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Estado de Minas

Pós-Copa preocupa setor hoteleiro em BH, que prevê queda de até 50% da ocupação

Aumento de 3,8 mil quartos eleva a disputa por clientes na capital. Com concorrência maior, valor das diárias recua


postado em 13/07/2014 06:00 / atualizado em 13/07/2014 07:30

Passado o tempo de bonança que a Copa do Mundo proporcionou a boa parte dos hotéis de Belo Horizonte, céu nublado e ameaça de raios desenham um cenário desafiador nos próximos meses para a demanda de hóspedes numa cidade movida tradicionalmente pelo turismo de negócios e eventos. Depois da última participação oficial de BH no torneio, na trágica semifinal de terça-feira, as diárias começaram a perder fôlego e surgem tarifas promocionais como parte da adequação natural da rede hoteleira ao dia a dia sem a influência de um evento desse porte. Entre representantes de grandes redes e especialistas do setor ouvidos pelo Estado de Minas, a expectativa de queda da taxa de ocupação varia de 20% a 50% até o fim do ano em relação aos picos de casa praticamente cheia em junho.


Todo o esforço de vendas será, pelo menos, para que as empresas repitam o nível médio de ocupação observado no ano passado, em torno de 60%, tarefa que se tornou mais difícil num ambiente marcado pelas indefinições típicas de períodos de eleições e pelos indicadores do baixo crescimento esperado para a economia brasileira. Outra nova realidade é a expansão da oferta de vagas na capital mineira, que ganhou 3,8 mil quartos, indicando concorrência maior pelos hóspedes.
“Chegou o momento de verificar como o setor vai reagir a essa ampliação”, reconhece Patrícia Coutinho, presidente da regional mineira da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis (ABIH). “Existia a necessidade de expansão da oferta, mas agora é que vamos ver na prática como ela será absorvida”, afirma. Os novos hotéis não necessariamente saem em vantagem na disputa, de acordo com a empresária, uma vez que a ordem em todo o setor foi reformar e renovar espaços dos empreendimentos para receber os turistas da Copa.


Com ajustes para baixo já feitos nas tarifas nos últimos dias, os hotéis dependem do retorno da demanda do chamado mercado corporativo, composto pelas empresas, e da promoção de eventos de negócios. Para o superintendente da rede Royal Hotéis, André Bekerman, a expectativa de uma reversão do apagão corporativo que ocorreu durante a Copa, algo já esperado, está associada ao desempenho da economia, o que influencia da mesma forma outros segmentos, como o comércio e a indústria. “Como toda atividade econômica, dependemos do crescimento do país”, afirma. A empresa registrou ocupação média de 74% no mês passado. O Royal Savassi Express começou a operar em abril.


A situação talvez particular da rede hoteleira está no aumento da concorrência neste ano e no próximo, ante a abertura de empreendimentos com obras em atraso. Estimativas da ABIH indicam que 21 hotéis têm previsão de inauguração. A oferta atual de 12.491 quartos em BH deverá subir para 15.327 a partir do fim de 2015, com base em levantamento feito pelo diretor da JR & MVS Consultores, Maarten van Sluys. De 80 projetos aprovados, 28 hotéis entraram em operação desde 2012, sendo 18 este ano até junho, 17 estão com o cronograma estourado e 35 não foram viabilizados.

GUERRA
DE TARIFAS

“Haverá possivelmente uma competição tarifária no setor. Cada empresa sabe onde o seu calo aperta, mas acredito que o maior desafio está na capacidade dos hotéis antigos de competir. Os hóspedes é que ganharão com isso”, afirma Maarten Sluys. A diária média nos próximos meses tende a ceder para voltar aos valores praticados em 2013, na avaliação do especialista, opinião da qual compartilham representantes dos hotéis ouvidos pelo EM. Os preços médios pagos por diária no ano passado foram de R$ 240 a R$ 350, conforme a categoria do empreendimento. Durante o Mundial, Sluys constatou elevação em torno de 80%, medida em relação aos últimos 12 meses, nos dias e às vésperas dos jogos, quando as tarifas alcançaram R$ 450, em média.


Novos hotéis, a exemplo do Glass Business Tower, da Federação das Indústrias de Minas Gerais e arrendado pela operadora Clan Administração de Hotéis; do Holiday Inn, da rede IHG, e três empreendimentos da rede Vert Hotéis – Ramada Encore Minas Casa, e-Suites Sion e Ícone Expominas – informaram que as taxas de ocupação foram de mais de 90% a 100% às vésperas e nos dias de jogos em BH. A gerente geral do Holiday Inn, Jacqueline Sales, diz que o balanço do atendimento durante a Copa foi além do esperado e todo o trabalho que está sendo feito tem como meta o retorno da demanda do mercado de negócios e eventos a partir de 15 de agosto. “Geralmente, o segundo semestre é um bom período para os nossos serviços, mas não sabemos como serão os efeitos das eleições e do crescimento menor da economia”, afirma.

 

 

 


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