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Estado de Minas

Das três intervenções da Infraero em Confins, duas serão entregues fora do prazo

Obras de ampliação da pista e do terminal de passageiros estão longe de serem concluídas. Terminal provisório será inaugurado em fevereiro


postado em 02/12/2014 06:00 / atualizado em 02/12/2014 07:15

A iniciativa privada assumiu em abril a operação do Aeroporto Internacional Tancredo Neves, em Confins, criando a expectativa de remodelá-lo, mas os dedos da gestão da Infraero ainda podem ser fortemente percebidos. Duas das três grandes obras iniciadas ainda sob a batuta da administração da estatal estão longe de serem concluídas, apesar de o prazo de ambas já ter vencido. Para piorar, a revisão do planejamento estabeleceu a entrega da pista só em 2016. A única reforma finalizada é a do terminal provisório, entregue, com atraso, na sexta-feira, mas, que, devido à necessidade de adaptações para receber voos internacionais, será inaugurado somente em fevereiro.

Iniciada em fevereiro de 2013, a ampliação da pista de pouso deveria ser entregue um ano depois, mas o novo planejamento divulgado pela Infraero prevê a entrega mais de três anos depois, em junho de 2016. A reforma prevê acréscimo de 600 metros na extensão da pista, totalizando 3,6 mil metros, permitindo assim que aeronaves de grande porte operem com carga máxima. “Esse prazo precisou ser revisto em virtude da necessidade de se acordar com todos os entes do setor – empresas aéreas, Anac, Decea etc. – o melhor período para interdição da pista e consequente realização dos trabalhos”, diz nota da estatal. Atualmente, a obra está paralisada, em fase de “replanejamento”. A BH Airport diz que já foi avisada do novo prazo e que está “verificando alternativas de projeto e execução para redução do prazo de obras”.

A negociação citada pela Infraero refere-se à necessidade de encurtamento da pista em 350 metros para que ela seja conectada ao trecho existente. Ao longo da obra, houve até mesmo o risco de cancelamento de rotas internacionais por causa da obra. A solução foi que sua execução fosse feita durante a madrugada, transferindo as rotas para outros horários. O mesmo contrato prevê a ampliação do sistema de pátio de aeronaves. Etapa já finalizada.

Outra obra em atraso é a ampliação do terminal de passageiros. O consórcio responsável pelas obras acusa a Infraero de ser responsável pelo atraso. As empresas acionaram a Justiça para suspender o contrato em vez de rescindi-lo, como pretendido pela estatal. Com parecer favorável ao consórcio, a Infraero acatou a decisão liminar e agora espera decisão final da Justiça sobre o tema. O julgamento será o primeiro passo para uma definição sobre o futuro do terminal. A obra teve início em setembro de 2011, com previsão para ser entregue em dezembro de 2013. Por enquanto, pouco mais da metade do projeto foi executado.

Os atrasos nas obras de ampliação impossibilitam o aumento da movimentação de passageiros no aeroporto. Em 2012, Confins ultrapassou o limite operacional, com 10,39 milhões de passageiros transportados, 200 mil acima do teto. No ano seguinte, o fluxo foi parecido. Neste ano, a projeção é de pequeno aumento. A capacidade de operação do terminal de passageiros pode ser ultrapassada, gerando desconforto aos usuários, mas as regras operacionais não podem ser desrespeitadas devido aos riscos.

PROVISÓRIO
A primeira das três obras da Infraero no aeroporto de Confins a ser finalizada é a do terminal provisório. Ao todo, a obra foi entregue com oito meses de atraso em relação ao prazo estabelecido em contrato. O projeto foi entregue na sexta-feira. Apesar do fim de uma das novelas envolvendo a estatal, o capítulo final ainda está longe. Segundo a BH Airport, concessionária responsável pela operação do aeroporto, a previsão é que entre em funcionamento na segunda quinzena de 2015.

O retardo em relação à conclusão da obra é explicado pela necessidade de serem feitas adaptações para receber voos internacionais. A operadora de Confins diz que o espaço foi projetado para receber voos domésticos. A proposta de transferir para lá as rotas de e para outros países obriga uma série de adequações, como a revisão da sinalização, instalação de free shop e de órgãos públicos, como Polícia Federal e Receita Federal.

O planejamento do governo federal previa a conclusão das obras do terminal provisório até novembro do ano passado. Mas, depois de três licitações fracassadas, o prazo foi redefinido. O contrato definiu que as empresas teriam até março para executar a obra. Às vésperas da Copa do Mundo, novo adiamento ficou acertado – para novembro. Entre as alegações do consórcio para o atraso, o período chuvoso do ano passado, o que teria retardado por mais de dois meses o projeto.




Mais rigor com as bagagens

A Receita Federal adotou novos procedimentos para fiscalizar bagagens de passageiros que chegam diariamente dos Estados Unidos e do Panamá no Aeroporto Internacional Tancredo Neves, em Confins, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. O objetivo é detectar mercadorias ilegais e drogas. Novos sistemas de Informação Avançada de Passageiros (API) e de Registro de Identificação de Passageiros (PNR) foram adotados e os dados referentes às pessoas e o que elas transportam são passados eletronicamente à Receita Federal, antes mesmo da decolagem do avião no exterior. As bagagens também passam por um raio-x móvel em Confins antes de chegar à esteira. Um cão farejador é treinado para localizar todo tipo de droga.

Segundo o chefe do terminal de passageiros do aeroporto, Rômulo Russo, o reforço na fiscalização tem como objetivo principal proteger a economia nacional. “Antes da bagagem ser colocada na esteira, a gente faz uma verificação por amostragem. Às vezes, recebemos até 800 bagagens em um único voo”, disse.

O cão farejador foi adotado antes da Copa do Mundo e será permanente, segundo Rômulo. “A gente faz vistorias periódicas visando o aspecto de segurança, como tráfico de drogas, e já obtivemos sucesso com o cão, que já identificou drogas químicas em bagagens”, disse o auditor fiscal. Por dia, Confins recebe dois voos diários de Miami (EUA) e um do Panamá. (Pedro Ferreira)

Fluxo aumenta 7% nas férias

Brasília – Os maiores aeroportos do país estão se preparando para receber pelo menos 20 milhões de passageiros entre este mês e o início de janeiro, conforme estimativas da Secretaria de Aviação Civil (SAC). Se confirmado, o número será 7% superior ao registrado durante as festas de fim de ano de 2013. Para atender à demanda, as companhias aéreas anunciaram série de medidas para dar conta do movimento recorde, como voos extras e emprego de aviões reservas. A SAC garantiu que os aeroportos brasileiros estão preparados para atender a demanda elevada. “Um dos principais motivos é o legado deixado pela Copa do Mundo de 2014”, explicou a pasta vinculada à Presidência da República, em nota.

Nos 60 terminais administrados pela Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero), haverá reforço das atividades operacionais, desde o atendimento direto ao público até o de manutenção e limpeza. A estatal informou que, desde 22 de novembro, seus funcionários estão atentos à regularidade da operação dos terminais, como acompanhamento de sistemas de ar condicionado e de escadas rolantes, para que “tudo esteja em pleno funcionamento”.

A Infraero ressaltou que, nos principais aeroportos de sua rede – Curitiba, Porto Alegre, Recife, Santos Dumont, Congonhas e Salvador –, o efetivo de 4.333 empregados vai ganhar um reforço de 17%, chegando a 5.089. Segundo a Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear), medidas excepcionais devem ser adotadas pelas companhias aéreas para garantir tranquilidade até o começo de 2015. A manutenção programada das aeronaves será antecipada, escalas de férias e folgas de tripulantes serão revistas, equipes de agentes serão remanejadas, de operação em solo e de atendimento telefônico serão reforçadas.(Rodolfo Costa)


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