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Estado de Minas

Agência de risco rebaixa perspectiva da nota do Brasil para negativa

Segundo a Moody's, a mudança reflete o aumento do risco de baixo crescimento contínuo e a piora nos indicadores de dívida


postado em 09/09/2014 11:59 / atualizado em 09/09/2014 14:01

A agência de classificação de risco Moody's revisou a perspectiva do rating Baa2 do Brasil de estável para negativa. Segundo a Moody's, a mudança se aplica a todas as classes de ratings do governo brasileiro, ou seja, ratings de emissor, ratings de títulos do governo e "shelf" ratings. O teto soberano em moeda estrangeira e moeda local permanece inalterado.

"A ação de rating reflete o risco crescente de que o contínuo baixo crescimento e a piora dos indicadores de dívida sinalizem uma redução na qualidade de crédito do Brasil e irão deflagrar uma migração em sentido declinante em seu rating de crédito", afirmou a agência por meio de comunicado.

A Moody's explicou que os principais determinantes para a revisão da perspectiva do rating foram a redução sustentada no crescimento econômico, que mostra pouco sinal de retorno ao potencial no curto prazo; a deterioração acentuada no sentimento do investidor, o que tem afetado negativamente a formação bruta de capital fixo; e os desafios fiscais que estes obstáculos econômicos impõem, impedindo a reversão da tendência de elevação nos indicadores da dívida do governo.


Apesar da revisão da perspectiva, a Moody's afirmou que o rating Baa2 foi mantido por causa da "contínua resiliência do país a choques financeiros externos, dado seu colchão de reservas internacionais; vulnerabilidade limitada do balanço patrimonial do governo a mudanças abruptas no apetite global por risco em relação aos seus pares; e os benefícios subjacentes derivados da economia extensa e diversificada do Brasil".

A Moody's prevê que a economia brasileira continuará com crescimento baixo e que a alta do PIB anual provavelmente vai permanecer abaixo do potencial do país de cerca de 3%. De acordo com os cálculos da agência, o PIB do Brasil provavelmente vai crescer menos de 1% neste ano e que o crescimento em 2015 permanecerá abaixo da marca de 2%.

No fim do mês passado, a agência Fitch já havia informado que o governo terá desafios importantes após as eleições. Em março, a agência de classificação de risco Standard & Poor's reduziu em um nível a classificação de crédito do Brasil, justificando sua decisão pelos sinais pouco claros da política econômica do governo da presidente Dilma Rousseff, que enfrenta um frágil quadro fiscal, assim como pela desaceleração do crescimento do país. A S&P diminuiu a nota para a economia brasileira de BBB para BBB-, o nível mais baixo para grau de investimento da dívida, e considerou a perspectiva "estável".

Desconfiança

A economia brasileira entrou oficialmente em recessão técnica após a queda de 0,6% do Produto Interno Bruto (PIB) no segundo trimestre, divulgada no fim do mês passado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Na ocasião da divulgação do PIB, Dilma classificou como "momentânea" a retração e disse esperar uma "grande recuperação" no segundo semestre. Assim como Mantega, ela atribuiu o resultado ao excesso de feriados, por causa da Copa do Mundo, e à influência da economia internacional.

Nessa segunda-feira, a confiança seguiu abalada. Analistas ouvidos pelo Banco Central no Boletim Focus revisaram, pela 15ª semana consecutiva, as previsões para o avanço do PIB em 2014. Desta vez, a projeção passou de 0,52% para 0,48%. Caso se confirme, será o pior desempenho desde 2009, no auge da crise financeira global, quando o país amargou uma retração de 0,3%.

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, avisou que o governo iria revisar para baixo sua previsão de crescimento para 2014, a apenas poucas semanas do primeiro turno das eleições presidenciais de 5 de outubro, durante as quais a presidente Dilma Rousseff espera ser reeleita e num contexto de desaceleração do crescimento global. Depois de um último pico de 7,5% em 2010, o PIB cresceu 2,7% em 2011, 1% em 2012 e 2,5% em 2013. (Com agências)


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