A Copa do Mundo foi um bom negócio para a economia mineira. O Estado cuja capital foi uma das sedes da Copa, recebeu R$ 2,051 bilhões em receitas durante a realização do evento. Do total, R$ 451,3 milhões foram de receitas diretas e R$ 1,6 bilhão de aportes indiretos para o setor de comércio e serviços de Belo Horizonte, com um gasto médio de R$ 1.268,72 por visitante. Segundo dados divulgados nesta terça-feira pela Secretaria de Estado de Turismo e Esportes (Setes), o evento mundial movimentou todos os setores da economia, principalmente em BH.
O levantamento foi feito com apoio da Belotur, do curso de Turismo da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e realizado pela JF Instituto de Pesquisa. Ao todo, 2,8 mil pessoas foram entrevistadas, porém, até esta terça-feira, apenas 40% deste total foram apurados. Os dados restantes ainda serão divulgados nos próximos meses, o que deve levar a um valor maior dos recursos recebidos pelo Estado. O estudo possui margem de erro de 2%.
"Essa receita adicional tem efeito direto no PIB do Estado. Se formos comparar com os gastos feitos já divulgados - R$ 670 milhões na reforma do Mineirão; R$ 150 milhões no estádio Independência; R$ 400 milhões em mobilidade e R$ 2 milhões de capacitação -, o valor compensa e ainda traz benefícios de longo prazo", declarou o secretário estadual de Turismo, Tiago Lacerda, em coletiva nesta terça. Foram 355 mil visitantes só em Belo Horizonte, sendo 200 mil estrangeiros e 155 mil brasileiros.
Hotelaria
A hospitalidade foi o item mais citado pelos visitantes em destaque em Minas, seguido pela gastronomia local, com destaques para o feijão tropeiro e o pão de queijo. Dados do Boletim de Ocupação Hoteleira (BOH) obtidos em diversos hotéis e pousadas apontam que a taxa de ocupação dos meios de hospedagem em Belo Horizonte, no período entre 12 a 30 de junho, foi de 71,5%, com registro de 159 mil hóspedes, aumento de 19,1% ante o mesmo período de 2013.
Já a Associação Brasileira da Indústria de Hotéis-MG (ABIH-MG) divulgou que, entre 14 de junho e 8 de julho, a ocupação média foi de 75,3% somente em hotéis de grande porte (60% no geral), sendo que no dia 8 de junho, data do jogo da semifinal na capital mineira, o porcentual chegou a 95% nos dois casos.
Hotéis e pousadas (46%), albergues (20%) e casa de amigos e parentes (19%) foram os meios de hospedagem mais utilizados pelos visitantes durante a estadia em BH. "Chama a atenção os albergues, que no mesmo período do ano passado representavam apenas 1,3%. Acredito que essa exposição maior fará com que a oferta de albergues cresça no Estado", comentou Lacerda. Camillo Fraga, secretário municipal extraordinário para a Copa (SMCopa), disse que não há preocupação com uma ociosidade futura nos estabelecimentos, já que todo novo hotel construído possui um plano de negócio de longo prazo.
Nos bares e restaurantes do Estado, houve aumento de 25% nas vendas, em média, conforme dados da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes-MG (Abrasel-MG). Nos locais de maior movimentação de turistas, como a Savassi e as ruas Marília de Dirceu e Curitiba, na Região Centro-Sul da cidade, e o Mercado Central, localizado no Centro de BH, as vendas subiram até 200%.
De acordo com Camillo Fraga, os negócios advindos principalmente do setor hoteleiro, restaurantes e passeios turísticos foram um sucesso, mas o domínio do inglês fez falta na capital mineira. " É necessário a toda a população o aprendizado de todas as línguas. O inglês de fato precisa ser aprimorado pela nossa cidade, mas hoje temos muitos modais de tradição com todos aparatos que podem ser utilizado. O inglês poderia mostrar maior conforto. Também ocorre quando a gente vai ao exterior e aquele vendedor ou comerciante não fala a nossa língua", ressalta.