geração energia brasileiro, dependente das usinas hidrelétricas, não consegue mais suprir a demanda. Na quarta-feira, com a forte onda de calor que assola o país, as regiões Sudeste e Centro-Oeste bateram recorde de consumo às 14h32, segundo a ONS. Pelo segundo dia, o Brasil teve de recorrer à Argentina para ter carga suficiente e evitar um novo apagão generalizado, como o que, no início da semana, deixou mais de 3 milhões de pessoas sem luz.

O intercâmbio com o país vizinho deve continuar ocorrendo, na opinião do diretor do CBIE, Adriano Pires. Na quarta, foram comprados 90 megawatts (MW). “Não há mais oferta suficiente. A esta altura, qualquer megawatt é bem-vindo”, comentou o especialista. Para ele, o governo deveria com urgência convocar a população para um racionamento. “Tem faltado coragem para dizer a verdade. Mas a estratégia de inventar desculpas diante do grave problema da energia no país não se sustenta”, emendou.


A necessidade de apelar à Argentina para manter o fornecimento do sistema de pé apenas reforça a escassez de oferta, alertada há 11 anos pelo eletricista Luiz César Prosdócimo. Ele vive em Curitiba e, cansado dos repetidos picos de energia, resolveu por conta própria, ao longo desse tempo, provocar uma reflexão por meio de vídeos publicados na internet, além de cartas e e-mails enviados às autoridades. “O governo sabia dos riscos e da situação nada confortável do sistema”, disse.

Sem luz Na capital federal, o sucateamento da rede e a incapacidade de a oferta atender a toda a população transformaram as quedas de energia em rotina. Ontem, faltou luz no início do dia em pelo menos seis regiões do Distrito Federal. Às 6h58, segundo a Companhia Energética de Brasília (CEB), houve um desligamento em duas subestações de Furnas, prejudicando o fornecimento na região. O apagão atingiu hospitais e provocou acidentes de trânsito, por conta dos semáforos intermitentes.

A energia foi restabelecida menos de uma hora depois, segundo a CEB, e atingiu 257.520 unidades consumidoras. No fim da tarde, por meio de nota, Furnas informou que foi detectado um curto-circuito em um equipamento de conexão associado a um dos transformadores da subestação que fornece energia para Brasília.

Especialistas insistem que o desequilíbrio entre oferta e demanda — potencializado pelo boom de consumo e pelo investimento insuficiente na ampliação e na manutenção da rede de transmissão nos últimos anos — foi o que empurrou o sistema energético do país para a situação atual. “Volta e meia, vão colocar a culpa em um raio, na chuva ou naquilo que sempre chamam de falha técnica, mas o problema hoje é estrutural”, comentou Luiz César.


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