Brasília – Enquanto o governo se esforça para negar qualquer risco de apagão, preocupado com o impacto de um racionamento em pleno ano eleitoral, o Tribunal de Contas da União (TCU) aponta sérios problemas estruturais na capacidade de geração de energia elétrica no país para assegurar a segurança energética dentro dos parâmetros estabelecidos pelo Conselho Nacional de Política Energética (CNPE). O TCU se aliou às entidades que há meses alertam para o risco de desabastecimento e fez várias exigências, com prazos que variam de 30 a 90 dias, demonstrando clara desconfiança nas informações disponibilizadas pelo governo.
“O efeito cumulativo dessas causas pode atingir montantes expressivos, superiores a 10% da capacidade estrutural total de geração de energia elétrica”, afirmou o ministro. O acórdão do colegiado do TCU determinou, então, que o Ministério das Minas e Energia (MME) encaminhe, em 90 dias, um plano de trabalho com uma análise da utilização de usinas hidrelétricas com reservatório e política pública clara para inserção do gás natural na matriz energética brasileira. O MME também tem 60 dias para fazer a revisão das garantias físicas das usinas integrantes do sistema elétrico brasileiro e avaliar a possibilidade da repotenciação e modernização de algumas unidades.
O Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE) tem 30 dias para informar ao TCU as razões e as eventuais medidas adotadas para afastar as diferenças entre as capacidades instaladas e as disponibilidades efetivas das usinas térmicas do Sistema Interligado Nacional (SIN). O Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) precisa se manifestar de forma conclusiva, em 30 dias, sobre a adequação, em termos estruturais, da capacidade de geração de energia elétrica à sua disposição para atendimento da demanda prevista para 2014.
TÉRMICAS
A Empresa de Pesquisa Energética (EPE) também tem 30 dias para informar como considera, em seu trabalho de planejamento, as diferenças entre as garantias físicas e as capacidades efetivas de geração de energia, as inoperabilidades médias das usinas térmicas convencionais e o atraso na conclusão de obras de geração e transmissão contratadas. EPE e a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) terão que informar, mensalmente, no site de uma das entidades, a garantia física e a geração de todas as usinas.
