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Estado de Minas

Investimentos do setor privado vão gerar mais de 4,1 mil empregos em Minas

Aportes do setor privado no estado já somam R$ 5 bilhões e vão gerar mais de 4,1 mil empregos. Apesar da economia desaquecida, número é metade de todo o ano passado


postado em 03/05/2014 06:00 / atualizado em 03/05/2014 07:15

Marta Vieira e Zulmira Furbino

No esforço de remar contra a maré de indicadores econômicos desfavoráveis à aposta do setor privado em novos investimentos, o governo de Minas Gerais trabalha num balanço ainda preliminar de janeiro a abril que se aproxima de R$ 5 bilhões em pretensões de empresas de variados setores interessadas em investir no estado. Entre implantação e expansão de atividades, os aportes contemplam cerca de 50 projetos, com a perspectiva de uma geração de empregos diretos superior a 4,1 mil vagas nos próximos 18 a 24 meses, informou a presidente do Instituto de Desenvolvimento Integrado de Minas Gerais (Indi), Mônica Cordeiro. O ponto positivo no número de propostas feitas ao Palácio Tiradentes está no fato de representar em quatro meses quase a metade dos documentos firmados durante todo o ano passado.

Com os seguidos tropeços da indústria brasileira e as revisões para baixo das expectativas de crescimento da economia em 2014, a mais recente projeção do Banco Central é de uma modesta evolução de 1% dos investimentos neste ano, ante a variação de 6,3% medida em 2013, por meio da chamada Formação Bruta de Capital Fixo, ingrediente do Produto Interno Bruto (PIB), a soma da produção de bens e serviços no país. As previsões para o PIB baixaram de 1,70% para 1,69% em março nos relatórios dos analistas de bancos e corretoras ouvidos pelo BC.

A presidente do Indi diz que começam a ser observados na estatística das intenções de investimentos no estado os resultados da criação, em agosto do ano passado, de uma área específica de prospecção de negócios do instituto. O novo departamento segue o modelo de uma força-tarefa encarregada de se antecipar e ir atrás das empresas. Foi, também, realizado um amplo cadastro de áreas disponíveis e que poderiam ser oferecidas, com reforço de infraestrutura, ao setor privado.

“Apesar do calendário mais difícil deste ano, com a Copa do Mundo e as eleições, continuamos avançando no trabalho de mostrar o potencial do estado e na parceria com as prefeituras municipais que permitiu cadastrar áreas disponíveis para expansão”, afirma Mônica Cordeiro. Depois dos abalos da crise financeira mundial de 2008 e 2009, foi anunciado um pacote de intenções de investimentos de R$ 28,3 bilhões no estado, maior cifra dos últimos três anos, seguida de queda para R$ 17,5 bilhões em 2012 e uma recuperação para R$ 19 bilhões em 2013, graças aos projetos da indústria da mineração.

O balanço já fechado do primeiro trimestre deste ano indicou 48 protocolos de intenção de investimentos avaliados em R$ 3,174 bilhões e com capacidade de gerar 4.024 empregos diretos. Dos 28 projetos com localização definida, 15 estão previstos para o Sul de Minas, totalizando R$ 434,3 milhões e 561 empregos diretos. Outros seis programas contemplam a Região Central do estado, orçados em R$ 181,1 milhões e com possibilidade de gerar 428 postos de trabalho diretos, além de 20 documentos com localização a definir, que prevêem investimentos de R$ 2,063 bilhões e 2.404 empregos diretos.

A separação dos projetos por segmento da atividade econômica anima o estado, da mesma forma, no que trata da tão aguardada diversificação de investimentos, historicamente muito concentrados no setor minerometalúrgico. Há uma dezena de projetos no ramo elétrico e eletrônica e mais uma série de documentos com foco nas indústrias química, de mecânica e máquinas e equipamentos e alimentos. “O potencial das diversas regiões do estado está sendo estudado e trabalhamos mais um grupo de projetos promissores avaliados em R$ 500 milhões”, afirma Mônica Cordeiro.

Locomotiva do desenvolvimento econômico mineiro,o minério de ferro não reina mais sozinho, mas ainda atrai recursos de empresas(foto: JUAREZ RODRIGUES/EM/D.A PRESS - 30/9/13)
Locomotiva do desenvolvimento econômico mineiro,o minério de ferro não reina mais sozinho, mas ainda atrai recursos de empresas (foto: JUAREZ RODRIGUES/EM/D.A PRESS - 30/9/13)
Compasso de espera

Preocupado com o movimento de gangorra da produção industrial verificado desde o ano passado, o presidente da Federação das Indústrias de Minas Gerais (Fiemg), Olavo Machado Júnior, diz que os custos do setor encareceram e que a maioria das empresas optou por segurar os projetos de investimentos até ver um horizonte mais claro dos rumos da economia. “Andamos no fio da navalha, depois de esperar há muito tempo por reformas como a fiscal e a tributária”, afirma.

De acordo com o presidente da Fiemg, a tendência é de queda da intenção de investimentos do setor privado em 2014, inclusive em razão da falta de uma política industrial no país. O Informe Conjuntural da Confederação Nacional da Indústria (CNI) destaca o que os economistas da instituição chamam de “claros sinais de alerta na economia”. São eles a tendência de aumento da inflação e o saldo comercial descendente do Brasil nos últimos 12 meses. A instituição estima crescimento de 1,8% do PIB neste ano e de apenas 2,5% do investimento.

A trajetória instável da produção industrial não aponta reversão, para Antonio Braz de Oliveira e Silva, analista em Minas Gerais do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Na próxima quarta-feira o instituto passará a divulgar a pesquisa de produção física da indústria com nova metodologia, que incorpora maior número de produtos e informantes. O resultado do indicador tende a ficar mais próximo da realidade do setor.

 

 


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