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Estado de Minas

Vendas no comércio estão abaixo do esperado

Movimento nas lojas teve queda de 1,4% em agosto e nem Dia das Crianças e Natal animam os empresários do setor


postado em 24/09/2014 06:00 / atualizado em 24/09/2014 07:25

O comerciante Flávio Assunção estima que a queda nas vendas foi de 9% em agosto (foto: Marcos Michelin/EM/D.A Press)
O comerciante Flávio Assunção estima que a queda nas vendas foi de 9% em agosto (foto: Marcos Michelin/EM/D.A Press)
Pressionadas pelo desaquecimento da economia e um alto endividamento dos consumidores, as vendas do comércio continuam abaixo do esperado. Dados divulgados ontem pelo Boa Vista Serviço Central de Proteção ao Crédito mostram que, no Brasil, o movimento do comércio caiu 1,4% em agosto, na comparação mensal, conforme dados nacionais do varejo. Apesar de o número reforçar o crítico momento do setor, comerciantes e representantes da área em Belo Horizonte estimam que a queda é muito maior, algo em torno de 10%. Nem mesmo as duas datas comemorativas deste semestre – Dia das Crianças e Natal – levantam o otimismo da classe.

De acordo com os números do Boa Vista, no acumulado em 12 meses, que vai de setembro do ano passado a agosto deste ano, houve aumento de 4,2% no movimento do varejo. Também houve alta de 2,3% na variação interanual (ago/14 contra ago/13). O setor de supermercados, alimentos e bebidas caiu 1,3% em agosto. Já na categoria de tecidos, vestuários e calçados, a queda foi 1,1%. Em contrapartida, o setor de móveis e eletrodomésticos apresentou alta de 1,7%, mesmo percentual do segmento de combustíveis e lubrificantes. “Essa alta nos dois setores se deve, principalmente, às intervenções do governo federal. A redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) aumentou as vendas de carros e, consequentemente, a compra de combustível e acessórios. E houve um boom imobiliário, o que fez com que itens para casa fossem mais comprados”, opina a presidente do Conselho Empresarial de Comércio e Serviço da ACMinas, Cláudia Volpini.

Mesmo assim, em uma análise de longo prazo, medida pela variação do acumulado em 12 meses, a evolução do varejo, segundo o Boa Vista, tem sido modesta, sustentando a previsão de que o crescimento em 2014 deverá ser próximo ao observado em 2013, em torno de 4%. “Levamos em consideração as consultas ao SPC de cheque e crédito. O nosso resultado é semelhante ao do IBGE. O comércio tem crescido menos”, diz o economista do Boa Vista, Flávio Calife.

Inflação

Segundo ele, são muitas as variáveis que justificam a queda, a inflação de 6,51% (IPCA em 12 meses até agosto), acima do teto da meta do governo, que é de 6,5%, o crédito mais restrito, os juros mais altos. Segundo últimos dados da Câmara dos Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL-BH), em julho, a queda nas vendas do comércio de BH foi de 0,7% na comparação com o mês de junho. Quando comparado ao mesmo período do ano passado, o tombo foi de 1,88%. “A inflação, a taxa de juros e o custo mais elevado de vida são fatores que contribuem para esse cenário”, comenta a economista da CDL Ana Paula Bastos.

A situação é pior do que mostram os dados, conforme afirma o presidente da Associação dos Comerciantes do Hipercentro, Flávio Assunção, que tem uma loja na Avenida Paraná. Ele estima que, em comparação ao mês anterior, em agosto ele teve queda de 9% de suas vendas. “Com a Copa do Mundo, a volta às aulas foram em julho, e agosto se tornou, para nós, o pior mês do ano.” Sem muito otimismo com as datas comemorativas, ele diz que a reclamação entre comerciantes é geral.


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