O presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, voltou a falar sobre o programa de swaps cambiais, mas, mais uma vez, deixando no ar os próximos passos da autoridade monetária a respeito do assunto. "Eu não disse absolutamente nada em relação ao que vai ser o programa a partir de 1º de janeiro de 2015, que é até quando esse programa vai", afirmou em entrevista exclusiva ao Blog do Planalto.
O presidente do BC classificou o volume atual de swaps cambial, ligeiramente superior a US$ 100 bilhões, como um "bom nível de proteção" aos agentes econômicos. O programa, apelidado pelo mercado financeiro, como "ração diária", teve início em agosto do ano passado e foi renovado ao final de 2013 por, pelo menos, mais um ano.
Segundo Tombini, com base nesse cenário é que será definida, a partir de janeiro de 2015, a continuidade do programa de swaps. "O Banco Central não tem pressa. Não há uma premência de curto e médio prazo para tratar dessa questão", afirmou. Ele repetiu que a instituição tem administrado esse estoque de swaps na forma de rolagens todos os meses. "Então, diariamente, temos feito rolagem desse estoque", continuou.
O presidente do BC voltou a ressaltar que o swap cambial é um instrumento vinculado ao dólar, mas é liquidado em reais, não sensibiliza as reservas internacionais. "Hoje (o total de operações de BC com essas operações) está em torno de 30% das reservas", disse. "E, do ponto de vista da teoria de administração de portfólios, faz todo sentido, reduz o custo de carregamento das reservas", continuou.
Nos pouco mais de 6 minutos de entrevista exclusiva ao Blog do Planalto, que também contou com falas dos ministros indicados Joaquim Levy (Fazenda) e Nelson Barbosa (Planejamento) Tombini foi o que mais falou, por três minutos. "Uma das missões do Banco Central é assegurar a estabilidade do poder de compra da moeda, manifestada no controle da inflação e no regime de metas para inflação. Estamos trabalhando para trazer a inflação para o centro da meta de 4,5% no horizonte relevante, os próximos dois anos: 2015 e 2016."
Ele ainda observou que o processo de saída da crise ainda é assimétrico, com países em condições melhores que outros, como os Estados Unidos em ritmo melhor que a Europa, que enfrenta risco de deflação. "O cenário é melhor do que era após 2008, mas ainda há assimetria no processo de saída da crise", reforçou o presidente do BC. "Essa assimetria por um lado é positiva para mercados emergentes porque não reduz liquidez dos mercados de forma brusca, mas por outro gera desafios em relação às taxas de cambio que se movem mais nesse período", explicou.