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Estado de Minas 'PRATO FEITO' É O QUERIDINHO

Em época de inflação alta, PF tem feito ainda mais sucesso nos restaurantes da capital

Simplicidade ainda é o sabor para quem busca comer bem por menos


postado em 18/10/2014 07:00 / atualizado em 18/10/2014 07:16

Apesar dos custos mais elevados, Rosilene de Souza não vai aumentar o preço do PF que vende a Marco Aurélio da Cruz(foto: Cristina Horta/EM/D.A Press )
Apesar dos custos mais elevados, Rosilene de Souza não vai aumentar o preço do PF que vende a Marco Aurélio da Cruz (foto: Cristina Horta/EM/D.A Press )
Ovo frito, arroz, feijão, um farto pedaço de carne e uma pequena porção de salada. A estrutura do famoso “prato feito”, ou PF, assim conhecido popularmente, não varia muito. Apesar de muitos restaurantes requintados terem dado uma “repaginada” nessa refeição nos últimos anos, a simplicidade ainda é o sabor para quem busca comer bem por menos. E, em tempos de inflação, em que a alimentação fora de casa virou a vilã do orçamento, muitas são as pessoas que optaram pelo prato, no lugar do self-service. Em vários restaurantes, o movimento cresceu até 30% nos últimos meses. O preço é o maior atrativo. É possível, por exemplo, saborear um prato feito bem servido por R$ 5,99, bem no Centro de Belo Horizonte.

Ao almoçar em um restaurante self-service, o quilo de comida pode chegar a custar até R$ 60, principalmente em estabelecimentos da Região Centro-Sul da capital. Mas a média, de acordo com pesquisa feita pelo site Mercado Mineiro em setembro, é
R$ 33,77. Nos restaurantes do Centro da cidade, onde o PF custa R$ 5,99, são servidos 800 gramas de comida. Se o consumidor comer o mesmo tanto em um self-service, hoje ele pagaria R$ 26,96 em média, ou, 350% a mais do que pagaria no PF. “É muito mais caro e nem sempre é bom. O PF é uma comida caseira que vale a pena. Compensa até mais do que fazer compras de supermercado e comer em casa”, compara a auxiliar de escritório Laura Santos.

A fome do dragão, mais voraz em setembro, levou o custo de vida do país a aumentar e ultrapassar a meta do governo – o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) bateu em 6,75% em 12 meses, acima dos 6,5% previstos como limite para a inflação do ano e muito superior ao centro da meta, de 4,5%, segundo dados divulgados na semana passada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Nesse cenário, os alimentos foram os produtos que mais pesaram no bolso do consumidor. A maior contribuição ficou com as carnes, que encareceram 3,17%, a maior alta desde outubro do ano passado. No ano, o preço dos cortes de bovinos subiu 12,23%. Na Grande BH, a alta nos preços foi de 0,46% em setembro.

NO CARDÁPIO Também na capital, os alimentos pressionaram a alta. A alimentação fora de casa, apesar de ter caído um pouco, ainda exerce forte pressão no grupo de alimentos e bebidas. Aqui, comer em restaurantes e lanchonetes ficou 0,32% mais caro no mês passado. Era de se esperar, então, que até mesmo os pratos feitos sofressem reajustes. Porém, a realidade é outra. Há dois anos e meio, o dono da R$ 1 Lanches, Mário César Souza da Silva, mantém o seu PF a R$ 5, 99. Ao peso de 800 gramas a 1 quilo, o prato, segundo ele, varia de acordo com o dia.

Localizado no Centro da cidade, o estabelecimento de Mário tem clientela fiel, justamente por causa do preço congelado e do sabor caseiro do prato. “De fato, o nosso custo tem aumentado com a alta dos preços dos alimentos. Porém, vendo cerca de 200 pratos por dia e mesmo com as despesas, que aumentaram em 16%, esse volume compensa”, afirma. A mesma receita tem Luciene Siqueira de Oliveira, dona do Mega Lanches, também no Centro da capital. Há um ano, ela mantém o prato feito com valores de R$ 6,99 e
R$ 5,99, para estudantes. “Não tem como aumentar o preço, principalmente, porque, com esse valor, tenho atraído muito mais clientes”, comemora. Para se ter uma ideia, na hora do almoço dá fila na porta do estabelecimento de Luciene. Nos últimos meses, o movimento triplicou: “Vendia cerca de 180 pratos por dia. Hoje, são mais de 500”.

Em oito anos, a dona do Bar e Restaurante das Meninas, no Santa Efigênia, na Região Leste, Rosilene Alves de Souza, não observou queda em seu movimento. Vendendo o PF a R$ 8,50, ela revela que, há um ano, aumentou R$ 1 do valor do prato e seus clientes não reclamaram. “Agora, mesmo com a alta nos preços, não vou aumentar.” “Está um valor justo, o aumento não foi significativo. Além do mais, a comida é boa. Hoje em dia, gasta-se muito com self-service e não vale a pena”, comenta o assistente administrativo Marco Aurélio da Cruz.


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