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Estado de Minas

Inflação em BH registra maior alta para um mês de abril desde 2003

Índice foi puxado pelo reajuste das tarifas de luz e água


postado em 08/05/2014 06:00 / atualizado em 08/05/2014 07:26

O custo de vida voltou a pressionar as despesas domésticas em abril em Belo Horizonte, registrando para o mês sua maior alta desde 2003, segundo pesquisa da Fundação Ipead/UFMG. Com elevação de 0,98% ante 0,65% registrado em março, a inflação foi impulsionada pelo reajuste das tarifas de energia elétrica e água. No ano, o índice acumula alta de 3,55%, e, em 12 meses, rompeu o teto da meta do Banco Central de 6,5%, fechando o período em 6,52%. A pesquisa da Fundação Ipead também aponta que o bolso do consumidor de menor renda foi o que mais sofreu os reflexos da alta dos preços em abril. A inflação para as famílias que recebem entre um e cinco salários mínimos foi ainda maior, fechando o mês em 1,02%.


Os gastos do consumidor com a energia elétrica cresceram 10,66% em abril e a conta de água encareceu 4,64%, somando os maiores pesos na variação do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) medido em abril. Já os alimentos primários, como arroz, feijão, leite e carnes, em geral apresentaram alta de 1,07% enquanto os produtos in natura, como as verduras e hortaliças, tiveram queda de 2,78%. “A aceleração do custo de vida em abril preocupa porque foi a maior alta desde 2003 e, em 12 meses, a inflação ultrapassa o teto da meta”, diz Thaize Martins, coordenadora de pesquisas da Fundação Ipead. Segundo a especialista, os alimentos que têm peso importante na composição do índice devem definir o resultado da inflação no fechamento do ano.

O professor de economia da Universidade de Brasília (UnB) Roberto Piscitelli acredita que a despeito da forte alta do custo de vida captada em abril, o índice deve fechar o ano próximo ao teto da meta, sem contudo ultrapassá-la. A razão do otimismo diante da força do dragão está em uma combinação de fatores. “Observamos que o efeito maior do grupo alimento e bebidas sobre o índice já ocorreu. Ao longo do ano é possível que ocorram altas pontuais, com picos isolados.” Para o economista, a previsão de safra recorde deve aliviar a pressão dos alimentos na inflação e somada à menor demanda do mercado externo, que ainda sofre efeitos da crise econômica, pode contribuir para equilibrar os preços.

Há poucos meses, a cozinheira autônoma Juliana Machado começou a produzir em casa bolos, pães, pizzas e outros lanches integrais. Ela, que tem sentido a pressão de alta no preço dos alimentos, teme que a fatura da energia elétrica e água prejudique o seu recém-iniciado micronegócio. “Como estou começando agora e a concorrência é grande, não acho que seria bom ter que aumentar os preços, mas como estou usando mais o forninho elétrico tenho receio de que isso possa ocorrer.” Quanto aos alimentos, Juliana diz que ainda não notou queda de preços. “As oscilações estão muito fortes. É difícil prever quanto de produto consigo comprar com um determinado valor. Posso encontrar promoções ou aumento de preços em um mesmo dia.”

Cesta básica

A pesquisa da Fundação Ipead também apontou terceiro aumento consecutivo de preços na cesta básica, que em abril acelerou 2% chegando a R$ 343,77, consumindo 48% do salário mínimo.

Produção industrial sem reação

Brasília – Mesmo com a nova metodologia do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a produção industrial brasileira não dá sinais de melhora, pelo contrário. Em março, o indicador da atividade no país recuou 0,5% em relação a fevereiro. Já na comparação com março de 2013, com os dados atualizados com a nova fórmula, o tombo do índice de atividade foi de 0,9%.

A produção em fevereiro passou a ser estável sobre o mês anterior pela nova metodologia, ao invés da alta de 0,4% informada anteriormente. Em janeiro, avançou 2,2%. Com isso, nos primeiros três meses do ano, o indicador acumula crescimento de 1,7% enquanto que, no último trimestre de 2013, encolheu 5,1%. “O resultado comparativo dos trimestres mostra uma melhora, mas ela ainda não é suficiente para suplantar a queda que ocorreu entre outubro e dezembro do ano passado”, explicou o gerente de pesquisas do IBGE, André Macedo. “As taxas mudam, mas o norte da indústria se mantém”, resumiu. Segundo ele, veículos foram um dos itens que mais puxaram esse resultado apurado em março. “As vendas de automóveis estão em queda e o setor aumentou o peso no cálculo do indicador, passando de 7% para 10%”, explicou.

Sem surpresa


Com a nova base de cálculo, a produção industrial em 2013 subiu de 1,2% para 2,3%. Apesar dessa elevação, os resultados apresentados pelo IBGE sobre a atividade econômica não surpreenderam o mercado. O economista-chefe para América Latina do HSBC, André Loes, afirmou que o resultado veio “dentro do esperado”.  O economista do Santander Cristiano Souza também não demonstrou empolgação com essa melhora no novo cálculo. “A atividade ainda está fraca e a indústria nacional continua demonstrando debilidade. Essa melhora não vai impactar nossas projeções de expansão de 1,7% do PIB neste ano, por exemplo”, disse.


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