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Estado de Minas

Rússia se abre ao produto brasileiro

Depois de proibir importações de alimentos de EUA, Canadá e União Europeia, país autoriza cerca de 100 novos exportadores


postado em 13/08/2014 06:00 / atualizado em 13/08/2014 07:27

Moscou – O ministro da Agricultura da Rússia, Nikolai Fyodorov, autorizou ontem cerca de 100 novos produtores de alimentos do Brasil a exportar ao mercado russo, para compensar os embargos a outros tradicionais exportadores ao país. Na semana passada, a Rússia proibiu importações de alimentos dos Estados Unidos, Canadá, União Europeia (UE) e Austrália, entre outros, em resposta às sanções sofridas em razão da crise com a Ucrânia.

Ao mesmo tempo em que anunciou os bloqueios, o país também oficializou a habilitação para exportar de mais unidades frigoríficas, além da permissão para a compra de produtos lácteos do Brasil. A medida foi considerada pelo setor de carnes brasileiro uma revolução, uma vez que o país deve ganhar ainda mais importância no mercado russo após a restrição aos EUA.

Segundo especialistas, a decisão do governo russo vai também contribuir para uma valorização dos preços domésticos da carne suína e de frango no país, mas terá impacto mais limitado sobre a área de bovinos. A Rússia praticamente triplicou o número de unidades brasileiras habilitadas a exportar ao seu mercado consumidor.

“Alguma elevação, sem dúvida, virá, porque o preço do frango está muito baixo”, disse o presidente da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), Francisco Turra. Mas ele ressalta que o aumento não será imediato. Turra ponderou que a Rússia pode deixar de comprar produtos dos EUA e Europa. Mas norte-americanos e europeus poderão, por sua vez, vender para outros mercados, possivelmente competindo com o Brasil, o maior exportador global de carne de frango.

O preço do quilo do frango resfriado subiu cerca de 3% em Toledo (PR), maior produtor e exportador brasileiro do produto, desde 6 de agosto, quando a Rússia anunciou que compraria mais carnes do Brasil. Já o preço do quilo do suíno no Oeste catarinense teve alta de 2,2% em período semelhante, segundo o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea). Em seu relatório semanal mais recente, o órgão destacou que “uma grande oportunidade pode vir da crise política entre Rússia, EUA e UE.”

O presidente do Sindicato das Indústrias de Produtos Avícolas do Estado Paraná (Sindiavipar), Domingos Martins, disse que o impacto da alta deve ser mais evidente em cortes como coxa e sobrecoxa, mais demandados pela Rússia. “A venda para a Rússia é muito direta entre importador e fornecedor, mexendo logo com o mercado. Mesmo sem os embarques, já podemos começar a ver melhoras”, disse.

RESULTADOS A exportação brasileira do agronegócio rendeu US$ 9,607 bilhões em julho, o que corresponde a um aumento de 3,3% em comparação com mesmo mês de 2013 (US$ 9,303 bilhões). A importação do setor no período foi de US$ 1,506 bilhão, ante US$ 1,513 bilhão em 2013 (leve queda de 0,5%), resultando em superávit de US$ 8,102 bilhões, mais 4% em relação a julho de 2013 (US$ 7,789 bilhões), informa a Secretaria de Relações Internacionais do Ministério da Agricultura.

Nos primeiros sete meses de 2014, as exportações do agronegócio totalizam US$ 58,720 bilhões, pequeno recuo de 0,3% em comparação aos US$ 58,875 bilhões exportados no mesmo período do ano anterior. As importações totalizaram US$ 9,840 bilhões, crescimento de 0,1% (US$ 9,831 bilhões em 2013). Desse modo, o saldo da balança do agronegócio no período de janeiro a julho foi de US$ 48,879 bilhões, leve queda de 0,3% ante o ano passado (US$ 49,044 bilhões).


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